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Advogada da família de mulher morta por R$ 30 rebate defesa de suspeito: “Afronta à verdade”

O documento assinado por Gabriella Mourão também afirma que a defesa do suspeito tenta amenizar a gravidade do crime

Advogada da família de mulher morta por R$ 30 rebate defesa de suspeito | Reprodução

Em colaboração com Ananda Soares

A advogada Gabriella Mourão, que representa a família de Ana Karine Assunção Pereira, de 35 anos, rebateu nesta quinta-feira (7) a versão apresentada pela defesa de Wesley Nascimento, suspeito de matar a vítima após uma discussão por causa do pagamento de uma conta de cerca de R$ 30 em uma lanchonete no Centro de Teresina. Veja a nota completa abaixo.

Na nota, a advogada classificou como “afronta à verdade dos fatos” o uso de "descontrole coletivo” e “ausência de intenção homicida” na descrição do crime feita pelos advogados do suspeito. “Afronta não é apenas à memória de Ana Karine, mas também à verdade dos fatos já apurados pelas autoridades competentes”, afirmou Gabriella Mourão.

O documento assinado por Gabriella Mourão também afirma que a defesa do suspeito tenta amenizar a gravidade do crime. “Não se trata de uma fatalidade ou de um acidente, mas sim de um ato violento que ceifou, de forma cruel e covarde, a vida de uma mãe diante do próprio filho de apenas 11 anos”, escreveu a advogada.

Gabriella Mourão acrescentou que a vítima foi atingida por um golpe fatal na nuca, com uma faca, em um ambiente público e cercado de testemunhas, o que, segundo ela, demonstra a “violência injustificável do ato”.

Ela finalizou dizendo que a família está profundamente abalada, mas confiante na atuação da Justiça e das autoridades policiais para responsabilizar o autor por este feminicídio que chocou toda a sociedade piauiense.

NOTA 

Em nome da família de Ana Karine Assunção Pereira, mulher de 35 anos brutalmente assassinada no último sábado (02/08), em uma hamburgueria localizada na Avenida Miguel Rosa, no Centro de Teresina, esclareço e reafirmo que não se trata de uma fatalidade ou de um acidente, mas sim de um ato violento que ceifou, de forma cruel e covarde, a vida de uma mãe diante do próprio filho de apenas 11 anos. 

A tentativa de amenizar a gravidade do crime sob o pretexto de "descontrole coletivo" ou "ausência de intenção homicida" afronta não apenas a memória de Ana Karine, mas também a verdade dos fatos já apurados pelas autoridades competentes. A vítima foi atingida por um golpe fatal na nuca, com uma faca, enquanto estava em um ambiente público e cercada de testemunhas, o que demonstra a violência injustificável do ato.

 A família está profundamente abalada, mas confia na atuação firme da Justiça e das autoridades policiais, no sentido de responsabilizar o autor por este feminicídio que chocou toda a sociedade piauiense. Seguiremos acompanhando cada etapa do processo, exigindo justiça em nome de Ana Karine, para que sua morte não seja invisibilizada ou banalizada.

O que diz a defesa do homem

A defesa de Wesley Nascimento, feita pelos advogados Eduardo Marques Fonsêca Sindô e Jordana Maria Fontinele Nascimento, havia divulgado nota mais cedo, também nesta quinta-feira (7), negando que o suspeito esteja foragido. Eles alegam que não há mandado de prisão expedido contra Wesley e que, por isso, ele “não é considerado foragido, salvo comprovação em contrário a ser realizada pela autoridade competente”.

O documento sustenta que a morte de Ana Karine foi resultado de uma confusão generalizada, com lesões corporais recíprocas entre os envolvidos. Os advogados afirmam que Wesley desferiu um único golpe com uma faca de mesa, sem intenção homicida, e que a vítima teve “participação ativa e agressiva” na briga.

A defesa também pede que a imprensa evite julgamentos precipitados e afirma que Wesley tem bons antecedentes, trabalho definido e residência fixa.

O que aconteceu

O crime aconteceu na madrugada do último sábado (2), na hamburgueria Dog Burguer, localizada na Avenida Miguel Rosa. Segundo a Polícia Civil, Ana Karine foi morta com um golpe de faca após uma discussão iniciada por conta de uma dívida de R$ 30. Testemunhas relataram que o suspeito agrediu fisicamente a irmã da vítima antes de atingi-la com a faca.

Wesley, também conhecido como “Elfo” ou “China”, é companheiro da dona do estabelecimento. Ele teve a imagem divulgada pela Polícia Civil e é considerado foragido.

A delegada Nathália Figueiredo, coordenadora do Núcleo de Feminicídios do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou que o crime foi cometido “de forma extremamente cruel”, na frente do filho da vítima, de 11 anos, que presenciou toda a cena, mas não ficou ferido.

O DHPP segue com as investigações e reforça o pedido de informações sobre o paradeiro do suspeito. Denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo Disque 181.

*** As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.
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