A polícia busca três foragidos envolvidos na execução de Jad Rubens Barros de Sousa, de 29 anos, assassinado em janeiro deste ano em Teresina. Entre eles está Mayara Marcela Cardoso Ribeiro, apontada como peça-chave no crime e que, segundo informações rastreadas pela investigação, pode ter se refugiado no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, sob proteção de membros do Comando Vermelho.
A informação foi revelada pelo delegado Danúbio Dias, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), durante entrevista à coluna. Segundo ele, a polícia conseguiu rastrear a suspeita até o Rio logo após o assassinato.
“A Mayara, até onde conseguimos rastrear, ela estava no Rio de Janeiro, lá com os indivíduos do Comando Vermelho, inclusive no Complexo do Alemão. Não conseguimos confirmar essa informação. Tínhamos essa informação de que ela estaria escondida lá.”
O delegado afirmou que esse possível refúgio estaria ligado à busca de proteção. “Recebemos essa informação [da localização] logo depois do assassinato. Tentamos rastrear ela até o Rio de Janeiro, mas infelizmente ela se desvinculou de alguns meios que poderiam nos levar à localização dela", falou Danúbio Dias.
o papel de Mayara no crime
A investigação aponta que Mayara teve participação direta na integração de Jad à facção criminosa responsável pela execução. “Foi ela quem apresentou o Jad para a facção. Foi ela que deu o aval para que a facção aceitasse o Jad como gerente de tráfico aqui no Piauí”, contou o delegado.
Segundo o DHPP, Jad atuava como gerente do tráfico para a Facção Família do Norte (FDN) no Piauí, intermediando drogas vindas do Amazonas. Ele teria acumulado uma dívida de R$ 30 mil com membros do grupo rival, o que motivou sua execução.
Quem são os foragidos
Além de Mayara Marcela, a polícia procura:
• Jorge Luís de Sousa da Silva (Jorginho) — que chegou a se relacionar com uma influenciadora digital;
• Rômulo Raphael dos Santos Morais — ainda não localizado.
Com a captura desses três, o delegado afirma que o caso poderá ser completamente encerrado: “Para fechar o caso faltam apenas essas três prisões.”
Prisões já realizadas
Três envolvidos já estão presos:
• Francisca Patrícia Rocha de Freitas — ex-esposa de “Léo Gordin”, líder do Bonde dos 40 no Piauí;
• Alison André de Moura Oliveira, o ‘Careca’ — disciplina da facção, participou do interrogatório;
• Raifran Machado de Araújo — apontado como um dos executores.
Prisão de Francisca Patrícia
Francisca Patrícia foi presa nesta quinta-feira (13), em um povoado na zona rural de Timon (MA). Ela é considerada uma das lideranças do Bonde dos 40 e teria atuado como “juíza” no tribunal do crime que sentenciou Jad.
“Ela era uma das lideranças da facção e agora vai para o prisional responder pelo crime. Trata-se de um homicídio.”, disse o delegado Danúbio Dias.
A prisão envolveu equipes do DHPP, Força Tática do 11º BPM de Timon, GOE e setores de inteligência dos dois estados.
O que aconteceu com Jad Rubens
• Jad foi sequestrado durante um baile de reggae na Vila Dagmar Mazza;
• Ele foi levado a um tribunal do crime e submetido a interrogatório;
• A execução ocorreu em área de matagal perto do Rodoanel, na zona Sul de Teresina;
• O corpo foi encontrado com tiro na nuca;
• A motivação: dívida de R$ 30 mil com membros da facção rival.