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Corpo de Niède Guidon será velado no Museu do Homem Americano, em São Raimundo Nonato

Velório será aberto ao público e deve cumprir desejo da arqueóloga de ser sepultada no jardim de casa

Niède morava há décadas em São Raimundo Nonato, onde dedicou boa parte da vida à pesquisa | Foto: Arquivo pessoal
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A arqueóloga Niède Guidon será velada no Museu do Homem Americano, em São Raimundo Nonato, no Sul do Piauí. O velório será aberto ao público, segundo confirmou a chefe do Parque Nacional da Serra da Capivara, Marian Rodrigues ao MeioNews. Niéde morreu na madrugada desta quarta-feira (4), aos 92 anos.

Niède morava há décadas em São Raimundo Nonato, onde dedicou boa parte da vida à pesquisa, à preservação e à divulgação dos achados arqueológicos da região. Um desejos expressos por Niéde era ser sepultada no jardim de sua residência. O horário do velório será divulgado ao longo do dia.

A causa da morte ainda não foi divulgada pela equipe médica.

Luto oficial

O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), decretou luto oficial de três dias. Em suas redes sociais, ele mencionou o legado da pesquisadora.

"Niède dedicou sua vida à ciência e à preservação do Parque Nacional da Serra da Capivara, transformando o Piauí em protagonista global na conservação da natureza e do patrimônio cultural da humanidade. Sua contribuição seguirá inspirando gerações. Que Deus a receba e conforte familiares, amigos e admiradores", diz o comunicado.

Um nome que mudou a história

Nascida em Jaú, São Paulo, em 1923, Niède Guidon fez carreira acadêmica na França e dedicou mais de quatro décadas à arqueologia no Brasil. Foi professora universitária, membro titular da Academia Brasileira de Ciências e reconhecida com a Ordem Nacional do Mérito Científico.

Liderando escavações no Parque Nacional da Serra da Capivara, Guidon reuniu evidências que transformaram o entendimento sobre a presença humana nas Américas, ao comprovar que os primeiros habitantes do continente viveram na região há mais de 50 mil anos — muito antes do que se imaginava.

Além da pesquisa científica, lutou pela preservação do parque e fundou instituições como o Museu do Homem Americano e a Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM), enfrentando desafios logísticos, políticos e financeiros para manter viva a memória ancestral da região.

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