A casa de José Reginaldo Oliveira, conhecido como “Reginho”, poderá ser demolida pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI). Ele está preso desde o ano passado e é apontado como líder de uma célula criminosa com atuação na região do bairro Mafrense, zona Norte de Teresina.
A informação foi confirmada pelo delegado Charles Pessoa, coordenador do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco). Em entrevista ao repórter Dênis Constantino, o delegado explicou que o imóvel de Reginho foi utilizado para práticas ilícitas e é alvo de mais de 30 ações judiciais.
“É um imóvel que pertence a esse indivíduo, que é a principal liderança daquele núcleo. Era utilizado tanto para o tráfico de drogas como para reuniões de células de facções criminosas”, afirmou.
"Regim" é pai de Gabriel de Oliveira Silva, de 24 anos, morto na última sexta-feira (25) durante confronto com policias do Batalhão Especial de Policiamento do Interior (BEPI).
SINALIZAÇÃO
Segundo o delegado, a possível demolição da casa faz parte das medidas previstas no “Pacto pela Ordem”, iniciativa da SSP-PI para reforçar o combate ao crime organizado.
“Estamos analisando. O secretário de Segurança já demonstrou interesse, e acreditamos que serão adotadas medidas em relação àquele imóvel”, completou Charles Pessoa.
Operação com 120 policiais prendeu família de traficante
A possível demolição do imóvel foi discutida no contexto da grande operação deflagrada no domingo (27) pela SSP-PI na localidade Gogó da Cobra. A ação envolveu mais de 120 policiais civis e militares e visou desarticular a atuação de uma organização criminosa envolvida em assaltos e tráfico de drogas.
A operação foi comandada pelo delegado Matheus Zanatta, superintendente de Operações Integradas da SSP-PI, pelo delegado Charles Pessoa, do Draco, pelo delegado Samuel Silveira, coordenador do Denarc, e pelo coronel Jacks Galvão, comandante do Departamento Geral de Operações da Polícia Militar.
Mais de 70 mandados judiciais foram expedidos, resultando em mais de 20 prisões e na apreensão de 10 armas de fogo. Entre os presos estão vários membros da família de Reginho, incluindo seu filho, Roniel Oliveira, que já havia sido preso em outra operação do Draco. Também foram detidos dois irmãos, cunhado, sobrinha, companheiro da sobrinha, além de outros indivíduos ligados à célula criminosa.
“Prendemos um irmão, uma irmã, um cunhado, uma sobrinha, o companheiro da sobrinha e outros indivíduos que atuavam como braços da célula criminosa” , relatou Charles Pessoa. O delegado ainda relatou que muitos dos presos já usavam tornozeleiras eletrônicas.
“Essa operação demonstra a organização do Estado e o compromisso das forças de segurança em retirar criminosos violentos do convívio social”.
Ameaças e intensificação da operação
A operação foi intensificada após a circulação de mensagens em grupos de WhatsApp, nas quais criminosos faziam ameaças contra delegados e policiais.
“Era uma ação que já estava organizada. Com essas ameaças, nos reunimos novamente e intensificamos as medidas cautelares. O Estado não age por emoção, age por razão, e nós não recuaremos no combate à criminalidade”, disse Charles Pessoa.