“Eu tenho que ajudar essas pessoas de alguma forma”, foi com esse pensamento que o estudante teresinense do 2° ano do ensino médio, Manoel José Nunes Neto, de 17 anos, pôs em prática um projeto que ele mesmo elaborou: Rover aquático autônomo para monitoramento de qualidade da água - Uma ferramenta portátil de baixo custo.
Ao Meionorte.com, Manoel Neto explicou a origem da ideia. Ele conta que desde criança é apaixonado por tecnologia e a iniciativa surgiu através da observação de comunidades que necessitavam de um suporte em relação ao consumo de água, porém não tinham condições financeiras. Diante disto, o jovem projetou um equipamento acessível e reciclável com capacidade de detectar se a água está própria para consumo.
“Então a pessoa, além de comprar esse equipamento, ela tem que chamar um técnico, porque ela não entende. E eu pensei ‘eu vou projetar um equipamento que ele substitui o técnico e o equipamento por um valor super acessível’. Foi assim que eu criei o rover aquático autônomo para monitoramento da qualidade da água. Uma ferramenta portátil e de baixo custo”, afirmou o estudante.
FUNCIONAMENTO DO PROJETO
A máquina, de forma autônoma, usa parâmetros como o PH e a turbidez para informar via celular se a água está boa ou não, através de cálculos. Feita com elementos recicláveis, ela ainda conta com uma placa fotovoltaica para manter o funcionamento. Questionado pela reportagem sobre a operação, ele explicou que "A própria máquina faz esse tipo de cálculo e já informa”.
Ainda de acordo com Manoel, o equipamento possui um sistema de geolocalização por satélite que informa onde tem um foco de contaminação e manda um gráfico. Na terceira etapa do projeto, ele terá um motor que poderá fazer uma expedição pelo rio. “Ela vai lá, mostra e já fala, se a sua água está com contaminação ou ela precisa ser tratada de tal forma”.
“Muitos indígenas e populações de Ribeirinhas consomem a água sem saber que ela está contaminada. E tendo um equipamento que fique 24 horas lá por um baixo custo e informem para eles como um alerta, um radar, isso é ótimo. Porque eles vão ter meio que uma segurança. E com esse radar, órgãos como o governo podem ir lá investigar”, afirmou.
RECONHECIMENTO
Por fim, o estudante destacou o reconhecimento que ganhou através do projeto, o qual desenvolveu com outros amigos. Manoel Neto participou da Mostra Nacional de Robótica, na Bahia; está concorrendo a uma bolsa de iniciação científica; foi premiado em primeiro lugar na Feira Mineira de Iniciação Científica (FEMIC); e ganhou credencial para Porto Rico.
“Eu me coloquei no lugar das pessoas que realmente passam por essa dificuldade e eu vi que elas não recebem a devida atenção porque por ser algo caro. Eu disse ‘porque ninguém dá atenção a essas pessoas porque não existe um equipamento pra isso’. Foi daí que surgiu a ideia, ‘Eu tenho que ajudar essas pessoas de alguma forma ou com algum equipamento ou com algum outro projeto’, foi quando saiu esse”, afirmou.
Para a dona Francinalda Sousa, mãe de Manoel, a ideia do filho a assustou, porém fica feliz pois o projeto vai incentivar outros jovens. “Eu me sinto muito feliz, a gente se sente muito orgulhoso por conta disso. A gente espera que dê certo”.
“Eu fico muito assustada, porque a princípio eu brigava muito com ele. Ele pequenininho sempre gostou disso. Quando ele conseguia encaixar alguma coisa que dava, saía algum fogo, alguma coisa, ele ficava muito feliz, chamava a gente logo para ver. E isso foi isso, só que eu nunca dei esse incentivo para ele [...] Eu me sinto muito feliz, a gente sente muito orgulho”, enfatizou a mãe.