A família de Emilly Yassmyn Silva Oliveira, de 24 anos, vive dias de dor e revolta após a confirmação de que o corpo encontrado carbonizado na Estrada da Alegria, zona Sul de Teresina, era da jovem pernambucana desaparecida desde 30 de novembro. Nesta terça-feira (9), o tio de criação da vítima, Givanildo Silva, desabafou ao pedir justiça pela sobrinha e afirmou que a família teme que os suspeitos voltem às ruas.
“O que nós esperamos é que a Justiça condene essas pessoas. Eles não só mataram a Yasmin, eles tocaram fogo no corpo dela. Um homem que faz isso tem coragem de matar uma criança, um pai de família. É uma pessoa perversa. Esperamos que não coloquem esses homens na rua, para que outras mães e famílias não sofram o que estamos sofrendo”, disse.
Segundo Givanildo, a notícia da morte devastou todos da família. “Estamos arrasados. A mãe, a avó, os sobrinhos… eu criei ela, meu filho Breno cresceu com ela. Estamos destruídos.” A família é de baixa renda e viajou a Teresina em um carro emprestado para acompanhar o caso. “Viemos porque queremos justiça. Nossa família chora por justiça.”
Casa onde Emilly foi morta pertencia à ex-companheira de um dos suspeitos
A investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) revelou que a casa usada para o encontro e o assassinato de Emilly pertencia à ex-companheira de um dos suspeitos, que estava viajando e não sabia que o imóvel estava sendo utilizado. O delegado relatou que o local foi usado sem autorização e acabou se tornando palco do crime.
Como o crime aconteceu
Emilly havia terminado um programa no bairro Dirceu quando recebeu, pelas redes sociais, o convite de Hilton Carvalho, principal suspeito. No interrogatório, Hilton afirmou que teria “desistido” do programa e queria pagar apenas uma pequena parte do valor combinado, que era de R$ 1.500. A jovem teria dito que chamaria “amigos” para receber o restante. O suspeito afirmou ter se sentido intimidado e decidiu atacá-la. Ele aplicou um mata-leão, jogou o celular da vítima longe e a estrangulou com um fio de internet.
Com a ajuda de Neném, o corpo foi levado para uma área de mata a cerca de 10 km dali. Neném teria comprado combustível e ajudado a atear fogo no corpo da jovem, já sem vida.
Corpo reduzido a ossada e exame de DNA
Ao ser preso, Hilton indicou à polícia o local onde havia deixado o corpo, que já estava carbonizado e reduzido a ossada. O Instituto de Medicina Legal informou que será necessário realizar exame de DNA para confirmar formalmente a identidade da vítima.
A família aguarda liberação para levar o corpo para Petrolina (PE), onde Emilly morava.
Prisão preventiva e autuação dos suspeitos
Neste domingo (7), um dia após as prisões, o juiz João de Castro Silva converteu o flagrante em prisão preventiva de Hilton Carvalho e Carlos Roberto da Silva. A defesa pediu relaxamento da prisão, mas o pedido foi negado.