O laudo pericial revelou que a trajetória da bala, que matou o caminhoneiro Francisco Pereira da Silva Neto, não coincide com a posição dos policiais militares no momento do disparo, conforme o advogado de defesa dos agentes, Otoniel Bisneto. Os PMs Carlos Alberto Vieira de Carvalho, Valdir Vieira da Costa, e Clenilson Vieira de Oliveira foram presos no dia 19/12/ 2024.
QUARTA PESSOA
Com base na análise feita, a defesa levanta a hipótese da participação de uma quarta pessoa no local do crime, ainda não identificada pelas autoridades.
“Esse disparo que atingiu o suspeito ele ocorreu durante a abordagem. Foi um tiro embarcado. Todos os policiais estavam embarcados. E o tiro que efetivamente atingiu a perna, a trajetória dele, o ângulo de entrada dele não corresponde ao posicionamento do corpo da vítima, ao caminhoneiro, no local da ocorrência, então é basicamente impossível ter sido os policiais. E isso nos leva a crer que existe uma quarta pessoa ainda não identificada, mas que as imagens de uma gráfica que possui no local possam identificar”, destacou o advogado.
O QUE DIZ O LAUDO?
O laudo aponta a trajetória feita pelo projétil.
INTIMIDAÇÕES
Durante a investigação, surgiram alegações de que os policiais teriam intimidado testemunhas, incluindo a viúva do caminhoneiro e o dono de uma gráfica próxima ao local do crime. No entanto, a defesa negou as acusações, argumentando que nenhuma prova concreta de intimidação foi apresentada.
“O dono da gráfica não apresentou as imagens desses policiais dentro da gráfica, ora, se existem imagens externas é obviamente na gráfica devem existir câmeras, por que essas imagens não foram apresentadas? Mais uma vez nos leva a crer que foi uma armação bem leviana no sentido de se criar toda uma história, não no sentido de buscar o verdadeiro autor do crime, mas sim apenas de condenar a três policiais que estavam arriscando própria vida durante uma perseguição", disse.
SAÚDE DOS POLICIAIS
A defesa também afirmou que três policiais sofreram graves problemas de saúde após a decretação da prisão. Segundo Otoniel Bisneto, todos os agentes infartaram na audiência de custódia.
“Infelizmente o hospital da policia não os acolheu dentro da forma devida e eles foram para o presídio Militar, que não dispõe de enfermaria, de desfibrilador, não tem o setor de enfermagem e não tem um técnico de saúde responsável. Eles passaram esses trinta dias a mercê, inclusive de morrer em razão desses problemas que foram gerados por uma situação drástica como essa", completou.
Atualmente eles estão medicados, passando por tratamento médico e afastados de suas funções.
LIBERDADE
Nesta quarta-feira (15), a Justiça do Piauí determinou a liberdade dos policiais militares.