A Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP) lançou, na manhã de ontem (15), a Semana de Enfrentamento ao Abuso e Exploração de Crianças e Adolescentes, com o tema "Não Feche os Olhos”. A ação acontece até o dia 18 de maio e faz alusão à morte de Araceli Cabrera Sánchez Crespo, menina que faleceu vitima de um abuso sexual infantil na mesma data no ano de 1973, em Vitoria - ES.
A campanha tem como objetivo sensibilizar e informar a população sobre como prevenir casos de exploração sexual de crianças e adolescentes, como identificar os sinais de que a vitíma está sofrendo abuso, além de como e onde denunciar.
Durante entrevista ao Programa Jornal da Tarde, da TV Jornal, nesta terça-feira (16), a Diretora de Defesa Social da SSP-PI, Coronel Elizete, destacou que, em grande parte, os casos são cometidos por parentes e que esses casos foram agravados com a pandemia.
“Cerca de 90% dos casos são cometidos por familiares como tios, primos ou padrastos. A gente, inclusive, teve, há pouco tempo, o caso de um estudante de medicina que pertencia a classe média alta e abusava da priminha e da irmã. Então a gente vê que não importa se é preto, branco, pobre ou rico, infelizmente esse crime está presente na nossa sociedade", ressaltou.
Além de Teresina, a campanha vai abranger também outros 14 municípios do Piauí, são eles: Corrente, Bom Jesus, Floriano, Lagoinha, Elesbão Veloso, Valença, Picos, Oeiras, Parnaíba, Cocal, Piracuruca, Piripiri e Campo Maior.
A Coronel destaca, também, que o próprio Governo do Piauí elaborou cartilhas que serão distribuídas em vários locais. Antes, os materiais usados eram distribuídos pelo governo federal em decorrência da campanha "Faça Bonito".
“Criamos uma cartilha própria da Secretaria de Segurança, e vamos percorrer locais dessas cidades como mercados, postos de gasolina, rodoviárias e espaços onde podemos encontrar menores em situação de vulnerabilidade para explicar como buscar ajuda e, principalmente, como identificar os sinais que as vítimas costumam dar. Nelas também é possível encontrar os números para denúncias como o disque 100”, disse Elizete.