A Operação Gabinete de Ouro, que investiga um suposto esquema de corrupção, rachadinha, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro na gestão do ex-prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, entrou em uma fase decisiva e passou a alcançar novos núcleos e áreas sensíveis da administração municipal.
Ofícios à Fundação Monsenhor Chaves
No curso da investigação, a Polícia Civil do Piauí encaminhou dois ofícios à Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves, solicitando informações relacionadas ao esquema investigado, especialmente no contexto das apurações que envolvem a ex-chefe de gabinete Suelene Pessoa, conhecida como Sol Pessoa, apontada como figura central no esquema de rachadinha.
De acordo com fontes ligadas ao caso, as informações inicialmente prestadas não atenderam plenamente às solicitações da Polícia Civil. Diante disso, um novo ofício foi encaminhado à Prefeitura de Teresina na semana passada, reiterando pedidos e ampliando o detalhamento exigido pelos investigadores.
Cinco vereadores ouvidos
Até o momento, cinco vereadores já foram ouvidos no âmbito da Operação Gabinete de Ouro. As oitivas fazem parte da estratégia da Polícia Civil de esclarecer o fluxo de recursos, a estrutura de nomeações e possíveis interferências políticas dentro da administração municipal.
Compartilhamento com a Polícia Federal
As investigações também ganharam dimensão federal. Há compartilhamento formal de informações com a Polícia Federal, envolvendo recursos federais aplicados nas áreas da Cultura e da Saúde durante a gestão do ex-prefeito Dr. Pessoa.
Esse intercâmbio de dados pode resultar em novos desdobramentos e investigações paralelas, sobretudo em relação a contratos, repasses e pagamentos de terceirizados.
Laudos, oitivas finais e divisão por núcleos
A Polícia Civil devolveu os equipamentos apreendidos, o que indica o encerramento da fase de extração e espelhamento de dados.
Após a entrega dos laudos, devem ocorrer novas oitivas complementares, com reperguntas destinadas a sanar dúvidas remanescentes antes da elaboração do relatório final. O inquérito teve prorrogação de 30 dias, considerada suficiente para o encerramento desta etapa.
Para dar conta da complexidade do caso, a polícia decidiu dividir a investigação em núcleos, entre eles:
• Gabinete de Ouro, núcleo central e em fase final;
• “Lixo de Ouro”, ligado à área de resíduos;
• Eturb de Ouro, envolvendo a empresa municipal;
• Educação de Prata, que recebeu material compartilhado da Polícia Federal.
Novos alvos no radar
No núcleo da Educação, uma pessoa do círculo íntimo do ex-prefeito, conhecida nos bastidores como a “dona da Educação”, deve se tornar alvo da operação nos próximos dias, segundo fontes da investigação. Ela é apontada como alguém com forte influência sobre contratos e decisões internas da pasta.
As autoridades avaliam que a Operação Gabinete de Ouro ainda deve gerar novas fases, com possíveis indiciamentos e aprofundamento das apurações em diferentes setores da administração pública.