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Investigações apontam desaparecimentos e homicídios ligados a esquema de agiotagem de colombianos e venezuelanos

Grupo criminoso cobrava juros abusivos que ultrapassavam 30% ao mês e exigia pagamentos diários ou semanais, punindo com violência, perseguição e destruição de mercadorias aqueles que atrasavam os repasses.

Suspeitos de agiotagem no Piauí | Foto: Divulgação - Polícia Civil
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A Polícia Civil do Piauí investiga casos de desaparecimentos e também de suicídios que estariam relacionados a um esquema violento de agiotagem e lavagem de dinheiro operado majoritariamente por estrangeiros da Colômbia e da Venezuela em várias cidades do estado. As informações foram confirmadas no contexto da Operação Macondo, deflagrada nesta terça-feira (11) pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI). Até o momento, 15 pessoas foram presas.

COMO ACONTECIA

De acordo com as investigações, vítimas que contraíram empréstimos informais com o grupo criminoso sumiram após não conseguirem quitar as dívidas. O caso de homicídio está relacionado ao caso do venezuelano Anderson Miguel Dario Mendonza, morto em dezembro de 2023 na cidade de Oeiras. Outro caso que ocorreu em Parnaíba também foi levantado.

Ministério Público sustentou que o homicídio foi motivado por disputa no “mercado” de agiotagem na região, envolvendo mandantes de nacionalidade colombiana e executores brasileiros.

O grupo atuava oferecendo créditos rápidos e sem contrato formal a pequenos comerciantes, vendedores ambulantes e trabalhadores autônomos. Em troca, cobrava juros abusivos que ultrapassavam 30% ao mês e exigia pagamentos diários ou semanais, punindo com violência, perseguição e destruição de mercadorias aqueles que atrasavam os repasses.

 bloqueio judicial de R$ 5 milhões

A Operação Macondo, parte do Pacto Pela Ordem, foi deflagrada simultaneamente nas cidades de Teresina, Parnaíba, Oeiras, Barras, Picos e Água Branca, e resultou no cumprimento de 15 mandados de prisão, 18 de busca e apreensão, além do bloqueio judicial de R$ 5 milhões em contas ligadas aos investigados. Armas de fogo também foram apreendidas pela polícia.

O superintendente de Operações Integradas da SSP-PI, delegado Matheus Zanatta, destacou que a investigação agora se concentra em esclarecer o paradeiro das pessoas desaparecidas e identificar possíveis ramificações internacionais da rede.

“A Operação Macondo representa um passo decisivo no enfrentamento de condutas ilícitas que violam a dignidade humana. Esses desaparecimentos mostram o nível de crueldade com que atuava o grupo. A Segurança Pública está comprometida em localizar as vítimas e responsabilizar todos os envolvidos”, afirmou o delegado.

A ação foi coordenada pela Superintendência de Operações Integradas (SOI) e contou com o apoio da Força Estadual Integrada de Segurança Pública (FEISP). As investigações continuam, com prioridade para os casos de desaparecimento e violência relacionados à cobrança das dívidas ilegais.

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