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Famílias do Piauí podem realizar coleta de DNA para identificar desaparecidos; saiba como

O objetivo de ampliar o banco de dados genéticos em todo o Brasil e facilitar as identificações.

Udna Martins da Silva, de 65 anos, busca por seu irmão, Máximo Ribeiro Martins da Silva, que está desaparecido há um mês. | Foto: Raíssa Morais
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Em média, duas pessoas desapareceram por dia no Piauí em 2025, de acordo com dados do painel do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, o Sinesp. Enquanto isso, apenas uma pessoa por dia foi localizada. Para ajudar a mudar essa realidade, o estado participa da "Campanha Nacional de Identificação de Pessoas Desaparecidas".

Raimundo Lopes e seu filho Evandro Lopes./Foto: Raíssa Morais

Esse cenário é vivenciado por inúmeras famílias, como é o caso de Raimundo Lopes da Silva, de 71 anos, que busca por seu filho, desaparecido há 22 dias. Evandro Lopes da Silva, de 47 anos, sumiu após sair com amigos no bairro Parque Ideal, na zona Sudeste de Teresina.

"Ele estava com os colegas dele bebendo. De lá desapareceu. O colega pediu para deixar ele lá em casa, mas ele não foi, não quis ir. Viram ele com três dias lá no mercado do peixe, deitado na calçada. De lá para cá não apareceu mais de jeito nenhum", afirmou o pai.

Raimundo registrou um Boletim de Ocorrência, e foi orientado a realizar a coleta da campanha.

VEJA OS DADOS:

Pessoas desaparecidas- Painel estatístico do Sinesp é produzido pela Diretoria de Gestão e Integração de Informações do Ministério da Justiça e Segurança Pública./ Fonte: Sinesp-VDE 

Pessoas localizadas./Foto: Sinesp-VDE 

CAMPANHA 

A ação, que acontece até sexta-feira (15), conta com a coleta de material genético de familiares de pessoas desaparecidas, com o objetivo de ampliar o banco de dados genéticos em todo o Brasil e facilitar as identificações. No estado, a campanha ocorre em todos os núcleos regionais de perícia, nas seguintes cidades:

  • Teresina;
  • São João do Piauí;
  • Corrente;
  • São Raimundo Nonato;
  • Picos;
  • Floriano;
  • Esperantina;
  • Parnaíba;
  • Campo Maior.

Ao MeioNews, Adilana Soares, gerente do Instituto de DNA, explicou que o parente da pessoa desaparecida deve levar o Boletim de Ocorrência, seus documentos pessoais e, se possível, documentos do desaparecido até os pontos indicados para realizar a coleta, que ocorre de forma indolor.

“A gente faz um cadastro desse familiar, com o máximo de informações possíveis sobre o desaparecido. Após isso, realizamos uma coleta simples, que é a coleta de suave oral, ou seja, aquele cotonetezinho na mucosa da boca. Esse material é levado ao laboratório, onde processamos até obter o perfil genético. Esse perfil é inserido em um software, em um banco de dados, e nesse banco fazemos buscas que podem identificar pessoas desaparecidas, ou seja, pessoas sem identificação ou restos mortais não identificados”, pontuou.

Adilana Soares./Foto: Raíssa Morais.

SEGUNDA ETAPA DO PROCESSO

Segundo ela, a segunda etapa consiste na localização de pessoas sem identificação. As equipes visitam abrigos, hospitais e outros locais para coletar material genético e impressões digitais, que são inseridos no banco de dados para permitir buscas cruzadas.

“Muitas vezes a pessoa tem alguma doença mental, não consegue indicar quem são os seus parentes, elas também são submetidas a essa coleta. A gente também coleta o mesmo material, da mesma maneira, e insere no banco também. É feita uma busca, cruzada, até conseguir”, disse a gerente. 

Adilana Soares ainda destacou os resultados da campanha de 2024:

  • 1.600 pessoas tiveram seu DNA inserido no banco nacional.
  • 35 pessoas foram identificadas em todo o Brasil.
  • No Piauí, 3 pessoas foram identificadas a partir de amostras de familiares coletadas na campanha, além de outras 2 identificações feitas fora do período da mobilização.

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