O advogado do senador Marcos do Val (Podemos-ES) informou nesta sexta-feira (25) que o parlamentar teve contas bancárias e cartões de crédito bloqueados por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida também atinge a filha do senador.
O QUE ACONTECEU
A decisão foi tomada dias depois de Do Val deixar o país durante o recesso do Congresso, mesmo estando sujeito a medidas cautelares impostas pelo STF. O senador viajou para os Estados Unidos com a filha, usando passaporte diplomático, apesar de o documento ter sido alvo de apreensão determinada desde agosto de 2023, junto ao bloqueio de R$ 50 milhões em bens.
Nas redes sociais, já em Orlando, o senador publicou um vídeo afirmando que não está fugindo da Justiça. “Estou curtindo e dando atenção à minha filha no parque Universal Orlando. Alexandre de Moraes recebeu, com 15 dias de antecedência, informações de onde eu estaria, qual era o voo, o hotel e até os ingressos”, declarou.
Antes da viagem, Marcos do Val chegou a solicitar autorização ao STF para ir aos Estados Unidos com a família. O pedido, feito em 15 de julho, foi negado no dia seguinte pelo ministro Alexandre de Moraes, que considerou não haver justificativa para suspender as medidas impostas. Na decisão, Moraes destacou que “cabe ao requerente adequar suas atividades às medidas cautelares determinadas, e não o contrário”.
A INVESTIGAÇÃO
O senador é investigado em dois inquéritos da Polícia Federal: um que apura uma suposta tentativa de anular as eleições de 2022 e outro que investiga ataques contra agentes federais. Em fevereiro deste ano, a Primeira Turma do STF manteve, por unanimidade, a retenção dos passaportes e o bloqueio de bens do parlamentar.
Em nota, Marcos do Val alegou que viajou com documentação diplomática regular e que comunicou previamente sua saída ao STF, ao Ministério das Relações Exteriores e ao Senado. Até a última atualização desta reportagem, nem a Polícia Federal nem o Itamaraty haviam se manifestado sobre o caso.