SEÇÕES

Jovem encontrada morta em barragem de Campo Maior havia denunciado o ex por agressão

O corpo de Alice foi encontrado boiando no Rio Surubim, em Campo Maior, na manhã do domingo de Páscoa (20)

Alice Borges Barroso, de 25 anos, registrou boletim de ocorrência contra Darlan Sousa | Foto: Reprodução/TV Meio
Siga-nos no

Alice Borges Barroso, de 25 anos, registrou boletim de ocorrência e chegou a pedir medida protetiva após ter sido agredida pelo ex-companheiro Darlan Sousa cerca de 15 dias antes de ser encontrada morta. A denúncia, entretanto, foi retirada pouco tempo depois pela vítima.

O histórico de violência foi um dos principais fatores que levaram a Polícia Civil a tratar a morte da jovem como suspeita de feminicídio. O corpo de Alice foi encontrado boiando no Rio Surubim, em Campo Maior, na manhã do domingo de Páscoa (20), um dia após o desaparecimento dela. 

 PRISÃO DO SUSPEITO

Darlan Sousa foi preso na noite desta terça-feira (22), após se apresentar espontaneamente à Delegacia de Campo Maior, acompanhado por um advogado. Contra ele, já havia um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça, com validade de 30 dias. 

A delegada responsável pelo caso, Emylle Kaynar, afirmou que há indícios suficientes para sustentar a suspeita de feminicídio. Alice foi vista pela última vez no sábado (19), em um banho às margens do Rio Surubim, na companhia de outras três pessoas, incluindo o ex-namorado. Objetos e roupas da vítima foram encontrados perto do local onde o corpo foi achado.

A hipótese de afogamento acidental, no entanto, não foi descartada, mas o histórico de violência e os depoimentos de amigos e familiares mudaram o rumo das investigações.

MENSAGENS DA VÍTIMA

Mensagens trocadas por Alice e Darlan no dia do encontro mostram que eles marcaram de se encontrar no local, e falam sobre bebidas. O casal teria se reunido na tentativa de reatar o relacionamento, segundo a defesa. A polícia ainda aguarda o laudo pericial para esclarecer com precisão a causa da morte.

“Eles estavam se encontrando novamente, havia conversas, prints que comprovam isso. Tudo será esclarecido no momento certo. O que pedimos é que se respeite o direito de defesa e o princípio da presunção de inocência”, disse Hartônio Bandeira, advogado do suspeito

A defesa de Darlan afirma que o ex-namorado está colaborando com as investigações desde o início e questiona a forma como a prisão foi conduzida. Ele alega que houve uma “condenação moral antecipada” por parte da sociedade. “O histórico do casal existe, mas é preciso respeitar o tempo da Justiça. A investigação ainda está em curso e é prematuro cravar que se trata de feminicídio”, disse o advogado Hartônio Bandeira, em entrevista à imprensa. 

“Ele já foi julgado pela opinião pública. O que temos hoje é um inquérito em andamento e um laudo pericial que ainda não foi concluído. Não se pode afirmar com certeza a causa da morte, muito menos apontar autoria sem respaldo técnico”, declarou.

O advogado disse ainda que o comparecimento do suspeito de forma voluntária à delegacia demostra que não tinha intenção de fugir ou atrapalhar as investigações. “Ele se apresentou por conta própria, com um advogado. Isso mostra que está à disposição da Justiça e que quer esclarecer os fatos. A prisão foi desnecessária neste momento”, acrescentou.

Tópicos
Carregue mais
Veja Também