O Curso de Jornalismo da UFPI comemora os 40 anos de criação e organizou um grande evento para marcar a data. A semana de atividades, que iniciou nesta segunda-feira (03), conta com palestras, mesas redondas e oficinas. Os estudantes, que atuam também como organizadores, participam de forma imersiva na programação.
A semana iniciou com dois experientes jornalistas brasileiros com marcante participação, inclusive como correspondentes internacionais: Ben-Hur Correia e Edney Silvestre. Os dois fizeram a abertura do evento, que vai de 3 a 6 de junho, com debate sempre no período da tarde, no auditório do CCE (Campos Ininga), UFPI.
Nesta terça-feira (04), foram convidados à mesa os jornalistas Dilson Tavares, da TV Pioneira, e o também empresário Wrias Moura, diretor da TV Meio, sob mediação da professora de Jornalismo Lívia Barreto. Com o tema de comunicação regional e os impactos da globalização, Wrias conta que ficou lisonjeado com o convite de palestrar na universidade onde se formou.
“Estou muito feliz de poder vir aqui compartilhar um pouco dessa nossa vivência no Jornalismo. Eu, que sou egresso da Universidade Federal de Piauí, fui convidado pelo professor Fenelon para falar um pouco sobre regionalização, que é algo que tem muita aderência para a minha história de vida, e do Grupo Meio. Então, eu acho que a temática não poderia ser a mais pertinente para a gente poder contribuir com esse conhecimento”, diz.
UMA JORNADA POSSÍVEL
A frente da direção da TV Meio, Wrias conta sobre o projeto de regionalização, e agora nacionalização do grupo, reforçando a importância de investir nesse processo comunicacional.
“Temos hoje uma emissora feita no Piauí, com jornalistas formados pela Universidade Federal do Piauí, fazendo jornalismo de gente grande com nomes como Kajuru, Vicente Datena, Dudu Camargo, Guga Noblat e o professor Marco Anontio Villa, assim como vários outros nomes aqui do próprio estado do Piauí, que já têm um padrão nacional”, afirma.
O jornalista também destaca a dificuldade dos piauienses de confiarem na própria cultura e potencial, dificultando a expansão para algo maior.
“Quando a gente pensa que é possível fazer acontecer, sem acharmos que estamos diante de um estado que não tem a capacidade de fazer algo dentro da perspectiva nacional, porque nos achamos o ‘patinho feio’, ou que somos pobres, não temos a condição de fazer algo diferenciado mesmo. Quando pensamos assim, não executamos,” ressalta o jornalista.
PARCERIA E CONHECIMENTO
O jornalista Fenelon Rocha, um dos professores e organizadores da semana de atividades, explicou que a importância dessas palestras se dá para mostrar aos estudantes - muitos que começam agora - a importância da trajetória dentro do Jornalismo.
“Um evento como esse serve para a gente ver como construímos coisas importantes ao longo desses 40 anos, e tentar não só se contentar com essa trajetória bonita, mas olhar vislumbrando o futuro, saber que desafios a gente tem a frente. E a programação que a gente fez tenta conciliar esses dois olhares e trazer olhares daquelas pessoas que construíram e principalmente aquelas que estão construindo hoje e o amanhã,” afirma.
A estudante de Jornalismo Geovana Saldanha está no 1° período e é recém-chegada no curso, mas destaca o quão importante a semana de atividades está sendo para essa jornada no Jornalismo, principalmente as palestras.
“Estou na organização também e gosto de ver os bastidores, o que está acontecendo de pertinho em cada palestra, isso é muito legal. E o tema de hoje é tão atual no mundo, assim como os temas de inteligência artificial, dificuldades no Jornalismo e estar aprendendo tudo isso com quem tem experiência é muito importante”, afirma a estudante.
PROGRAMAÇÃO
As atividades irão ser realizadas até o dia 6 de junho, no período da tarde, no CCE da Universidade Federal do Piauí. Temas como psicologia da mídia, combate a desinformação e redes sociais fazem parte das mesas de palestras.