Com mais de 23 mil atendimentos desde sua inauguração, a Casa da Mulher Brasileira de Teresina agora opera em regime de plantão 24 horas, todos os dias da semana. O novo esquema conta com equipes compostas por delegados(as) e oficiais investigadores, com escalas definidas mensalmente pela Diretoria de Proteção à Mulher e aos Grupos Vulneráveis. A medida foi oficializada na manhã desta segunda-feira (11).
Formalizada pela Portaria Normativa nº 24/2025/PC-PI, a ação visa garantir um atendimento mais ágil e humanizado a mulheres e meninas que sofrem violência na capital e na região metropolitana. O novo plantão busca reforçar a rede de proteção e ampliar a capacidade de resposta às situações de violência. As vítimas terão acesso imediato a serviços essenciais, como:
- Primeiro atendimento e acolhimento;
- Registro de boletins de ocorrência;
- Solicitação de medidas protetivas de urgência;
- Requisição de exames periciais.
O secretário de segurança, Chico Lucas, disse no evento, que a concentração dos serviços melhora a qualidade deles para que a assistência às mulheres seja mais efetiva.
Mais um passo que nós damos, nós tínhamos a Central de Flagrantes atendendo todos os crimes, agora nós vamos ter a Casa da Mulher Brasileira com o recorte de gênero, atendendo as mulheres vítimas de violência que necessitam de uma assistência diferenciada de outras instituições da Defensoria, da Assistência Social, da Secretaria Municipal e Estadual de Proteção e Prevenção à Violência contra a Mulher. Então tudo isso faz parte dessa política, por isso, a Central de Flagrantes agora vem para cá, para os crimes de feminicídios, a Patrulha Maria da Penha também estará aqui, que vai ter o seu plantão, fazendo com que a concentração dos serviços melhore a qualidade deles e a assistência às mulheres seja mais efetiva, disse.
O Delegado-Geral Luccy Keiko, destacou que haverá profissionais especializados para oferecer um atendimento acolhedor às vítimas. Segundo a autoridade policial, estão sendo avaliadas orientações para os casos em que se verifique a possibilidade de um crime mais grave, nos quais o delegado poderá dar voz de prisão, em vez de apenas protocolar medidas protetivas.
Aqui nós vamos ter delegadas, oficiais e investigadoras, profissionais como assistentes sociais, psicólogos, para dar um atendimento acolhedor às mulheres que cheguem aqui, para atendê-las rapidamente, para que protocolem as medidas protetivas, protocolem prisões quando necessário e também para fazer os flagrantes de conduzidos por violência doméstica. Então aqui nós temos um cartório, gabinete, local para as mulheres serem acolhidas, alojadas aqui temporariamente, para que o estado as proteja de forma plena. Não podemos deixar essa violência crescer contra as nossas mulheres por causa de um machismo estrutural. O indivíduo vai ter que saber que aqui no Piauí, se tentar fazer qualquer ato contra a mulher, ele vai ser realmente penalizado de forma dura e as mulheres precisam ser encorajadas a denunciar, saber que se procurar no Estado, o Estado vai estar presente para acolher eles para defendê-las e para punir o agressor, disse o delegado-geral.
No evento, a delegada Nathália Figueiredo, do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), falou sobre a importância do plantão na Casa da Mulher Brasileira.
Um plantão 24 horas para uma unidade como essa, que é a Casa da Mulher Brasileira, em que há um atendimento multidisciplinar, um acolhimento, é fundamental, né? O que a gente vem debatendo sempre. Não vai começar no feminicídio, é esse atendimento especializado nas outras formas de violência que a gente vai conseguir reduzir os índices de violência. E aqui nós temos toda a estrutura com apoio, inclusive, parabenizar o coronel Scheiwann, né? Que está dando esse suporte em termos de policiamento para que a gente consiga proteger da melhor forma possível nossas mulheres, disse a delegada.
A Diretora de Proteção à Mulher e aos Grupos Vulneráveis da Polícia Civil do Piauí, delegada Bruna Verena, fala sobre o atendimento que será realizado e sobre o agosto Lilás.
A gente está no agosto Lilás, que é o mês que a gente chama a sociedade para refletir sobre a violência contra a mulher, para refletir o que nós podemos fazer para diminuir essa violência. E hoje é um dia muito importante, porque a gente faz um plantão da Casa da Mulher Brasileira, com o órgão especializado em atendimento à mulher, aqui dentro. Então, a gente agora vai ter um plantão 24 horas para receber os flagrantes, atendendo a essa mulher, fazer boletim de ocorrência, medida protetiva, tudo isso para que essa mulher tenha mais chances de vir até a Especializada. De ter um bom acolhimento, a gente não perde essa mulher porque ela não foi atendida. Ela entra pela equipe psico-social, assistente social, vem para a delegacia para a gente conseguir resolver o problema.
O comandante da Polícia Militar do Piauí, coronel Scheiwann Lopes afirmou que haverá uma unidade da Patrulha Maria da Penha na Casa da Mulher Brasileira para fortalecer o policiamento.
A delegacia da Casa da Mulher, junto com a Unidade da Patrulha Maria da Penha e o reforço no policiamento patrimonial, fortalece o atendimento às demandas das mulheres. Neste Agosto Lilás, a Polícia Civil está integrada para responder aos problemas sociais relacionados à violência contra a mulher. Ressaltamos que a violência contra a mulher é um problema social e cultural, que exige ação conjunta de órgãos públicos, privados e da família. É um desafio multifacetado que precisa ser enfrentado coletivamente para reduzir esses índices preocupantes.