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Ana Azevedo continua sob monitoramento da Polícia Civil, confirma Charles Pessoa

A jovem é investigada por envolvimento com organização criminosa e por posse irregular de arma de fogo e munições de uso restrito.

Ana Azevedo | Reprodução

O delegado Charles Pessoa, coordenador do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), afirmou em entrevista que a influenciadora Ana Azevedo continua sendo monitorada pela equipe de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Piauí. A jovem é investigada por envolvimento com organização criminosa e por posse irregular de arma de fogo e munições de uso restrito.

Ana foi presa em abril deste ano durante a Operação Faixa Rosa, no Conjunto Pedro Balzi, zona Sudeste de Teresina. Na ocasião, a polícia apontou que ela utilizava as redes sociais para recrutar jovens para uma facção criminosa e até debochou da prisão em vídeo direcionado aos seguidores. Após 2 meses e 11 dias na Penitenciária Feminina, ela foi solta sob medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar noturno.

Mesmo após a liberdade, a influenciadora voltou às redes sociais em uma nova conta, onde exibe a tornozeleira, publica fotos com familiares e interage com seguidores. A reativação gerou questionamentos, já que parte dos perfis ligados a investigados da mesma operação foram retirados do ar por decisão judicial. Recentemente, um dos filhos menores de idade da jovem foi encontrado pela polícia em um carro com homens armados.

O que disse o delegado Charles Pessoa

Durante entrevista, o delegado explicou que o monitoramento é constante, mesmo para quem deixou o sistema prisional:

“Nós temos um trabalho de monitoramento permanente. As pessoas que são presas em operações coordenadas pelo Draco são encaminhadas ao sistema penitenciário. Algumas, por circunstâncias, são colocadas em liberdade, mas isso não significa que não continuem sendo monitoradas. Essas pessoas que são alvo de operações e prisões podem ter certeza que continuam sendo acompanhadas. E, se a gente identificar atuação novamente, qualquer indivíduo, homem ou mulher, independentemente de sexo ou condição social, nós iremos fazer outra visita.”

Ele também alertou que ex-presos que voltam ao convívio social não podem retomar vínculos com facções.

“Se eventualmente você tiver retornado ao convívio social e continuar interagindo com facções, pode configurar seus despertadores, porque as equipes da Segurança Pública são incansáveis para atingir nosso propósito, que é retirar esses indivíduos do nosso convívio social.”

Sobre as redes sociais, Charles Pessoa destacou ainda que, por decisão judicial, o departamento já solicitou a retirada de perfis de investigados ligados a facções, entre eles o de Ana Azevedo. Ele ressaltou que as redes sociais eram utilizadas para disseminar conteúdos da organização criminosa. 

“Essas pessoas não são cidadãs de bem, são criminosas que utilizavam justamente as redes sociais para disseminar essa cultura. Quantas pessoas foram influenciadas negativamente por integrantes de facção? Elas vêm causando um mal muito grande, utilizando essa ferramenta, mas não por conta própria, e sim por orientação da própria facção.”

Segundo ele, os conteúdos publicados eram parte de uma estratégia criminosa organizada:

“O que elas faziam, e se eventualmente continuam fazendo, é por orientação de uma estrutura piramidal, de uma facção que quer causar o mal para a sociedade brasileira. Nós estamos aqui justamente para evitar esse tipo de ação.”

O que diz a defesa

Os advogados de Ana Azevedo divulgaram nota afirmando que não há decisão judicial que proíba a influenciadora de utilizar redes sociais e, portanto, ela não descumpre medidas cautelares.

*** As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.
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