Após um ano do assassinato da estudante Janaína Bezerra, estuprada e morta em uma sala de estudos da Universidade Federal do Piauí (UFPI), no dia 28 de janeiro do ano passado durante uma calourada, a família ainda segue na luta pela condenação de Thiago Mayson, acusado de cometer o crime.
Isso porque ele foi condenado por homicídio qualificado, estupro de vulnerável, vilipêndio de cadáver, fraude processual, porém a qualificadora de feminicídio foi rejeitada pelos jurados. O julgamento, presidido pelo juiz Antônio Reis de Jesus Nollêto, aconteceu no dia 29 de setembro após dois adiamentos. A defesa de Janaína não descarta novo julgamento para que o acusado responda pelo crime de feminicídio.
A advogada de defesa da Família da Janaína, Florence Rosa, informou que conseguiram “evidências robustas de que os jurados não entenderam o que foi perguntado” durante a votação feita pelo júri. Segundo ela, este será o “principal argumento para a anulação do julgamento”.
“Nossa expectativa com o recurso é que o julgamento seja anulado, em razão dessa confusão dos jurados durante a votação. Da falta de compreensão do que estava sendo indagado a eles. Por essa razão, inclusive, que ele não foi condenado por homicídio qualificado e sim culposo. E que submetido a novo julgamento, dessa vez, os jurados possam ter a percepção do que está sendo perguntado e voltarem conforme o seu entendimento para que não haja, como foi da vez anterior, essa desclassificação de homicídio doloso para culposo”, disse a advogada de defesa ao reportér Matheus Oliveira da Rede Meio Norte.
O laudo do Instituto de Medicina Legal do Piauí revelou indícios de violência sexual contra Janaína e que a causa da morte foi um "trauma raquimedular [lesão na medula] por ação contundente". A jovem ainda foi estuprada mesmo após morta. O assassino chegou a fazer fotos da vítima durante o crime, enquanto ela estava sangrando.
MÃE DE JANAÍNA LAMENTA: “Vivo essa dor todos os dias”
O crime brutal chocou toda a população, e gerou repercussão nacional. Cheia de sonhos, Janaína deixa saudades e uma dor inconsolável para os familiares. A mãe da estudante, Maria do Socorro, afirma emocionada que não reviva a história, que causa nela além de revolta, muita tristeza.
“Tenho muita saudade da filha, eu continuo com muita tristeza, eu vivo essa dor todos os dias, todo dia é como se fosse tudo de novo, aquele mesmo sofrimento. Eu tô aqui continuando minha vida, trabalhando, mas sempre com saudade, e tristeza, mas é assim que é a vida”, disse.