Em 2025, a Escola Municipal Casa Meio Norte celebra 25 anos de fundação, marcada por conquistas importantes, como o melhor resultado do Ideb da Rede Municipal nos Anos Iniciais. Localizada em uma região periférica de Teresina, a escola se tornou referência em ensino, acolhimento e formação cidadã, oferecendo às crianças em situação de vulnerabilidade social um espaço de aprendizado, diálogo e cuidado emocional.
Neste Dia das Crianças, a celebração ganha um significado especial: são duas décadas e meia transformando vidas e formando gerações. Mais do que transmitir conhecimento, a Casa Meio Norte ensina valores, promove a convivência e fortalece a autoestima, mostrando que a educação com afeto e planejamento é a base para um futuro melhor.
Ao longo desses 25 anos, a instituição consolidou projetos pedagógicos que estimulam autonomia, criatividade e confiança, proporcionando momentos de aprendizado e felicidade desde os primeiros anos da infância. O objetivo é formar crianças preparadas para o futuro, capazes de explorar seus talentos e desenvolver seus sonhos em um ambiente seguro e acolhedor.
Educação que acolhe
Quando iniciam na Casa ainda pequenos, muitos alunos chegam tímidos e introspectivos. Com o tempo, vão ganhando confiança, participam das atividades e começam a expressar suas ideias com firmeza.
Grande parte desse desenvolvimento é impulsionado pelo Projeto Borboleta, iniciativa de alfabetização e incentivo à leitura implementada inicialmente na Casa Meio Norte. O projeto transformou o processo de aprendizagem, priorizando a escuta individualizada e a oferta de uma variedade de livros, permitindo que cada criança avance no seu próprio ritmo e descubra o prazer de aprender.
A coordenadora pedagógica, Ruthnéia Vieira, explicou que o Projeto Borboleta nasceu em um contexto desafiador, numa região periférica marcada por vulnerabilidade social. Onde, muitas famílias vivem em condições precárias e, nesse contexto, a escola se tornou um refúgio de oportunidades e cuidado.
Esse desempenho acadêmico, também impacta diretamente no crescimento pessoal dos alunos. A professora Thaysa, narrou como percebeu essa realidade na rotina com as crianças.
“A Casa Meio Norte nos permite ver essa mudança. É um espaço onde os pequenos podem desabrochar, acreditar em si mesmos e começar a construir seus sonhos desde cedo”, destacou. “Eles começam tímidos, falando baixinho. Com o tempo, vão ganhando confiança, falam com firmeza e a voz deles ecoa pela escola.”
Pequenos grandes sonhos: histórias que florescem na Casa Meio Norte
Entre risadas, abraços e muita energia, os alunos expressaram o que a escola representa em suas vidas. Para Marcela, “a Casa Meio Norte é uma casa para todas as crianças, nossa segunda casa. Aqui a gente aprende, brinca e se sente bem. É um lugar onde a gente tem amigos e professores que cuidam da gente”.
Para Marcela, “a Casa Meio Norte é uma casa para todas as crianças, nossa segunda casa. Aqui a gente aprende, brinca e se sente bem. É um lugar onde a gente tem amigos e professores que cuidam da gente”.
Carla compartilhou o mesmo sentimento A pequena, olha para o futuro com esperança. “A Casa representa uma escola que pode nos dar um futuro. Aqui eu aprendo coisas novas todos os dias, que vão me ajudar quando eu crescer", contou. Outros alunos definiram de forma simples, mas cheia de significado: “É um lugar de aprendizagem”, “É a nossa escola”.
Na rotina escolar, os educadores proporcionam às crianças a oportunidade de conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer a si mesmas, direitos de aprendizagem e desenvolvimento previstos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Esses princípios orientam as atividades da escola, permitindo que cada criança se envolva ativamente nas experiências propostas e desenvolva autonomia, criatividade e senso de pertencimento desde os primeiros anos de escolaridade.
Entre as muitas histórias que se cruzam nos corredores da Casa Meio Norte, está a de Antônio. Ele chegou tímido e foi, aos poucos, desabrochando com o apoio das atividades do projeto Borboleta. A cada nova etapa, ganhava mais confiança: falava com mais clareza, interagia com os colegas e se envolvia nas aulas com entusiasmo. Hoje, é um dos alunos mais participativos da turma e com brilho nos olhos, compartilha o desejo de ser jornalista quando crescer.
Valores que formam
A diretora adjunta, Stefanie Costa, sintetiza em palavras o sentimento de quem acompanha de perto a rotina da Casa Meio Norte todos os dias. Ela reforça que, apesar dos desafios cada vez maiores que a profissão de educador impõe, o vínculo criado com os alunos torna o trabalho gratificante e transformador.
“Não sei se é meio clichê, mas é a minha segunda casa. Eu passo mais tempo aqui na escola com minhas crianças do que em casa mesmo. Aqui eu me sinto acolhida, amada. Minhas crianças me fazem renovar as energias. Se algum lugar tirar minhas forças, aqui eu reponho todas e saio leve”, disse emocionada. “Nos dias atuais, ser professor tem sido cada dia mais um desafio. A gente contribui para que cresçam com mais conhecimento, oportunidades e valores”
Esse cuidado com cada criança é um dos pilares mais fortes da Casa Meio Norte. Os professores destacam a importância da conexão construída no dia a dia: é a partir desse vínculo que nasce a confiança. Quando se sentem seguras, as crianças se permitem ser quem realmente são. Elas falam, participam e aprendem com mais leveza. Esse ambiente de acolhimento se reflete diretamente na evolução delas, mostrando que a educação floresce quando há afeto e escuta.