Com quase 700 mil seguidores no Instagram, o influenciador Itallo Bruno é suspeito de lavar cerca de R$ 4 milhões para uma facção, de acordo com a Polícia Civil. Conhecido nas redes sociais por divulgar rifas, o meio o qual utilizava para praticar o crime, Itallo foi preso na manhã desta quinta-feira (11) durante a operação “Jogo Sujo”.
Ao todo, 10 pessoas foram presas durante a ação, suspeitos de obterem vantagem ilícita por meio da prática de jogos de azar e a ocultação de patrimônio nas compras de bens diversos. O delegado Matheus Zanatta afirmou que os indivíduos conseguiam dinheiro por meio das rifas divulgadas pelo influencer. Logo após o valor era distribuído para outras pessoas que utilizavam para comprar imóveis, carros e motos de luxo com o intuito de dar ‘legalidade a este dinheiro’.
“Esse dinheiro estava sendo movimentado por uma pessoa que está no sistema prisional, faccionado e que possivelmente, o principal alvo da operação, o Itallo, lavava dinheiro para essa facção criminosa”, explicou o delegado.
INCONSISTÊNCIAS FINANCEIRAS
Conforme o delegado Alisson Landim, a polícia notou inconsistências de patrimônio do Influencer. “A gente identificou que ele tinha uma renda declarada de R$2.000, e uma empresa cadastrada de R$1.000. E estava faturando quase R$ 2 milhões em um período de três meses, aproximadamente. Então, tinha uma discrepância muito grande”, disse.
A autoridade ressaltou ainda os valores dos artigos de luxo divulgados de forma suspeita por Itallo, visto que as quantias chegavam a R$ 1 milhão: “A casa que comprou em condomínio de luxo, carro, motos de mil cilindradas de mais de R$ 250 mil”.
“Também foi identificado que quase nada disso está no nome dele, que é uma prática muito comum na ocultação de patrimônio, que é a lavagem de dinheiro”, pontuou o delegado. Segundo ele, durante toda a ação, Itallo teria movimentado “ aproximadamente uns R$ 4 milhões, entre bens e ativos (dinheiro)”.
COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA
Através do perfil pessoal nas redes sociais, o influencer divulgava o site www.itallobruno.com.br, no qual a pessoa escolhia o sorteio em que gostaria de participar, e fazia a compra da rifa. Dentre os prêmios estavam casas, carros, motos e valores em dinheiro. O delegado Alisson Ladim expressou a sua estranheza quanto aos ganhadores.
“Alguns ganhadores que tiveram alguns prêmios relevantes como casa, não divulgaram em suas redes sociais. Alguns carros que a gente viu não estavam no nome dos ganhadores”, afirmou a autoridade.
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Por fim, o delegado enfatizou que o esquema de Itallo Bruno tinha estrutura de uma organização criminosa, onde “a partir dele tinha pessoas que serviam a ele como se fossem funcionários, que ajeitavam as coisas da rifa e os casos. Ele tinha um contador que fazia os balanços dele informais, de quanto que ele faturava por mês”.