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Aos 68 anos e com 10 aprovações em vestibulares, Antônio Gomes faz prova do Enem 2025

Entre pais, filhos e avôs candidatos, histórias de esforço e superação marcaram o primeiro domingo de provas em Teresina

Antônio Gomes, já soma dez aprovações em vestibulares | Foto: Meio News
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A rotina de estudos de Antônio Gomes, 68 anos, é mais intensa do que a de muitos jovens candidatos ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Morador de Teresina, ele soma dez aprovações em vestibulares e, neste domingo (9), voltou às salas de prova para enfrentar mais uma edição do exame, não por necessidade, mas por paixão pelo aprendizado.

“É muita dedicação estudar. Eu abro mão de lazer, de vários tipos de coisa que eu poderia estar usufruindo, justamente para estudar”, conta. O entusiasmo é refletido em cada detalhe da rotina que mantém há décadas. “Para isso eu me preparo, compro material, sempre tenho material em casa. Não vou quase em biblioteca, eu tenho praticamente só material para concursos em casa”, relatou.

Antônio já é pai e avô, e afirma que a educação se tornou um legado familiar. “Eu já sou pai de neto, já tenho um neto maior de idade, então a minha experiência eu estou passando para ele, para filhos e netos. Toda essa minha aprovação eu mostro como é o caminho, como é que ele deve se comportar e se preparar para chegar lá, porque a concorrência é muito pesada.”

Mesmo com tantas conquistas, ele não pensa em parar. Formado em Pedagogia e Normal Superior, Antônio atualmente cursa Direito e Física, equilibrando as duas graduações com a preparação para concursos e provas.

 “A dedicação é constante. Eu sempre descanso dois dias antes da prova, para evitar o cansaço. Estudo até dois dias antes, depois paro, fico em casa. Tem que estar com a mente leve para o dia do exame”, disse.

Sobre o tema da redação, ele já tem suas apostas: “Estou focado em três temas: a própria educação, o momento político ou a questão climática.” Confiante e sereno, Antônio representa o espírito de quem acredita que nunca é tarde para aprender — e nem para inspirar.

Erilândia e Ricardo, pais acompanham filha (Foto: Meio News)

Família maranhense atravessa o estado para acompanhar filha no Enem

Entre os portões dos locais de prova, também havia pais e mães que viviam a ansiedade como se fossem candidatos. Foi o caso de Erilândia e Ricardo, que vieram de Amarante, no Maranhão, para acompanhar a filha que estuda em Teresina. 

 “É a segunda vez que ela faz o Enem. A gente fica tensa, nervosa, acho que até mais do que a própria filha”, disse a mãe, emocionada.

Enquanto aguardava a abertura dos portões, Erilândia se mostrava confiante. 

“Estamos pedindo a Deus que tudo dê certo. Ela se preparou o ano todo para esse momento. Mas eu acho que ela está melhor preparada do que o ano passado.”

O casal representa o apoio silencioso e firme que sustenta tantos estudantes brasileiros. São pais que cruzam cidades, carregam lancheiras e corações apertados, mas não abrem mão de estar presentes. No rosto de Erilândia, a tensão se misturava à fé, uma mistura comum nas manhãs de Enem.

Stefany Jordana e Gildo Neves (Foto: Meio News)

Pai e filha dividem a experiência de fazer o Enem juntos

Se para alguns pais o papel é apenas acompanhar, para outros o Enem é um desafio compartilhado. Stefany Jordana, de 17 anos, chegou ao local de prova acompanhada do pai, Gildo Neves, com quem dividiria mais do que o nervosismo da estreia. 

“É a primeira vez que vou fazer o Enem. A expectativa tá grande e o foco é arrasar na redação”, afirmou, com um sorriso que tentava disfarçar a ansiedade.

O pai, por sua vez, garantiu que estava ali “só para acompanhar”, mas não resistiu à ideia de também encarar o exame. 

“Eu já tenho um curso superior, mas se der certo, a gente faz outro curso também”, brincou, mostrando que o espírito estudioso pode ser contagiante.

Enquanto Gildo via na prova uma oportunidade de reviver os tempos de faculdade, Stefany encarava o dia como o primeiro passo de um novo ciclo. A cumplicidade entre os dois chamava atenção entre os candidatos: ela, com a confiança de quem sonha alto; ele, com a serenidade de quem já percorreu o caminho, mas quer trilhar de novo, desta vez, lado a lado com a filha.

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