A Polícia Civil ouviu, na tarde desta quinta-feira (2), o depoimento de um casal responsável pela doação de alimentos a uma família de Parnaíba, no litoral do Piauí, que sofreu um suposto envenenamento após consumir peixes da cesta básica. Dois membros da família, um bebê de 1 ano e um adolescente de 17 anos, morreram e outras três pessoas estão hospitalizadas.
DOAÇÕES A FAMÍLIAS
Em entrevista ao Meionews.com, o delegado de Polícia Civil Abimael Silva falou que o casal é conhecido no conjunto Dom Rufino por realizar trabalhos filantrópicos. Em determinadas épocas do ano, eles administram doações de cestas básicas a famílias carentes. Ainda segundo o delegado, os peixes manjuba doados à família foram fornecidos ao casal por uma associação de pescadores.
"Eles se apresentaram na delegacia e falaram que doaram os alimentos para várias famílias. Foram muitas cestas básicas e cerca de 30 kg de peixe foram distribuídos", relatou. O homem e a mulher foram liberados após o depoimento.
A polícia informou que a família consumiu apenas os peixes manjubas da cesta de doação. Como acompanhamento, eles aqueceram um arroz que havia sido preparado no dia 31, na própria casa. A investigação aponta que os nove integrantes da família que apresentaram sintomas de envenenamento consumiram esses alimentos.
Situação da Investigação
A Polícia Civil aguarda os resultados dos exames toxicológicos realizados pelo Instituto Médico Legal (IML), que vão identificar as substâncias presentes nos organismos das vítimas e determinar a causa das mortes. Uma perícia nos alimentos doados está sendo feita para verificar se havia substâncias tóxicas.
Antônio Nunes, perito-geral do Departamento de Polícia Científica do Piauí, afirmou que os sintomas descritos nos prontuários médicos indicam possível intoxicação por pesticidas. No entanto, a análise poderá ser ampliada, caso necessário.
as internações e mortes
Nove membros de uma mesma família foram hospitalizados na quarta-feira (1º) após apresentarem sintomas de envenamento. Eles são parentes de Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, e João Miguel da Silva, de 7 anos, que morreram em agosto do ano passado após consumirem cajus envenenados.
Os dois meninos eram filhos de Francisca Maria da Silva, que está entre as vítimas internadas nesta semana, e irmãos de Davi, o bebê de 1 ano que faleceu na quinta-feira (2), no Hospital Dirceu Arcoverde, em consequência de complicações associadas ao possível envenenamento.
As outras vítimas incluem as crianças L. e M. G., também irmãs de Ulisses e João Miguel; Manoel Leandro, tio das crianças, que faleceu na quarta-feira (1º); e dois parentes identificados como Lívia e Francisco de Assis, que permanecem hospitalizados.