O corpo da jovem piauiense Iranilcy Oliveira, de 26 anos, assassinada a facadas pelo ex-companheiro em Setúbal, Portugal, foi liberado do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses de Portugal nesta segunda-feira (23), sete dias após o assassinato.
Segundo o pai, o translado está sendo providenciado e a expectativa é que o corpo chegue a Teresina até o fim da semana. O sepultamento deve ocorrer em São Miguel do Tapuio.
A família organizou uma campanha para arrecadar R$ 60 mil para o translado, valor que foi alcançado em menos de três dias. Agora, os parentes também precisam de recursos para custear as despesas com a recepção de familiares e o velório. A chave Pix disponibilizada é o número (86) 99422-2324.
“Na hora que fechamos a meta para o transporte, tornamos tudo público, e agora estamos focando em despesas com a chegada do corpo e acolhimento da família. Quem puder nos abençoar, será bem-vindo”, disse o pastor.
VIVIA SOB AGRESSÕES
Iranilcy já havia sido vítima de várias agressões durante e após o relacionamento. A informação foi confirmada ao MeioNews pelo pai da vítima, o pastor Ângelo Máximo Silva de Freitas.
Segundo ele, a filha viveu momentos de medo e sofrimento nas mãos de Gustavo Maciel, conhecido como Guga. Iranilcy escondia as agressões por medo do ex-marido, mas em algumas ocasiões chegou a mostrar marcas no corpo a familiares e pessoas próximas.
"Teve uma vez que ela disse que tinha caído da escada, mas a verdade é que ele empurrou minha filha”, relatou o pai. Segundo Ângelo, o caso aconteceu em Novo Oriente, no Ceará. "Ela tinha um machucado no rosto que foi provocado por ele", falou o homem.
Ainda de acordo com ele, Gustavo mantinha um relacionamento extraconjugal com uma mulher que morava na mesma rua onde o ex-casal vivia. A situação provocava tortura psicológica em Iranilcy, que pediu o divórcio após diversos episódios de traições e agressões.
O casal estava separado há cerca de um ano, mas mantinha contato por conta do filho de três anos e do trabalho. Mesmo após o fim do relacionamento, o comportamento violento de Guga não cessou.
“A gente tem testemunhas fortes de que ela sofria agressões lá em Portugal. As minhas outras filhas e parentes que iam visitar ela em Portugal viam como ele a tratava de forma agressiva”, contou o pastor, que lamentou: “Ele era um bicho, vivia uma vida dupla, enganava todo mundo”.
Barbearia onde ela foi morta havia sido aberta pelos dois
Iranilcy foi assassinada no último dia 16, dentro da barbearia onde trabalhava com Guga, na cidade de Setúbal. De acordo com a Polícia Judiciária portuguesa, os dois discutiram dentro do estabelecimento, já fechado ao público, e ele a atacou com golpes de faca no peito e no pescoço. Ela morreu no local.
Após o crime, Guga foi até uma delegacia da Polícia de Segurança Pública e confessou o assassinato. Ele está preso e responde por homicídio qualificado.
Criança segue com os avós paternos
O filho do casal, de apenas três anos, está sob os cuidados dos avós paternos. Sobre a guarda da criança, o pai de Iranilcy disse que a família ainda não tratou do assunto. “A gente não tem pensado nisso agora”, afirmou.
A família espera por justiça, mas reconhece que nada poderá apagar a dor da perda. “Hoje, a gente não sabe até onde vai a Justiça. Apesar dos pesares, nós lamentamos profundamente”, desabafou o pai.