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Chineses presos com quase duas toneladas de barbatanas em Parnaíba são liberados pela Justiça

Os chineses deverão pagar fiança de R$ 10 mil cada em até cinco dias úteis.

Xinting Wang e Hang Lin foram soltos após serem flagrados com barbatanas de tubarão e cavalos-marinhos | Foto: Reprodução
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Os dois chineses presos em flagrante em Parnaíba, no litoral do Piauí, com quase duas toneladas de barbatanas de tubarão e 6 quilos de cavalos-marinhos foram soltos por decisão da Justiça Federal do Piauí.

A liberdade de Xinting Wang e Hang Lin foi autorizada pelo juiz federal José Gutemberg de Barros Filho, da Vara Federal de Parnaíba, na última sexta-feira (3). Ele decidiu revogar parte da prisão preventiva e aplicar medidas cautelares no lugar da prisão. Segundo a decisão, não havia motivos suficientes para manter os dois presos, já que não foi comprovado risco para a sociedade.

Prisão e investigação

A prisão havia ocorrido durante uma grande operação realizada no dia 25 de setembro, que envolveu a Polícia Militar, Polícia Federal, Vigilância Sanitária Municipal e a Secretaria de Meio Ambiente de Parnaíba (Semar).

A ação começou após denúncias de forte cheiro e movimentação suspeita durante a madrugada em uma residência da cidade. Quando chegaram ao local, os agentes flagraram dois homens tentando fugir pulando o muro. Após serem abordados, eles autorizaram a entrada parcial da equipe, que encontrou uma grande quantidade de barbatanas.

Barbatanas de tubarão e cavalos-marinhos foram encontrados em uma casa em Parnaíba | Foto: Polícia Militar

Com o apoio da Polícia Federal, as equipes retornaram ao imóvel e descobriram uma estrutura completa para o processamento ilegal de produtos marinhos. No local, havia barbatanas de tubarão em vários estágios de secagem e trituração, cavalos-marinhos, bexigas natatórias de peixe, caixas para estocagem, balanças de precisão, embalagens e grande quantidade de peróxido de hidrogênio.

Também foram encontrados comprovantes de transações financeiras de alto valor, cartões bancários e documentos brasileiros e chineses ligados aos suspeitos. A equipe constatou ainda furto de energia elétrica por meio de ligações clandestinas.

De acordo com os órgãos de fiscalização, o caso é considerado um dos maiores crimes ambientais já registrados na região.

Decisão da Justiça

O juiz entendeu que medidas alternativas à prisão são suficientes para garantir o andamento do processo, já que o caso ainda está em fase inicial. Ele também levou em conta os laços dos dois suspeitos com o Brasil.

Xinting Wang mora em Parnaíba há mais de dez anos, é empresário e tem um filho brasileiro. Já Hang Lin, que vive há menos tempo no país, apresentou documentos comprovando residência em Belém (PA) e vínculo de trabalho.

O juiz também destacou que os dois não falam português, o que pode dificultar sua defesa se continuassem presos.

Condições para a liberdade

Os chineses deverão pagar fiança de R$ 10 mil cada em até cinco dias úteis. Eles também precisam entregar os passaportes à Polícia Federal em até dois dias e não podem sair do endereço informado por mais de três dias sem autorização da Justiça.

Caso descumpram alguma dessas regras, poderão voltar para a prisão. A Vara Federal determinou ainda que todas as condições da decisão sejam traduzidas para o mandarim, para garantir que os acusados compreendam as regras.

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