O Índice de Vulnerabilidade Multidimensional Não Monetário (IVM-NM), que indica a proporção de pessoas com algum grau de vulnerabilidade social no estado do Piauí caiu de 24,6, no período de 2008-2009, para 12,4, no período de 2017-2018, uma redução de 12,2 pontos percentuais, o equivalente a uma queda de 49,5% naquele período. São informações constantes da publicação do IBGE denominada “Evolução dos Indicadores não Monetários de Pobreza e Qualidade de Vida no Brasil com Base na Pesquisa de Orçamentos Familiares”.
No Brasil o IVM-NM caiu de 14,5, no período 2008-2009, para 7,7, no período 2017-2018, queda de 6,8 pontos percentuais, o equivalente a uma redução de 46,9% naquele período, pouco inferior à queda observada para o Piauí (49,5%). Dentre os estados a maior queda foi a observada em Santa Catarina, de 65,8%, e a menor aquela observada para o Rio de Janeiro, com 36,2%. O valor do índice é apresentado em uma escala de 0 a 100, sendo 100 o maior nível possível de vulnerabilidade multidimensional não monetário que uma sociedade pode registrar.
No período 2008-2009, o Piauí com seu IVM-NM de 24,6 detinha cerca de 96,9% da população com algum grau de vulnerabilidade social, tendo passado no período 2017-2018 a um IVM-NM de 12,4, com cerca de 85,2% da população, o que representa uma redução de 11,7 pontos percentuais na proporção de pessoas em vulnerabilidade no estado. No Brasil, em 2008-2009, o IVM-NM era de 14,5, apresentando cerca de 81,7% da população com algum grau de vulnerabilidade, tendo passado em 2017-2018 a um IVM-NM de 7,7, com 63,8% da população, uma queda de 17,9 pontos percentuais na proporção de pessoas em vulnerabilidade no período.
Unidades da Federação | IVM-NM | Proporção de pessoas com algum grau de vulnerabilidade (%) |
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Maranhão | 17,4 | 93,3 | |
Pará | 15,7 | 89,1 | |
Acre | 15,1 | 89,0 | |
Amapá | 13,5 | 88,5 | |
Alagoas | 13,1 | 85,3 | |
Amazonas | 12,8 | 83,6 | |
Piauí | 12,4 | 85,2 | |
Paraíba | 12,1 | 81,2 | |
Pernambuco | 11,9 | 81,4 | |
Rio Grande do Norte | 11,7 | 81,9 | |
Bahia | 11,3 | 79,9 | |
Rondônia | 10,2 | 84,8 | |
Ceará | 10,1 | 78,9 | |
Sergipe | 10,0 | 76,4 | |
Tocantins | 9,7 | 80,7 | |
Roraima | 8,4 | 72,3 | |
Goiás | 8,1 | 69,2 | |
Mato Grosso | 7,9 | 74,7 | |
Rio de Janeiro | 6,8 | 59,9 | |
Mato Grosso do Sul | 6,7 | 69,0 | |
Espírito Santo | 5,9 | 58,8 | |
Distrito Federal | 5,7 | 57,8 | |
Minas Gerais | 5,6 | 58,1 | |
Rio Grande do Sul | 4,7 | 53,6 | |
São Paulo | 3,9 | 45,7 | |
Paraná | 3,8 | 45,7 | |
Santa Catarina | 2,6 | 40,0 |
O Índice de Vulnerabilidade Multidimensional Não Monetário (IVM-NM) é calculado de forma equivalente ao Índice de Pobreza Multidimensional Não Monetário (IPM-NM), a partir das perdas individuais de qualidade de vida, considerando um amplo conjunto de indicadores não monetários que estão distribuídos em seis dimensões: Moradia; Acesso aos serviços de utilidade pública; Saúde e alimentação; Educação; Acesso aos serviços financeiros e padrão de vida; Transporte e lazer.
Na definição do Índice de Vulnerabilidade Multidimensional Não Monetário (IVM-NM) são consideradas aquelas pessoas que apresentavam perda individual de qualidade de vida em pelo menos 1/6, ou 16,6%, dos 50 indicadores não monetários objetivos e subjetivos contidos nas seis dimensões acima. Por sua vez, na definição do Índice de Pobreza Multidimensional Não Monetário (IPM-NM) o limite para inclusão de pessoas que apresentavam perda individual de qualidade de vida era maior que o do IVM-NM, somente computando-se a partir de 1/3, ou 33,3%, sobre os 50 indicadores não monetários objetivos e subjetivos contidos nas seis dimensões, razão pela qual temos uma menor proporção de pessoas com algum grau de pobreza do que com algum grau de vulnerabilidade.
A dimensão com a maior perda de qualidade de vida afetando a vulnerabilidade social da população, e portanto com maior peso para o IVM-NM do Piauí, de 4,3, no período 2017-2018, é a que envolve o acesso aos serviços financeiros e padrão de vida, com 19,9%. Essa dimensão envolve aspectos como: a posse de bens duráveis, conta em banco e as dificuldades de pagar as contas do dia a dia. A dimensão com o segundo maior peso no IVM-NM do Piauí, com 19,5%, é a educação, abrangendo aspectos como a frequência e o atraso escolar, além da própria avaliação da educação. Por sua vez, a dimensão com o terceiro maior peso no IVM-NM do estado, com 19,2%, é o acesso aos serviços de utilidade pública, que abrange aspectos como: eletricidade, esgotamento sanitário, água e coleta de lixo, assim como a própria avaliação destes serviços.
As demais dimensões têm os seguintes pesos no IVM-NM do Piauí: a) transporte e lazer, com 16,6%, abrangendo aspectos como o equilíbrio no uso do tempo em atividades do dia a dia, como o transporte para o trabalho, as jornadas de trabalho e a própria avaliação do transporte e do lazer; b) moradia, com 14,2%, abrangendo aspectos como a estrutura do domicílio, seu entorno e vizinhança e as condições ambientais, (ex: poluição) assim como a própria avaliação da moradia; e c) saúde e alimentação, com 10,5%, abrangendo aspectos como a insegurança alimentar, acesso aos serviços de saúde e medicamentos, além da própria avaliação da saúde e alimentação.
(Com informações do IBGE)