O Hospital São Marcos, referência no tratamento do câncer no Piauí, anunciou nesta quinta-feira que precisa interromper parte dos atendimentos oncológicos devido à falta de recursos financeiros. A causa, segundo a instituição, é o atraso de 19 meses nos repasses contratuais por parte da Prefeitura Municipal de Teresina.
A situação atinge diretamente pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), que representam a grande maioria dos atendidos pela unidade. Sem os medicamentos necessários, mais de mil pacientes estão com tratamentos oncológicos atrasados, colocando suas vidas em risco.
Mesmo diante do cenário crítico, os números do hospital em 2025 impressionam:
Mais de 18 mil consultas em oncologia realizadas;
11 mil sessões de quimioterapia aplicadas;
850 cirurgias de alta complexidade;
300 internações pediátricas e 400 internações de adultos com diagnóstico de câncer.
Desde o início do ano, o Hospital São Marcos recebeu R$ 19 milhões em repasses líquidos da Prefeitura, recursos originários do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi), mas meramente transferidos pela Fundação Municipal de Saúde.
O hospital aponta que, diante da complexidade dos atendimentos, o valor médio de R$ 1.400 por procedimento está longe de cobrir os custos reais com medicamentos especializados, equipe técnica, insumos e infraestrutura.
OUTRO LADO
A Fundação Municipal de Saúde comunicou, no dia 17 de abril que, apesar dos comunicados, os recursos repassados incluem a produção ambulatorial e hospitalar, Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC), o piso nacional da enfermagem, incentivos do sistema Íntegra SUS, além de uma complementação mensal da Secretaria Estadual de Saúde (SESAPI). Os valores, em números brutos, foram de R$ 9,799 milhões em janeiro, R$ 13,540 milhões em fevereiro, R$ 7,627 milhões em março e R$ 1,2 milhão nos primeiros dias de abril.