Mari Oliveira, mãe de Emilly Yassmyn, de 24 anos, expressou seu desespero e clamor por justiça após o brutal assassinato da filha em Teresina (PI). A jovem, descrita pela mãe como uma pessoa “muito alegre, distinta e querida”, foi encontrada morta na noite deste sábado, após ser enforcada e ter o corpo incendiado.
O corpo de Emilly estava em uma área de mata, de difícil acesso, na região da Estrada da Alegria, zona Sul de Teresina. Em entrevista ao MeioNews, a mãe relatou a angústia de saber que a filha foi encontrada em uma situação de tamanha violência.
“Achar um corpo na situação que a acharam a minha filha é inaceitável. A crueldade. É inaceitável uma pessoa com 24 anos passar para uma situação daquela. E eu tenho meu coração sangrando, porque saber que não vou ver mais. Pois não tem nenhum corpo assim decente para a gente ver assim. É desesperador, na verdade”, disse Mari Oliveira.
Ela ainda clamou por justiça pela filha, e que os responsáveis sejam expostos publicamente.
"Eu só quero justiça pela minha filha. Eu não quero que fique impune, eu quero que eles peguem pelo menos 40 anos lá dentro. E o que eu puder fazer, o que a empresa puder fazer, eu queria. Quero justiça por Emilly Yassmyn, de 24 anos", afirmou.
Emilly Yassmyn Silva Oliveira | Foto: Reprodução
A mãe da vítima ainda descreveu a personalidade de Emilly como uma pessoa autêntica e destemida. “Em todo canto que passava, as pessoas gostavam dela, eu tinha uma desamizade porque é uma pessoa temperamental que não tinha medo de nada, eu acho que morreu por conta disso, porque não tinha medo de nada. Era uma pessoa muito querida mesmo”, disse.
Na manhã deste domingo (7), o Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) divulgou a identificação dos dois suspeitos presos pelo crime. Segundo ela, a notícia do falecimento de Emily e a prisão dos envolvidos chegou à família por meio da polícia. No entanto, os detalhes sobre a forma como Emily foi morta, ela soube através da imprensa.
“Ele só falou que acharam o corpo, que acha tinha achado a pessoa, que as pessoas tinham sido presas, que tinha sido um que tinha matado e o outro ajudou. Mas a forma como foi, que ela foi estrangulada e carbonizada, essa parte a gente não soube de primeira não”, disse.
Emily, ao contrário do que havia sido divulgado anteriormente, de que seria pernambucana, é natural da Bahia, mas residia em Petrolina (PE), onde será enterrada. A mãe da jovem, que também mora em Petrolina, explicou como será o translado da filha.
“Nós estamos e aguardando só liberarem o corpo. Provavelmente, daqui para quarta-feira, acredito que libere. Se não for preciso, é, fazer o DNA, que fazer o DNA acredito que demora mais. Como ela tem objetos pessoais lá, eu não sei como que vai ser, ainda tô aguardando a resposta deles ainda para me dizer. Aqui já tá tudo certo para trazer ela para cá para Petrolina”, explicou a mãe.
PRISÃO DOS ACUSADOS
Hilton Candeira Carvalho e Carlos Roberto da Silva Sousa, vulgo Neném, foram presos e autuados pelos crimes de Feminicídio (motivado por menosprezo à condição da vítima) e Ocultação de Cadáver.
A prisão em flagrante dos dois foi comunicada à Justiça para ser convertida em prisão preventiva. A investigação concluiu que Emilly foi morta na mesma madrugada em que desapareceu, no dia 30 de novembro.
"A investigação foi pesada. Infelizmente não se conseguiu achar a jovem com vida, foi morta na mesma madrugada que sumiu. Mas os envolvidos estão presos, concluiu o delegado Jorge Terceiro, que está a frente das investigações.
RESUMO DO CASO
Motivação: Uma discussão por conta do pagamento de um programa sexual.
Encontro: Emilly foi contatada por Hilton via redes sociais e se dirigiu à casa de "Neném" em um carro de aplicativo.
O Crime (Versão do Suspeito): No interrogatório, Hilton alegou ter desistido do programa e se recusado a pagar o valor total. Segundo ele, Emilly o ameaçou, dizendo que chamaria "amigos" faccionados, o que o levou a matá-la por se sentir intimidado.
Método: Hilton usou um golpe mata-leão e, em seguida, um fio para estrangulá-la.
Ocultação: Hilton e Carlos levaram o corpo para um local a cerca de 10 km de distância e atearam fogo, utilizando combustível comprado por Carlos.