O juiz federal substituto Alexey Süüsmann Pere, da 2ª Vara Federal de Guarulhos, em São Paulo, converteu para preventiva a prisão em flagrante das irmãs Ingrid da Silva Castro, 23 anos, e Agatha da Silva Castro, 24 anos, que foram presas com aproximadamente 80 cápsulas de cocaína armazenadas dentro do estômago no último domingo (28) ao tentarem embarcar para Paris no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.
Após serem presas, as duas foram levadas para o hospital mais próximo para serem realizados exames de tomografia, pois as drogas no estômago traz risco para muitas pessoas. Elas receberam alta ontem (29), após terem expelido toda a droga do corpo.
Na decisão, o magistrado enfatizou que a prisão se impõe por “conveniência da instrução criminal, para permitir, ao seu final, a aplicação da lei penal'. Ele acrescentou que as duas irmãs, que são naturais de Teresina, tinham 'contato com grupo criminoso no exterior que poderia acolhê-las, sendo evidente o perigo de evasão caso fossem colocadas em liberdade”.
A decisão diz ainda que “existem certidões de movimentos migratórios que apontam outras viagens ao exterior, de curta duração, incompatíveis com a situação econômica declarada por elas”.
Alexey Süüsmann Pere também requisitou às Justiças Federal e Estadual de São Paulo e de Teresina, além da Interpol, por meio eletrônico, as informações sobre registros criminais em nome das irmãs Os passaportes delas serão confiscados e celulares serão apreendidos para perícia.
Delegado dá mais detalhes sobre o caso
Em entrevista ao programa Bom Dia Meio Norte, nesta terça-feira (30), o delegado Anchieta Nery, do setor de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Piauí, contou detalhes sobre o caso. Foi relatado a conexão forte de traficantes de drogas de Teresina com o mercado europeu, mercado esse, que paga um valor mais alto pela cocaína, por ser um território mais restrito e que o transporte do entorpecente pode ser feito de várias maneiras, uma delas, com o recrutamento de 'mulas'.
"Isso demonstra uma conexão, de traficantes de drogas aqui de Teresina com o mercado europeu, que é um mercado mais restrito e que paga um valor mais alto pela cocaína, que é uma das drogas mais caras que a gente tem e o transporte pode ser feito de várias maneiras e uma delas é o recrutamento de 'mulas', que aceitam levar essa droga dentro do próprio corpo", afirmou Nery.
O delegado também revelou que outros piauienses foram presos nos últimos meses realizando procedimentos semelhantes para levar drogas para outros países. Anchienta disse que um homem foi preso no aeroporto de Lisboa com destino a Paris com droga no corpo. Também revelou que uma mulher foi presa ao desembarcar no aeroporto da Turquia e outra mulher também foi presa ao chegar na Suíça.