O Açude Caldeirão, em Piripiri, vem chamando a atenção nas últimas semanas pelo aumento de plantas aquáticas em sua superfície. Os aguapés e as algas estão cobrindo grandes áreas do reservatório e formando verdadeiros tapetes verdes, que despertam a curiosidade de visitantes, mas também causam incômodo por conta do mau cheiro.
Moradores relatam que, além do odor, a água que chega às torneiras tem apresentado coloração amarelada e gosto desagradável. Alguns suspeitam que os problemas estejam ligados à situação do açude, mas essa relação ainda não foi confirmada por órgãos técnicos. "A água que está vindo para nossa casa está com gosto ruim e também amarelada", disse a moradora Elizete Fideles.
Em entrevista ao MeioNews, o secretário municipal de Meio Ambiente, Sony Anderson da Silva Cordeiro, explicou que o açude é de responsabilidade do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e que o controle da água distribuída nas casas é feito pela Agespisa.
“Estamos tentando fazer uma análise da qualidade da água em cinco pontos do açude para entender melhor o cenário. Mas é importante lembrar que a água que chega às torneiras é responsabilidade da Agespisa”, esclareceu o secretário.
A reportagem procurou a Agespisa para obter esclarecimentos sobre os relatos dos moradores, mas ainda não houve resposta.
O que está acontecendo no açude?
O aumento da vegetação aquática, como aguapés, é comum após o período chuvoso e, segundo ambientalistas, pode estar relacionado à eutrofização, processo causado pelo acúmulo de nutrientes na água, como esgoto doméstico ou resíduos orgânicos, que favorece a proliferação descontrolada dessas plantas. Isso prejudica a qualidade da água e compromete a vida aquática.
Medidas da Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Piripiri informou que acompanha o caso e reforça que, embora o açude seja de competência federal, o município tem tomado medidas para colaborar com a situação. Entre as ações estão a limpeza das margens, campanhas de educação ambiental, colocação de placas de preservação e o monitoramento de pontos de poluição no entorno do reservatório.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente também comunicou que já acionou o DNOCS local, que, por sua vez, enviou um ofício à coordenação estadual do órgão solicitando providências para o cuidado do Açude Caldeirão, que é um dos principais pontos naturais de Piripiri, . O documento é o de número 1899648/2025/CEST-PI/UCBP, datado de 5 de maio de 2025.
“Nos colocamos mais uma vez à disposição, oferecendo o apoio necessário com técnicos e material humano, para colaborar ativamente na resolução do problema”, finalizou a nota da Prefeitura.