O falecimento do Papa Francisco, ocorrido na maddrugada desta segunda-feira de Páscoa, pegou o mundo de surpresa. Apesar das fragilidades na saúde, o pontífice participou das celebrações pascais e, para o arcebispo de Teresina, Dom Juarez Marques, isso representa um gesto de profunda entrega e fé. “Como se ele tivesse dito: desiderio desideravi, desejei ardentemente comer a Páscoa convosco”, declarou o arcebispo, em entrevista ao programa Revista, da Rede Meio.
Segundo Dom Juarez, a notícia da morte de Francisco foi recebida com pesar, mas também com esperança, conforme a mensagem pascal que o Papa sempre anunciou.
“Recebemos esta notícia com profundo pesar, mas também com aquela esperança pascal que faz parte da nossa fé e que o Papa tanto testemunhou com a sua vida entre nós.”
Missas, luto e preparação para novo conclave
Dom Juarez explicou que, após o sepultamento, a Igreja Católica vivenciará nove dias de luto, período no qual será convocado o conclave para eleger o novo Papa. Essa convocação cabe ao cardeal Camerlengo, responsável por conduzir a Igreja durante a vacância papal. Ainda não há confirmação se algum cardeal com passagem pelo Piauí participará do processo.
Enquanto isso, em todas as dioceses do Piauí, missas estão sendo celebradas em sufrágio pela alma do Papa.
“Convidamos a todos a orarmos em comunhão com a Igreja e em sufrágio do Papa Francisco”, reforçou o arcebispo.
Um Papa para os pobres
Ao refletir sobre o legado de Francisco, Dom Juarez ressaltou sua fidelidade ao Evangelho, a simplicidade de vida e o compromisso com os mais pobres.
“Ele nos ensinou a voltar ao essencial da fé: Cristo Jesus. Um Papa simples, sábio, santo, que nos convidou a viver a fraternidade universal e o amor aos pobres.”
Francisco foi o primeiro Papa jesuíta e o primeiro latino-americano a ocupar o cargo máximo da Igreja Católica. Seu desejo, segundo Dom Juarez, era de um funeral modesto, refletindo o estilo simples que sempre o caracterizou.
“Ele pediu para ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, uma das quatro grandes basílicas de Roma, e isso diz muito sobre sua humildade.”
Última mensagem: esperança e solidariedade
Na última bênção pascal antes de sua morte, Francisco voltou a clamar aos governos do mundo para que ajudem os mais necessitados, uma das marcas do seu pontificado.
“Esse foi o seu grito profético. Ele viveu para reformar a Igreja à luz do Concílio Vaticano II, tornando-a mais próxima, mais humana e mais fiel ao Evangelho.”
A Igreja agora se prepara para o adeus oficial, mas as palavras e o exemplo de Francisco continuam vivos na memória de milhões de católicos ao redor do mundo.