Semeando esperança e cultivando um futuro mais próspero e sustentável para a região Sul do Piauí, o Instituto Cultivar Progresso está transformando a vida dos piauienses. Completando 3 anos em 7 de junho deste ano, a organização promove ações que vão desde viagens para São Paulo até o incentivo ao empreendedorismo feminino.
Presidido por Ani Sanders, o instituto nasceu do desejo do Grupo Progresso — empresa do agronegócio com sede na Fazenda Progresso, em Sebastião Leal — de retribuir à comunidade por meio de transformações sociais e sustentáveis. A gestora explica que a iniciativa surgiu da necessidade de contratar e reter mão de obra qualificada, e, assim, a família decidiu investir na educação local, fortalecendo uma parceria com a escola de Sebastião Leal.
“A gente comprou um terreno, construiu todo o espaço para ter uma sala de multiuso, para ter um parquinho, para ter o banheiro, o jardim, né, e para ter professora de artes, que não se tinha no município, e um professor de educação física. A gente trouxe de Minas Gerais uma professora e um professor. E ali estávamos praticando fortemente a parceria na escola, com uma verba que vinha contemplar as boas práticas da certificação internacional RTRS”, disse Ani Sanders.
APRENDIZADO EM SÃO PAULO
A certificação RTRS é um importante padrão internacional responsável pela certificação da produção de soja e milho, que inclui aspectos ambientais, sociais e econômicos. A idealizadora explicou ainda que, diante disso, foi desenvolvido um ambicioso programa para capacitar jovens da região (filhos de colaboradores ou não) em São Paulo, financiando seus estudos e formatura.
Ela destacou que, atualmente, 15 jovens foram formados: dois trabalham em revendas e os demais atuam como coordenadores na propriedade, gerando conhecimento.
“Plantar uma semente de pertencimento é muito difícil. Requer muitos cuidados, muito olhar e muita atenção a tudo que o cerca. Se o jovem perdeu o foco, ele já se torna vulnerável às facilidades. Então, é igual um pai e uma mãe. Tratei esse projeto igual tratei meus três filhos na formação e eu também pretendo ter com meus netos. Direcionando, fazendo ter foco, ter prioridades e ter objetivos”, pontuou.
Com o foco em cursar engenharia agronômica ou agrícola desde o terceiro ano do ensino médio, João Victor, ex-aluno e atual colaborador do instituto, viu uma oportunidade única no projeto. Ele considera o projeto do Grupo Progresso crucial para resgatar jovens da comunidade.
“Essa oportunidade foi, como eu disse, foi algo ímpar, algo que eu não imaginava que teria na minha vida. Graças a Deus, fui abençoado com essa vaga. É, adquiri muitos conhecimentos específicos da área de precisão, que é um curso muito exclusivo no mundo. É a única faculdade no Brasil voltada para esse setor. Adquiri muita experiência, muito conhecimento técnico específico da matéria e também muitas oportunidades”, afirmou o colaborador.
Vindo de família simples, o coordenador de campo da Fazenda Progresso e ex-aluno do projeto, Eduardo Sousa, que atua há seis anos no local, afirmou que o projeto mudou sua perspectiva de vida. Ele se formou em agricultura de precisão, e segue trabalhando nessa área no grupo.
“A gente saiu de uma cidade pequena, foi para uma cidade grande para fazer uma área que a gente não conhecia ainda. Foi uma experiência incrível. [...] Convivi com muitas pessoas de classe média alta lá em São Paulo, e ver o de onde saí para onde tô hoje, é uma coisa que traz orgulho. O meu pai, ele sempre falava: ‘Ah, eu não posso te dar o melhor, mas eu posso te dar a educação’. Então, eu sempre busquei isso”, acrescentou o coordenador.
O Projeto Parceiros na Escola é fruto da parceria com a Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia (com apoio da Fatec Pompeia), oferecendo formação técnica gratuita em áreas como Mecanização em Agricultura de Precisão e Big Data no Agronegócio, com todos os custos cobertos pelo Grupo Progresso, incluindo bolsa mensal, hospedagem, estágio e viagens, resultando em alta empregabilidade.
PARA ALÉM DA EDUCAÇÃO
O compromisso do instituto com a comunidade ainda se manifesta em diversas frentes:
- Clínica Escola APAE: Considerada a primeira grande obra do instituto, a clínica é dedicada ao atendimento e à educação de pessoas com necessidades especiais.
- Mulheres de Fibra: Criado por Ani Sanders, Lúcia Bortolozzo e Rossana Aboud, o movimento une mulheres do campo e da cidade para fortalecer o protagonismo feminino e o empreendedorismo. Criado em 2023, o projeto tem promovido diversas atividades, como a valorização da gastronomia dos cerrados e o destaque do algodão no mundo da moda. O grupo também está construindo o Centro Inclusivo de Desenvolvimento Humano, em Bertolínia, um investimento de R$ 9 milhões para beneficiar mais de 250 crianças, e, recentemente, lançou um livro celebrando a força feminina no agronegócio.
- Florir Piauí: Com foco na sustentabilidade, o projeto incentiva a produção e distribuição de sementes e mudas, visando o reflorestamento e a valorização da flora local.
- Natal Solidário: Anualmente, a ação oferece apoio a comunidades carentes por meio da distribuição de presentes e recursos.