“A gente sabe que nosso filho está em boas mãos”, afirmou Sandra Ribeiro, mãe de uma das crianças assistidas pela associação Casa de Mãe Maria. Localizada na Rua Neywaldo Alves Barbosa, na Vila Uruguai, zona leste de Teresina, a instituição se destaca como um símbolo de esperança, oferecendo cuidados, alimentação e suporte às comunidades da região, especialmente às mães e seus filhos.
OITO ANOS DE APOIO ÀS FAMÍLIAS
Com cinco projetos sociais e oito anos de atuação, a Casa de Mãe Maria transforma a vida das famílias locais por meio da entrega de cestas básicas e sopa, da educação social de crianças e adolescentes, além da assistência a gestantes e do empoderamento de mulheres. O diretor da associação, Matheus Marques, frisou:
Nosso maior objetivo é que dentro da comunidade, a gente possa tirar crianças, e, por exemplo, impedir que elas vão perder nas drogas, prostituição, e criminalidade. A gente já percebe ao decorrer desses 8 anos de trabalho, que nós estamos colhendo muitos frutos. As famílias nos agradecem.
Segundo ele, a meta é ampliar o alcance das ações. “Esperamos que num futuro próximo, a nossa casa possa crescer mais ainda para receber mais crianças, mais pessoas, mais ajuda, para podermos levar esse programa, essa educação, para essa comunidade aqui da Vila Uruguai”, relatou.
COMO TUDO COMEÇOU
Amanda Patrícia, assistente social da Casa de Mãe Maria, explicou que a iniciativa surgiu a partir de um grupo de estudos baseado na doutrina espírita e se expandiu para atender às demandas da população.
A gente foi montando ações sociais e a partir dessas ações sociais a gente percebeu a necessidade e a vulnerabilidade dessa comunidade e os dirigentes resolveram fundar o grupo espírita Mãe Maria, que assim era chamado inicialmente e aí foi crescendo o trabalho e hoje nós estamos aqui com a Associação Casa de Mãe Maria.
ARRECADAÇÕES
A instituição filantrópica e sem fins lucrativos conta com cerca de 40 voluntários que atendem mais de 90 famílias exclusivamente por meio de doações, sem apoio do setor privado ou governamental. Para isso, realiza campanhas mensais de arrecadação de alimentos, presentes e dinheiro, além da venda de camisas institucionais e da promoção de eventos para a manutenção das despesas da casa.
Para Amanda, o voluntariado é importante não apenas para a comunidade, mas também para o desenvolvimento da responsabilidade social de quem o promove. A assistente social ainda reforçou:
O voluntário, quando ele chega aqui, ele tem uma realidade, um contato real, com a comunidade, com a vulnerabilidade. Há uma abertura na consciência, uma compreensão maior da nossa responsabilidade social. Não só com o projeto em si, mas com toda a comunidade. Porque a gente não só trabalha a comunidade, mas toda a redondeza.
CONHEÇA OS PROJETOS:
Projeto Pão da Vida:
Com o objetivo de combater a insegurança alimentar e amenizar a fome, a instituição distribui mensalmente 100 cestas básicas em sua sede.
Projeto Semeando Esperança
O projeto oferece atividades socioeducativas, artísticas e acompanhamento psicossocial, visando desenvolver habilidades individuais e sociais, além de atuar na defesa dos direitos da infância e no suporte às famílias assistidas. Atualmente, atende 121 crianças e adolescentes de 3 a 17 anos.
As atividades acontecem todos os sábados, inclusive em feriados. Pela manhã, crianças de 3 a 9 anos recebem café da manhã, participam de orientações temáticas, realizam atividades e lanche. À tarde, adolescentes de 10 a 17 anos participam de debates e oficinas reflexivas. Em datas comemorativas, são promovidas ações especiais, como brincadeiras, teatro e distribuição de presentes. Amanda Patrícia ainda reforçou:
Hoje nós estamos registrados no Conselho Municipal, no CMDCAT (Conselho Municipal de Direito da Criança e do Adolescente ) para justamente trazer essa proteção para criança.
Projeto Sementes do Amanhã:
O projeto ampara gestantes em situação de vulnerabilidade, oferecendo suporte emocional e assistência material. As atividades incluem rodas de conversa, palestras, momentos de escuta e acolhimento, além de encaminhamentos quando necessário. Também são entregues mensalmente cestas básicas e enxovais. Atualmente, o projeto atende dez gestantes, com perspectiva de expansão em 2025.
Projeto Sopa Fraterna Francisco de Assis
Semanalmente, aos sábados, são distribuídos mil litros de sopa, preparados em 20 tachos, para sete comunidades da zona leste de Teresina, sendo elas: Vila Ladeira do Uruguai, Vila Samaritano, Madre Teresa de Calcutá, Vila Laiana, Vila Santa Bárbara 1 e 2 e Vila Jesus de Nazaré. A preparação começa na noite de sexta-feira, com a higienização e corte dos legumes, e continua no dia seguinte pela manhã.
A distribuição ocorre às 16h, com voluntários percorrendo rotas pré-estabelecidas para levar a sopa às famílias necessitadas. Para a dona Luzia da Conceição, voluntária e uma das responsáveis pelo preparo, participar do projeto é motivo de gratidão.
Gratidão, muito amor por saber que a gente tá ajudando aqueles que necessitam neste momento. Por mais que a gente ache que a fome acabou, mas a verdade é que ela não acabou. Ainda existe muitas comunidade que necessitam muito dessa ajuda.
Projeto Florescer Mulher
O projeto promove o empoderamento feminino por meio de rodas de conversa sobre direitos e saúde, oficinas terapêuticas, palestras de autocuidado e capacitação, incentivando a autonomia financeira e o bem-estar das mulheres da comunidade. As atividades, incluindo orientações para empreender, ocorrem bimestralmente.
Inclusão Social
Com cinco ações sociais, a Casa de Mãe Maria fortalece a inclusão de grupos vulneráveis, garantindo que crianças, adolescentes e mulheres da comunidade tenham acesso a recursos essenciais. O compromisso com o amor ao próximo e o trabalho voluntário tem transformado vidas.
Sandra Ribeiro, diarista, conheceu o projeto por meio de um anúncio. Apesar de não conseguir uma vaga para sua filha no primeiro ano, persistiu e garantiu a inscrição no ano seguinte. Ela compartilhou sua experiência e destacou a importância do projeto para sua família.
As crianças amam serem atendida por eles. A gente também, porque a gente se sente bem por estar aqui. [...] A gente é muito grato pelo que eles fazem. Só a cesta que a gente recebe por mês, já é uma ajuda muito grande para dentro da nossas casas, principalmente muitas [mães] que não tem trabalho. É um trabalho lindo, muito lindo mesmo, um trabalho dedicado com muito amor.