Exclusivo Educação ambiental intensifica união de forças pela sustentabilidade no Piauí

Se não tomarmos medidas extremas no momento presente, as futuras gerações vão encontrar um mundo totalmente devastado pelas ações do próprio ser humano

Cuidados com o meio ambiente começa com tratamento da água, evitar desperdício de alimentos e monitoramento dos rios e lagos | Divulgação/Reprodução Instagram
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

O relatório 'Panorama Global do Manejo de Resíduos de 2024' traz informações preocupantes para o futuro do planeta. O documento destaca que a quantidade de resíduos sólidos urbanos está prevista para aumentar de 2,1 bilhões de toneladas em 2023 para impressionantes 3,8 bilhões de toneladas até 2050. Esse aumento representa um grande desafio para a gestão de resíduos ao redor do mundo. Em termos financeiros, o custo direto global do setor foi estimado em 252 bilhões de dólares em 2020. 

No entanto, esse valor não inclui os impactos indiretos, como os custos associados à poluição, aos problemas de saúde pública e às mudanças climáticas. Quando esses fatores são levados em conta, o custo total sobe significativamente, chegando a 361 bilhões de dólares. Esses dados foram fornecidos pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Se não tomarmos medidas extremas no momento presente, as futuras gerações vão encontrar um mundo totalmente devastado pelas ações do próprio ser humano e, como consequência, o meio ambiente não terá muito a oferecer. Pode parecer um pensamento clichê, mas é preciso mudar de mentalidade desde cedo para poder barrar a destruição aos rios, lagos, oceanos, florestas e tudo que representa vida. E com atitudes simples, mas que se propagadas pelos quatro cantos do mundo, o planeta Terra pode ter um suspiro de esperança por dias melhores.

Crianças são incentivadas a plantar mudas. (Foto: Reprodução/Instagram)

O que diz a lei

Como estabelece a legislação brasileira sobre a Política Nacional de Educação Ambiental em sua Lei Nº 9.795, de 27 de abril de 1999 no Art. 1º. Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. E como esclarece Marcelo Amorim, gerente do Centro de Educação Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), “explicitamente que a educação ambiental não deve ser uma disciplina no ensino básico, porque ela não é conteúdo. O conteúdo já está implícito em várias disciplinas como biologia, química, geografia, mas o que a gente precisa é pensar atitudes, a sensibilidade do nosso agir voltado para essa concepção de conservação e preservação da natureza”, diz e acrescenta: “Então, se eu como indivíduo não tiver isso no somatório das nossas atitudes, a gente traz os impactos extremamente negativos”, alerta.   

Desde cedo, crianças são orientadas a evitar desperdício de alimentos. (Foto: Reprodução/Instagram)

Neste sentido, se o indivíduo não tiver essa consciência no somatório das suas atitudes, o reflexo negativo será direto no meio ambiente. Portanto, se eu pessoalmente, na minha casa, não penso numa redução da quantidade de lixo que eu produzo diariamente, o que que vai acontecer? “Eu não vou me preocupar com isso, o meu vizinho não vai e olha a montanha de lixo que a gente não tem mais aonde colocar. Então, a educação ambiental se reveste, obviamente, de um conhecimento. Ou seja, eu tenho que saber o que eu estou fazendo. Você imagina que está caminhando, aí pega um copo (descartável) de água, que usa ele, no máximo, cinco minutos, talvez menos do que isso. Aí você joga num canteiro, joga na rua que vai para a beira do rio e a natureza vai levar, pelo menos, 100 anos para fazer o processo de decomposição”, explica Amorim.

Ele vai mais além. “Você imagina uma coisa que está usando cinco minutos na tua vida, você vai ser responsável para que a natureza trabalhe por você pelo menos cem anos para fazer a decomposição daquele material. Além do fato de que esse microplástico, hoje, a ciência já mostrou que está incorporada, inclusive, já em vários animais, em vários alimentos, porque ele vai se diluindo e vai se incorporando, vai se agregando à natureza. Então, são essas coisas que a gente precisa saber, mas saber para agir e transformar”, pontua o gerente da Semarh.

educação ambiental começa desde cedo

Segundo ele, no que diz respeito a educação ambiental, a própria legislação é sábia nisso, por ser um tema transversal que tem que permear o conjunto das disciplinas daquele segmento infanto-juvenil, fundamental e ao ensino médio, tendo que ser trabalhado pela comunidade escolar e não por um professor. Portanto, não vai adiantar um docente fazer uma atividade dentro das escolas e o restante da unidade de ensino não estar ligando para o que aquele professor está fazendo. “Então, por isso que a educação ambiental é concepção, é sensibilidade, é mudança de atitude”, pontua Amorim.

O gerente do CEA enfatiza que o grande desafio do ensino básico é começar a implantação da educação ambiental desde o ensino infantil, fundamental e médio, como fator primordial para influenciar as futuras gerações. “A educação é um projeto a longo prazo. E se você quiser um projeto a longo prazo, eduque pessoas, porque é de uma geração para outra que as mudanças vão acontecendo”, explica, destacando a participação não só dos professores, mas toda a comunidade escolar. 

Amorim falou que educação ambiental é mudança de atitude e sensibilidade. (Foto: Gilson Rocha)

Ele disse que é fundamental trabalhar com a criança e ao adolescente se a intenção é, lá na frente, promover uma mudança de atitude mais sistemática, mais coletiva, porque o impacto do coletivo é que faz o diferencial. 

Quanto aos desafios enfrentados na implantação de ações voltadas para educação ambiental em escolas de diferentes contextos socioeconômicos, Marcelo Amorim deixa claro que esse é mais um desafio a ser enfrentado. “A gente precisa pensar uma escola que esteja em sintonia com um ambiente socioambiental que ela está inserida. Por exemplo, uma coisa são as escolas no nosso bioma do Cerrado, outra coisa é a mesma escola estadual, mas lá na Caatinga, lá na Planície Litorânea, lá na região dos Cocais”, avalia, comentando que é preciso observar as suas características regionais do ponto de vista socioambiental para poder direcionar aquilo que é o conhecimento acadêmico para reflexão sobre essa área. “Não dá para você pensar uma escola falando de um conteúdo que o aluno não consegue olhar”, reforça.

Ele justifica, argumentando que “não é só naquela prova que vai ser feita na próxima semana, e não na minha vida, então, qual é o sentido desse ensinamento que não me faz refletir o meu estar presente no mundo, o meu pertencimento no mundo, na natureza, ou seja, a ideia é exatamente nesse sentido de que os planos de educação ambiental das escolas possam de fato observar essa realidade do ponto de vista ambiental e social da região em que ela está inserida para ver qual é o link do conhecimento desenvolvido com a capacidade de integração desse indivíduo na perspectiva de preservação e conservação daquela região”.

Sobre a expectativa da primeira oficina que reuniu as 21 gerências regionais em Teresina para tratar de construção do plano de educação ambiental, Amorim resumiu seu pensamento: “Vamos trabalhar todo esse semestre para que, ao final, cada uma das gerencias tenha o seu plano. Isso vai ser o produto material das oficinas, ou seja, o plano de educação ambiental daquela regional que vai ser o documento básico para que essa coordenação da gerência, de fato, posso observar se todo o desenvolvimento das ações, das escolas que estão jurisdicionadas a ela, estão seguindo ou não aquele plano. Trata-se do documento base que possa indicar quais são as metas, as ações, as estratégias para poder responder essa necessidade da implantação da política. Porque, uma coisa é um projeto que uma escola faz isoladamente, outra coisa é a gente pensar esse projeto sendo compartilhado por 21 escolas”, conclui.

Piauí lança programa de educação ambiental nas escolas públicas

O Governo do Piauí, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e da Secretaria da Educação (Seduc), realizou no mês de agosto, no Centro de Educação Ambiental, em Teresina, uma oficina para tratar do Programa ECO EducAÇÃO que nada mais é que uma ação inovadora para a área da educação ambiental, voltado à comunidade escolar da rede pública de ensino do Estado. 

Vale informar que a iniciativa atende à Política Estadual de Educação Ambiental (lei nº 8.100/23) e é prevista no programa ECO Piauí, lançado em junho. Para isso, o órgão reuniu os coordenadores da 19ª Gerência Regional de Educação (GRE), que engloba 42 escolas voltadas para o mesmo projeto.

Oficina para tratar do Programa ECO EducAÇÃO foi realizada na capital piauiense. (Foto: Gilson Rocha)

Para esclarecer mais sobre o programa, Marcelo Amorim, gerente de Educação Ambiental da Semarh sinalizou que se trata de um passo importante no processo de implementação da política estadual de educação ambiental nas escolas do Piauí, através de uma oficina com cada uma das 21 gerências regionais. No dia 26 de agosto de 2024 foi iniciada a primeira. “O produto dessa oficina será a elaboração do plano de educação ambiental da gerência regional que será o documento base para essa gerência, ou seja, coordenar as ações de educação ambiental, tanto do ponto de vista de recursos humanos - no que diz respeito à capacitação de professores - como também de funcionários no eixo sustentabilidade na escola, que caminha aliado à perspectiva de implantação da Agenda A3P nas escolas, observando como reduzir, por exemplo, o consumo de energia, o consumo de água  e o direcionamento correto dos resíduos da escola”, diz.

Marcelo Amorim destacou a importância da oficina que discurte a política estadual de educação ambiental  nas escolas. (Foto: Gilson Rocha)

Como exemplo, Amorim destaca “a possibilidade de fazer compostagem para a produção de adubos para consumo da própria escola, no seu jardim, nas suas hortas, em qualquer outro projeto ambiental que ela tenha”, observa ele, destacando outro eixo  que é a elaboração de projetos onde fiquem direcionados aos alunos, observando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para que se trabalhe, não só a parte de conteúdo interdisciplinar, de forma transversal, mas também as atitudes de capacidade adaptativa às mudanças climáticas, que é uma emergência que todos estão vivenciando hoje para o mundo e para a sociedade. 

Oficina realizada em Teresina com representantes da gerencias regionais para tratar do plano de educação ambiental. (Foto: Gilson Rocha)

Amorim explica que as escolas têm um papel fundamental nessa mudança de comportamento. “Então, o objetivo dessas oficinas é que, ao final, as 21 gerências regionais de educação tenham o seu plano para ser o documento base de orientação das ações, planejamento pedagógico, o desenvolvimento de atividades, a questão também curricular dentro das escolas jurisdicionadas àquela GRE. Então, é isso que a gente espera. Matizar a educação ambiental de maneira que ela possa, por um planejamento mais organizado, trazer o fruto que é a sustentabilidade”, finaliza.


EducAÇÃO transforma escolas em agentes ambientais

Segundo Viviane Faria, coordenadora de Ensino da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), o Programa ECO EducAÇÃO, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí, está estruturado de forma que as escolas possam implementar as diretrizes curriculares de educação ambiental, conforme preconizado pelo Conselho Nacional de Educação. “Para isso, o objetivo do programa é fazer uma sensibilização ao tempo que faz uma formação para que cada escola conheça quais são as ações do seu território importantes quando falamos de meio ambiente. Então, para isso, fizemos, inicialmente, as oficinas de capacitação, que foi mostrar como é o programa; como que ele vai funcionar em cada uma das 21 Gerências Regionais e, depois, foi realizado um diagnóstico do que as escolas estão desenvolvendo em cada um do seu território em relação às ações transversais de meio ambiente, e depois nós vamos fazer a formação específica para que cada escola desenvolva o seu projeto”, crava. 

A partir desses projetos, acrescenta Viviane, o fornecimento de material pedagógico, material didático específico, a assessoria da Secretaria de Educação e a Secretaria de Meio Ambiente para o Desenvolvimento desses projetos, e depois o acompanhamento do desenvolvimento. 

Viviane Faria informa os desafios enfrentados pelo ECO EducAÇÃO. (Foto: Divulgação)

É importante ressaltar também que esse ano ainda serão realizadas as conferências de meio ambiente num âmbito do Estado, fomentado pelo Ministério da Educação, em que cada escola vai fazer a sua conferência, discutir com a sua comunidade, e em seguida trazer a nível estadual para que a Seduc realize também essa conferência no Estado.

Quanto aos principais desafios enfrentados para implementação do programa nas diversas regiões do estado, a coordenadora da Seduc revelou que são três, os quais foram levantadas a partir do diagnóstico que cada escola enviou. O primeiro, foi o envolvimento com a comunidade do entorno da unidade de ensino, porque esse é um projeto que é desenvolvido pela escola, mas tem que envolver toda a comunidade; segundo, a falta de recursos financeiros para desenvolver as ações e, por fim, o profissional qualificado na área. 

“Posso dizer que esses são os três grandes desafios que nós fazemos nesse levantamento e que o projeto busca sanar, porque quando falamos das capacitações e da formação é dentro desse aspecto, bem como o fomento do Ministério da Educação com o PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola), e a sustentabilidade também é uma outra que pode ajudar com os recursos financeiros necessários para a implantação desses projetos”, reforça Viviane Faria.

Ela esclarece que, além da Seduc e da Semarh, o programa conta também parcerias locais em determinados territórios, como o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), na cidade de Parnaíba, litoral do Piauí, e o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) nas ações de preservação da flora e da fauna no território piauiense.

Professora defende a criação de plano de forma coletiva

Sobre a importância dessa oficina que aconteceu em Teresina, a professora focal da Educação Ambiental da Seduc, Luana Batista, foi taxativa ao afirmar: “Nós estamos tratando da inserção da implementação da política estadual de educação ambiental dentro do currículo da escola. Nessa perspectiva de fato que as escolas possam trabalhar dentro do projeto político pedagógico, ações de educação ambiental e que seja uma prática contínua e permanente, não de forma pontual como algumas escolas vêm fazendo”, explica, acrescentando que a ideia é a elaboração de construção de um plano de forma coletiva junto a cada gerência regional de educação com suas respectivas coordenadoras pedagógicas de escola. 

Professora Luanas falou sobre a implementação da política estadual de educação ambiental.  (Foto: Gilson Rocha)

E, no segundo momento, observa a professora, dando continuidade a essa ação, que a escola possa estar construindo seu plano individual de ações de educação ambiental até o final do ano, para ser inserido já nos próximos dois anos, ou seja, 2025 e 2026, dentro da política estadual de educação ambiental do governador do Piauí, Rafael Fonteles, que é um dos interessados, juntamente com o secretário de Meio Ambiente, Daniel Oliveira, e de Educação, Washington Bandeira, e essa equipe que está engajada, que é um grupo sinergético entre Seduc e Semarh, que está fazendo essa construção acontecer como forma de disseminar em todas as regionais do Estado do Piauí.

“Poluição compromete abastecimento de água”, alerta auditor do TCE-PI

O Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI), por meio de sua Diretoria de Fiscalização de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano (DFINFRA), apresentou um levantamento preocupante sobre o abastecimento de água nos municípios piauienses, em abril de 2024, durante a Sessão Plenária. O processo foi relatado pela conselheira Waltânia Alvarenga.

O auditor Bruno Cavalcanti, diretor da DFINFRA, destacou a seriedade da situação, especialmente em relação à poluição dos rios, que afeta diretamente a qualidade da água fornecida à população. "A poluição dos rios compromete o abastecimento de água, prejudicando tanto o meio ambiente quanto a saúde pública", afirmou Cavalcanti.

Bruno Cavalcanti alerta para problemas de abastecimento de água. (Foto: Reprodução)

Durante a apresentação, ele enfatizou que o objetivo do levantamento foi avaliar a abrangência e a qualidade do serviço de abastecimento, além de examinar os "efeitos devastadores da poluição dos corpos d'água" que abastecem as cidades piauienses. Segundo o auditor, a degradação dos rios, causada pela falta de tratamento de esgoto em muitos municípios, coloca em risco a continuidade do abastecimento.

O diagnóstico revelou que, enquanto 93% da população urbana do Piauí tem acesso à água potável, a situação no meio rural é "alarmante", com apenas 47% de cobertura. "Esse cenário é agravado pela poluição dos rios, já que apenas 128 dos 224 municípios do estado têm algum tipo de tratamento de água", alertou Cavalcanti. Ele também mencionou a falta de políticas municipais eficazes de saneamento básico, que contribuem para o despejo de esgoto não tratado diretamente nos rios, aumentando os riscos de contaminação.

Mapa mostra levantamento quanto ao abastecimento de água nas cidades do Piauí. (Foto: Reprodução)

Em âmbito nacional, Cavalcanti destacou que o Piauí ocupa o 9º lugar entre os estados com pior índice de abastecimento de água, com uma cobertura de apenas 78%, o que representa aproximadamente 2,5 milhões de pessoas atendidas. "Essa estatística indica uma situação alarmante, com mais de 680 mil pessoas no estado sem acesso ao abastecimento de água", reforçou o auditor.

Audiência discutiu a problemática de poluição dos rios. (Foto: Reprodução)

Diante desse cenário, o TCE-PI emitirá alertas às prefeituras para que adotem "medidas urgentes" a fim de cumprir as metas de universalização do abastecimento de água e saneamento previstas na legislação federal. Os resultados do estudo também serão compartilhados com órgãos de controle e autoridades competentes, visando incentivar ações que revertam o quadro de poluição e melhorem a qualidade da água no estado.

Biólogo alerta: crescimento populacional aumenta poluição dos rios

Há mais de 20 anos dedicando seu tempo aos estudos sobre o meio ambiente, o biólogo José de Ribamar de Sousa Rocha – com doutorado em Botânica e na área ambiental, além de ser professor do mestrado em meio ambiente de desenvolvimento da Universidade Federal do Piauí (Ufpi) – tem se mostrado preocupado com a qualidade das águas dos rios piauienses. “A gente tem, neste momento, uma diminuição do nível do rio, então, isso faz com que os esgotos sem tratamento lançados no rio aumentem a sua concentração e também o seu impacto. Temos um recurso natural dado pela natureza que são as plantas conhecidas como aguapés. Elas funcionam como filtro da água, só que no momento elas têm uma grande disponibilidade de matéria orgânica para se alimentarem, portanto, elas se proliferam e crescem. É uma das plantas que tem um crescimento mais rápido no mundo. Então, com essa grande disponibilidade de alimento, elas cobrem o espelho d’água. Com isso, ela está indicando que a qualidade da água dos nossos rios está muito baixa, e que tem uma grande quantidade de matéria orgânica em suspensão e, claro, outras substâncias nocivas para a saúde”, diz. 

O ambientalista esclarece, ainda, que essa matéria orgânica vai entrar em decomposição pela ação de bactérias, fungos, e dessa decomposição vai gerar aquele cheiro desagradável que vai permanecer na água. Com isso, a água vai perder sua transparência, ficar turva, e também toda essa decomposição vai gerar substâncias que vão dar um cheiro, um gosto e uma cor estranha para a água. Então quando ela for tratada, traços desses resíduos poderão permanecer na água que será distribuída para a população, que vai sentir essa turbidez, uma água com uma cor diferente, um odor diferente e um gosto diferente da água potável, da água pura”, pontua ele. 

 Ribamar de Sousa Rocha faz estudos sobre o meio ambiente. (Foto: Arquivo Pessoal)

O especialista em meio ambiente afirma que o crescimento urbano está contribuindo para a poluição dos rios, pois quanto mais casas, mais usuários de água, mais esgoto vai ter a geração. “E se esses esgotos não forem tratados, então é maior quantidade desse impactante lançado nos rios”. 

Ele conta que é a favor de um projeto que vise a preservação do rio, a educação ambiental da população, enfim, uma campanha de conscientização do uso da água o mais cedo possível.  Ribamar Rocha acredita que não existe um controle consciente. “Não existe um consumo consciente porque a gente não tem uma educação para este consumo consciente. A gente vem de uma cultura onde a água é uma fonte infinita que a gente pode utilizar indiscriminadamente. E é um erro a gente continuar acreditando nessa premissa”, alerta o ambientalista. 

Estudos objetivam avaliar riscos de poluição dos rios de Teresina. (Foto: Divulgação)

Sobre a importância da água e esgotos tratados para a prevenção de doenças e melhoria na saúde pública, ele disse ser imprescindível. “A água não tratada vai favorecer diversos tipos de doença e a proliferação de vetores, por exemplo. Um saneamento baixo vai favorecer vetores como o mosquito. E a gente viveu um momento de muitas doenças transmitidas por mosquito e isso é um espelho da condição sanitária que a gente vive, revelando que é uma condição sanitária que precisa urgentemente de cuidados e providências”, pontua Ribamar Rocha.

compostagem sustentável é alternativa para reduzir desperdício

Na contramão do desperdício e poluição ambiental, a Ninho do Verde Compostagem – que completou dois anos em agosto de 2024 - surgiu com uma proposta que trabalha com inovação e sustentabilidade. Enquanto existem tantas empresas que trabalham e que destroem o meio ambiente, a empresa surgiu para fazer a diferença. “Então um dos objetivos da Ninho é fazer a compostagem e torná-la uma ideia de trabalhar o resíduo orgânico, fazer com que as pessoas trabalhem com seus resíduos, entendam que a responsabilidade é delas e assim trabalham os resíduos, trabalham o resíduo orgânico”, explica uma das criadoras da empresa, Lígia Rocha, destacando o foco em minimizar os impactos gerados ao meio ambiente pela geração de resíduos orgânicos.

Ninho do Verde alerta para o desperdício de alimentos. (Foto: Reprodução Instagram)

É importante frisar que a empresa oferece um serviço de assinatura para a coleta desse tipo de lixo em condomínios e residências, destinando-o à compostagem, onde os resíduos são convertidos em composto orgânico, substrato de fibra de coco, biofertilizante e fibra de coco. Além disso, a empresa promove ações voltadas para a educação ambiental. “A gente recolhe o resíduo e no final do mês eles recebem uma parte em adubo e estão fazendo a parte delas também com relação à sustentabilidade”, pondera Lígia, mencionando que realiza este tipo de trabalho em eventos, seja do governo ou particulares

Grupo que representa o trabalho de compostagem realizado pela Ninho do Verde. (Foto: Reprodução Instagram)

“Entre as principais ações, a gente trabalha com a educação ambiental, porque precisa desse trabalho para poder trazer de volta as pessoas e as suas responsabilidades para que possam trabalhar a questão do lixo”, justifica a idealizadora do empreendimento, lembrando que uma das novidades que a Ninho do Verde começou a desenvolver na prática é um trabalho de ecoponto. “A ideia é que a pessoa traga o seu resíduo até a nossa sede, que fica aqui na zona Norte de Teresina e, a partir daí, ela se responsabiliza e a comunidade participe. 

Outro trabalho que a Ninho realiza na comunidade beneficiou escolas, junto à Universidade Federal, através do Centro de Excelência e Sustentabilidade, e o Ministério da Ciência e Tecnologia. “A gente fez a validação da nossa ideia de empresa através da compostagem nas escolas, então escolhemos as creches da zona Norte. Foi um trabalho com uma comunidade e eles estão continuando depois que a gente terminou e foi um trabalho de seis meses”, diz a empreendedora empolgada. 

Lígia Rocha destaca a importância de discutir sustentabilidade com responsabilidade. (Foto: Reprodução)

Lígia esclarece que o maior desafio para quem trabalha com sustentabilidade é o mito de que é 'algo não necessário'. Sendo assim, o maior desafio é a mudança de mentalidade das pessoas, “ou seja, é começar a ver a questão da responsabilidade com o resíduo, entender que é isso que a gente já faz, até porque o Brasil, principalmente o Sul e o Sudeste, fazem com muita grandeza e no resto do mundo isso já é uma política pública que a gente está brigando”. 

Lígia relata, ainda, como é feita a apresentação do processo da compostagem, para gestores, por exemplo, e no que se transforma, destacando os ganhos provenientes da implantação do projeto na cidade. “Então, um município pequeno com certeza ganharia muito fazendo a compostagem, pois diminuiria o lixão, pois com a gestão correta dos resíduos, trabalharia todos eles e cada um iria para um lugar”, pondera, enfatizando que isso também iria gerar emprego e renda. Para isso, ela mostra as qualidades e os benefícios que o gestor vai ter a longo prazo, seja educando, conversando e mostrando o quão importante é a compostagem

Equipe trabalha em evento para separar lixo e aproveitar na compostagem. (Foto: Reprodução Instagram)

Para finalizar, Lígia Rocha falou sobre as metas e objetivos que a Ninho do Verde pretende alcançar através da criação de uma Escola do Compostagem em Teresina para servir de referência para outras cidades. “A gente está finalizando algumas obras aqui e vamos trazer as pessoas para conhecerem composteiras de forma diferente, como você pode fazer em casa e no seu apartamento, como você pode levar isso para a sua cidade e para o seu sítio. A ideia é que as pessoas tenham o hábito de compostar. Se não fizerem sozinhas, que façam com a gente. E melhor ainda, se quiserem juntar com a gente, vão fazer disso uma política pública, que é o ideal, ou seja, as pessoas não precisariam pagar por isso, já que a prefeitura se responsabilizaria por estar fazendo isso”, esclarece.

Lígia explica que crianças aprendem desde cedo a cuidar do meio ambiente. (Foto: Reprodução Instagram)

Por fim, ela foi taxativa ao particularizar a importância da preservação de espaços verdes em uma cidade. Diante disso, Lígia conta que a Ninho contribui no sentido de estar fazendo a sua parte, através da plantação de mudas em áreas verdes. Ela diz que as áreas verdes são importantes “porque é uma forma da gente se reconectar com a natureza, porque a gente também é natureza. E esse contato com a natureza é importante nesse sentido, da gente trazer nessas áreas verdes também essa captura do gás carbônico que também faz bem para gente”.

 

Estudante cria dispositivo sustentável para monitoramento hídrico

Vencedor do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo 2024, promovido pelo Stockholm International Water Institute (SIWI), conhecido como o Prêmio Nobel da Ciência Jovem, ocorrido em agosto de 2024, na Suécia, o estudante piauiense Manoel José Nunes Neto, de 17 anos, também é um defensor do meio ambiente e passou noites em claro estudando e pesquisando uma forma de colaborar com o planeta. E o resultado de tal dedicação é que desenvolveu o "Rover Aquático Autônomo", que é um dispositivo de baixo custo e alta eficiência capaz de detectar diversos parâmetros da água, como pH, temperatura, turbidez e a presença de metais pesados. Ele revela que sua principal motivação foi justamente a preocupação com relação a população ribeirinha, bem como a água contaminada.

Manoel Neto mostra o Rover Aquático, um dispositivo a serviço do meio ambiente. (Foto: Arquivo Pessoal)

Sobre a importância e contribuição do Rover Aquático para a preservação de ecossistemas marinhos e fluviais, Manoel explica que “ele funciona como sentinela, ou seja, verificando as contaminações presentes no corpo hídrico, mas não sabe qual tipo de contaminação. Sabe onde ela está, pois ele faz o mapeamento onde tem as maiores alterações físico-químicas”, pondera. 

Segundo ele, o dispositivo fica por muito tempo em um rio ou lago, por exemplo, e durante todo esse período fica verificando se a água está com alterações nos valores físico-químicos ou não. O jovem conta que também fez testes quanto a contaminação em esgoto ou rio por fezes humanas e revela que o governo, através dos rovers, pode identificar onde esses focos de contaminação estão exatamente. “Assim, tem como eles terem uma resposta bem mais rápida e bem mais efetiva quando sabem de onde está vindo a contaminação”, observa o estudante

Rover Aquático durante teste da qualidade da água do lago no Parque da Cidadania. (Foto: Arquivo Pessoal)

A tecnologia do Rover Aquático pode ser usada também no monitoramento ambiental, já que o dispositivo pode ser colocado no rio e quando identificada a contaminação, ele aciona os órgãos responsáveis pelo saneamento básico, que colhe uma amostra desse rio. Em seguida, leva para laboratórios para saber que tipo de contaminação existe. 

Manoel Neto disse que o Rover Aquático foi desenvolvido justamente para atuar em áreas de difícil acesso, em que o operador só precisa colocar o equipamento na encosta e seleciona a rota que ele deva fazer. 

Manoel leva seu dispositivo para mais um teste da coleta de água para análise. (Foto: Arquivo Pessoal)

É preciso esclarecer, ainda, que a coleta de dados realizada pelo Rover Aquático pode influenciar políticas públicas voltadas para conservação ambiental. Até porque, com base nessas informações, “tem como a gente ter medidas mais efetivas voltadas para o cuidado ambiental, como por exemplo, se uma indústria libera um composto químico em um rio, tem como a gente saber se realmente essa empresa fez essa liberação e o local que essa liberação foi feita”, pondera o jovem. 

O Rover Aquático pode ajudar na pesquisa sobre mudanças climáticas em ambientes aquáticos, justamente porque pode armazenar todos os dados referentes a rios ou lagos. Manoel esclarece que, de posse desses dados, é possível estudar como as alterações climáticas estão de acordo com esses parâmetros. Ou seja, se um rio tem um parâmetro elevado é tal dia; como é que ele consegue influenciar em alteração climática, ou como a alteração climática está alterando o rio. 

Rover Aquático também foi usado em estação de tratamento da Águas de Teresina. (Foto: Arquivo Pessoal)

Por fim, Manoel Neto espera que sua invenção possa ajudar o meio ambiente, tornando o Rover mais eficiente, uma vez que foi criado justamente para comunidades ribeirinhas que sofrem muito com contaminação por metais pesados, sendo o Rover um equipamento de baixo custo, versátil e que pode ser utilizado, tanto por técnicos quanto por pessoas como leigos que não têm conhecimentos tão avançados sobre a qualidade da água.

Dispositivo analisa qualidade da água em reservatório. (Foto: Arquivo Pessoal)

É importante que pessoas tenham o Rover para ajudar no dia a dia, bem como incentivar a educação ambiental desde cedo, até porque na comunidade ribeirinha as famílias não sabem se o rio que tomam banho todo dia e pescam todos os dias, está contaminado ou não. Sendo assim, esses dados coletados pelo equipamento sobre água são acessíveis para qualquer tipo de pessoa e o Rover, portanto, incentiva a educação ambiental e conscientiza sobre a preservação dos recursos hídricos porque fornece todos esses dados acessíveis para pessoas que têm conhecimento científico ou não. 

Quanto ao seu legado para futuras gerações, o pesquisador foi taxativo: “Eu sempre fiz projetos voltados para a sociedade e sempre vi as pessoas que mais sofrem de uma forma diferente. Quero que meus projetos ajudem esse tipo de pessoa e que consiga influenciar a sociedade de uma forma”, conclui.

Águas de Teresina impulsiona saneamento e preserva rios 

A Águas de Teresina desenvolve diversas ações que contribuem com a preservação ambiental da cidade. Umas das principais consiste no avanço das obras de esgotamento sanitário na capital e que contribuem com o aumento da cobertura dos serviços de coleta de tratamento de esgoto que diminuem o lançamento de esgoto bruto direto nos rios Poti e Parnaíba, contribuindo diretamente com a saúde desses corpos hídricos. 

Além, disso, a empresa realiza ações educativas por meio dos projetos sociais como o Saúde Nota 10 em escolas municipais, o programa Portas Abertas com a comunidade, bem como campanhas em semanas do Dia Mundial da Água e Semana do Meio Ambiente que tratam temas relacionados ao consumo consciente da água e a importância de utilização correta da rede de esgotamento sanitário para manter a cidade mais saudável. 

Danilo Almeida explica processo de tratalmento da água para consumo em Teresina. (Foto: Reprodução)

Conforme o diretor executivo da Águas de Teresina, o Danilo Almeida, a concessionária atua para garantir a sustentabilidade no abastecimento de água para a população. “A partir de melhorias contínuas na rede, como investimentos em tecnologias na operação e tratamento, bem como ampliação da captação de água para o tratamento em mais de 2.160.000 litros por hora. Além disso, no período de altas temperaturas, como o B-R-O Bró, a empresa incrementa o sistema com melhorias que otimizam o fornecimento de água aos teresinenses e garante o padrão de atendimento de acordo com o crescimento da cidade, dando assim continuidade ao abastecimento de forma regular”, justifica.

O executivo acrescenta que a empresa está contribuindo para a redução do impacto ambiental das suas operações em Teresina. Danilo revela que está sendo implantada uma usina solar para compensar o consumo de energia nas unidades da concessionária, por uma energia renovável e limpa. A potência instalada é sufiente para uma redução de 2.473 toneladas de CO² por ano, o que equivale ao plantio de mais de 15 mil árvores por ano.

A Águas de Teresina também desenvolve projeto de educação ambiental para a comunidade local, segundo explica Danilo Almeida. Trata-se do Saúde Nota 10 que proporciona aos professores e alunos das escolas municipais a oportunidade de aprofundarem seus conhecimentos em cidadania, meio ambiente, água e saneamento. “Temas que são transversais a diversas disciplinas e proporcionam experiências in loco, em que os alunos são incentivados a pensar em soluções práticas, no que tange o uso da água e tratamento do esgoto, para sua escola e bairro”, enfatiza.

ETA 1 - Águas de Teresina tem focado na redução de perdas em temos de abastecimento. (Foto: Reprodução)

Ainda, dentro das escolas, a empresa desenvolve o projeto Pioneiros que desperta a conscientização acerca de questões ambientais e incentiva jovens a pensar de forma inovadora para propor soluções inéditas de saneamento nas comunidades onde vivem. Ao final do projeto, eles apresentam trabalhos que contribuem com a sustentabilidade do planeta.

Outro é o Programa Portas Abertas que tem o objetivo de fazer com que a Águas de Teresina receba visitantes para conhecer suas instalações, Estações de Tratamento de Água, Estações de Tratamento de Esgoto e Centros de Operação de forma qualificada e inovadora, respeitando as particularidades relacionadas ao perfil de cada grupo. Ao conhecer melhor o funcionamento da empresa, bem como os processos envolvidos em cada etapa do ciclo da água e do tratamento de esgoto, contribui-se para que a população entenda melhor o trabalho da concessionária e passe a valorizar ainda mais o serviço prestado, contribuindo para manutenção da licença social. Além disso, promove a sensibilização do uso consciente da água bem como utilização do sistema de esgotamento sanitário.

E tem ainda o programa de Voluntariado da Águas de Teresina que fomenta ações sociais lideradas por seus colaboradores de maneira estratégica e estruturada, aproximando empresa e comunidade, por meio de atendimento de demandas sociais locais. Dentre os trabalhos realizados, são planejadas ações com abordagens educativas sobre a preservação do meio ambiente.

Concessionária enfrenta desafios para preservar meio ambiente 

Apesar dos esforços, muitos são os desafios enfrentados pela Águas de Teresina na preservação do meio ambiente local. Dentre eles, repercutir uma cultura de preservação ambiental, a partir da mudança de hábitos da população, para que haja a valorização do serviço prestado, seja do abastecimento de água potável como o tratamento do esgoto. Trabalhar ações como coleta seletiva de pilhas/baterias e a segregação do óleo de cozinha, evitando que vá no ralo da pia. Com essas atitudes, a empresa espera mitigar situações como extravasamento de esgoto e manutenções antecipadas. 

“Atualmente, por exemplo, temos o desafio de incentivar a população a realizar conexão à rede de esgoto. Nos últimos dois anos, estão sendo investidos mais de 300 milhões de reais em infraestrutura de esgotamento sanitário e é muito importante que a população se conecte a essa nova rede de esgoto, para que possa usufruir realmente dos benefícios de se ter um esgoto tratado retornando ao meio ambiente”, diz Danilo Almeida. 

A empresa possui, ainda, um programa voltado para o uso eficiente da água ou combate ao desperdício, pois além de ações educativas desenvolvidas com a população, a concessionária possui o projeto de Combate a Perdas de Água, que já resultou na redução do índice de perdas no sistema, saindo de 69% (em 2017) para 31% em 2024. O feito é resultado de um trabalho árduo no combate à fraudes e redução de vazamentos, com substituição de redes e implantação de sistemas automáticos para detecção de vazamentos, implantação da automação e telemetria na operação de água. A meta é chegar a 25% até 2027.

Profissional analisa amostra de água para manter nível de qualidade. (Foto: Reprodução

A Águas de Teresina colabora também com outras instituições públicas e privadas para a preservação ambiental na cidade por meio de ações conjuntas com as Secretarias de Educação e Meio Ambiente, uma vez que são planejados eventos estratégicos, como a Semana do Meio Ambiente e Semana da Água. “Realizamos também, com apoio da SEMARH, a coleta e análise da potabilidade da água de poços em regiões quilombolas, no interior de Piauí. Ainda com a SEMARH fazemos a análise do rio Poti para verificar trechos que podem ser utilizados para banho”, complementa Danilo.

Quanto as metas da Águas de Teresina para os próximos anos em termos de sustentabilidade e preservação ambiental, o executivo afirmou que a empresa tem planos ousados e a exemplo da universalização do abastecimento de água, o próximo passo é universalizar os serviços de coleta e tratamento de esgoto. “Pois à medida em que se eleva o índice de cobertura dos serviços, é possível reduzir o nível de poluição que hoje são lançados nos rios Poti e Parnaíba. Isso fará que num futuro, a longo e médio prazo, seja possível alcançar uma condição de balneabilidade para o uso dos rios para turismo, banho e recreação.  Por isso seguimos avançando com as obras da infraestrutura de esgoto e proporcionar assim, uma melhor qualidade ambiental para os nossos corpos hídricos e, consequente melhor qualidade de vida para os teresinenses”, avalia.

ETA 2 é responsável por abastecimento de água que será usada e consumida pela população. (Foto: Reprodução)

É preciso deixar claro que a empresa realiza monitoramento da qualidade da água e das áreas de preservação em Teresina e isso é feito partir dos pontos de coleta de qualidade da água (pcqS). Atualmente, são 200 equipamentos espalhados em Teresina para monitoramento da qualidade da água, que permitem a coleta diária de amostras, com o objetivo de intensificar a análise e controle da qualidade da água que chega aos teresinenses.

Danilo Almeida pontuou que a Águas de Teresina está se preparando para enfrentar os impactos das mudanças climáticas na cidade, por destacar que este tema é muito sensível, que envolve não apenas Águas de Teresina, mas todos os órgãos governamentais (federal, estadual e municipal). “Hoje realizamos o plantio de mudas para arborização urbana, em parceria com órgãos ambientais como SEMAM e SEMARH e utilizamos também a energia renovável. Mas estamos fortalecendo a infraestrutura de saneamento, no eixo do sistema de água, com o planejamento de campanhas que trabalhem a redução do desperdício de água, principalmente no B-R-O-BRÓ. Entre as ações pensadas, estão a implantação de estruturas como nebulizadores em avenidas utilizadas para caminhadas”, finaliza o executivo.

Tecnologia impulsiona avanços no saneamento básico

A presença de tecnologias avançadas está cada vez mais enraizada na rotina diária das pessoas, impactando setores como educação, medicina, vendas, entretenimento e até saneamento básico. A aplicação dessas ferramentas tecnológicas em companhias de saneamento, por exemplo, visa otimizar processos e garantir mais eficiência na prestação de serviços de fornecimento de água e tratamento de esgoto.

Homens trabalham em bairros de Teresina na implantação de rede coletora e ligações de esgoto. (Foto: Reprodução)

Desde que assumiu a concessão em 2017, a Águas de Teresina tem investido alto em inovações tecnológicas para aprimorar sua operação. A concessionária já conseguiu universalizar o abastecimento de água na área urbana regular da cidade e se destaca pelo uso de automação e telemetria. Essas ferramentas permitem, por exemplo, uma leitura de dados mais precisa e rápida, resultando em uma gestão mais eficiente e em uma significativa redução de custos. “O impacto é uma operação com respostas mais ágeis e seguras, além da garantia de um abastecimento contínuo”, afirma Murilo Formiga, gerente de Operações da Águas de Teresina.

Murilo Formiga revela investimentos da Águas de Teresina no processo de fornecimento de água e tratamento de esgoto. (Foto: Reprodução)

Outro destaque da empresa é o uso do SeeSnake, um equipamento que realiza o monitoramento interno das tubulações de esgoto. Essa tecnologia garante a manutenção e o bom funcionamento da rede coletora de esgoto, prevenindo problemas que poderiam interromper o sistema. Com a ajuda de filmagens internas, é possível fazer manutenções preventivas e corretivas sem a necessidade de escavações desnecessárias, uma vez que o equipamento identifica o ponto exato das falhas na rede.

“Com o SeeSnake, conseguimos identificar bloqueios, fissuras, rupturas, infiltrações e até ligações clandestinas que afetam a operação correta do sistema de esgoto. Além disso, o aparelho localiza redes não cadastradas e poços de visita encobertos, permitindo a correção precisa dessas questões”, explica Rafael Spanhol, coordenador de Serviços da Águas de Teresina.

Confira alguns termos usados no saneamento:

Telemetria: Monitora remotamente o desempenho dos equipamentos, o nível de reservatórios e a pressão da rede. Também detecta problemas elétricos ou mecânicos em tempo real.

Automação: Permite o controle automático de equipamentos, ajustando a pressão conforme a demanda ou o nível dos reservatórios, sem a necessidade de intervenção manual.

SeeSnake: Com uma câmera acoplada a uma haste flexível e um monitor LCD, essa ferramenta permite inspeções visuais internas das tubulações. A iluminação em LED e o hodômetro integrado facilitam a detecção de anormalidades, calculando a distância percorrida nas redes, o que torna a manutenção mais eficiente.

Carregue mais
Veja Também
Tópicos
SEÇÕES