Uma onda de solidariedade resultou na arrecadação de R$ 70 mil para João Lucas Campelo, um adolescente de 16 anos que ficou tetraplégico após ser atingido por um tiro no rosto, disparado pela ex-namorada dentro de uma escola em Teresina (PI). Atualmente, ele necessita de cuidados 24 horas, e a família concentra esforços e recursos para custear uma reabilitação intensiva.
O disparo atravessou a língua e o esôfago, descendo até a coluna cervical. Em entrevista ao MeioNews, a mãe de João, Cleytiana Campelo, explicou que os valores arrecadados serão destinados a cobrir diversas necessidades relacionadas ao tratamento e aos cuidados diários do filho — gastos que vão além do que o plano de saúde cobre.
“A minha intenção é essa: que a gente vá aliviando os cartões e parcelando aparelhos para ajudar nessa reabilitação. Eu tenho uma rifa do salão, aí, com isso, eu vou pagando consultas e também comprando aparelhos para ajudar”, explicou.
A ARRECADAÇÃO IRÁ CUSTEAR:
– Fonoaudiologia e fisioterapia intensivas (além do que o plano libera);
– Profissionais de apoio no cuidado diário;
– Equipamentos e insumos que evitam novas infecções e úlceras;
– Fraldas e suplementação;
– Preparação logística para o tratamento de reabilitação neurológica que ela busca para ele no Rio de Janeiro.
Segundo Cleytiana, com a intensificação dos cuidados, João poderá buscar novos tratamentos, como o uso da Polilaminina, uma substância resultado de mais de 20 anos de pesquisa na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e que representa uma esperança para a regeneração das vias neurológicas, com potencial para restabelecer movimentos e sensibilidade.
“A Anvisa precisa autorizar essa substância porque ela vai beneficiar muita gente, não só o João Lucas. Ele tá esperando a aprovação da Anvisa, mas graças a Deus eu já consegui uns contatos. Vou ver como é que eu vou fazer, uma carta ou um e-mail, para estar enviando para lá, ou que eles façam testes”, disse a mãe.
“É um passo de cada vez”
A evolução de João é notável, com ganhos significativos na motricidade e na comunicação por meio de gestos. Cleytiana informou que ele já movimenta os dedos dos pés e das pernas. Além da melhora física, João tem aprimorado suas formas de expressar necessidades e desconfortos.
“Ele tem crise de choro. Quando ele quer ser aspirado, ele fica ‘hã hã’. [...] E também chama para aspirar. Às vezes, ele bate a perna na cama de madrugada para chamar, para poder aspirar. Quando ele tá com secreção, ele fica ‘hã hã’, chamando. Tudo isso é o agir de Deus na vida do João”, relatou.