Exclusivo Além da cura: O poder da solidariedade no combate ao câncer

Ações desenvolvidas pela Rede Feminina de Combate ao Câncer contribuem imensamente para o apoio aos pacientes e suas famílias.

Pacientes oncológicos recebem atenção e muito carinho para restabelecer sua autoestima | Montagem/Reprodução/Instagram
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

Segundo o dicionário, o termo “doação” significa a ação de doar, de oferecer algo a alguém. Como é do conhecimento geral, muitas pessoas dedicam parte de seu precioso tempo a esse ato de solidariedade em diversas situações. E não se pode falar em solidariedade e dedicação ao próximo sem mencionar a Rede Feminina Estadual de Combate ao Câncer do Piauí (RFCCPI). Fundada em 8 de abril de 1987, trata-se de uma entidade filantrópica dedicada à luta social contra o câncer, que realiza, aproximadamente, 12 mil atendimentos por ano, contando com o apoio de voluntários comprometidos em trazer mais conforto e esperança aos pacientes.

As ações desenvolvidas pela Rede Feminina de Combate ao Câncer, especialmente por meio de seus cinco projetos — Alertar, Apoiar, Aliviar, Alimentar e Abrigar —, contribuem imensamente para o apoio aos pacientes e suas famílias. Muitos desses pacientes, em tratamento na capital Teresina, precisam deixar suas famílias em cidades do Piauí ou do Maranhão, permanecendo na capital por tempo indeterminado.

Paciente recebe a visita de voluntários das RFCCPI e do Homem-Aranha. (Foto: Reprodução/Instagram)

Casa de acolhimento acomoda 40 pacientes

As doações são fundamentais para o acolhimento dessas famílias durante o tratamento. Desde o ano 2000, a Rede Feminina mantém a Casa de Maria, com capacidade para atender 40 pacientes e 40 acompanhantes por dia. A casa oferece acolhimento, alimentação desde o café da manhã até a ceia, itens de higiene pessoal, roupas, calçados e brinquedos, tudo gratuitamente. Além disso, disponibiliza transporte, fisioterapia, tratamento odontológico, acompanhamento nutricional e psicológico, além do carinho e atenção dos voluntários e colaboradores.

Festa marcou comemoração dos 37 da RFCCPI com direito a bolo e balões rosas. (Foto: Reprodução/Instagram)

A presidente da RFCCPI, Carmen Lúcia Campelo, define o termo solidariedade com propriedade, destacando a dedicação dos voluntários como diferencial no tratamento. Segundo ela, o impacto das doações é enorme, pois a entidade, sendo filantrópica, depende exclusivamente delas, sejam físicas, emocionais ou profissionais. “Todo esse conjunto de doações é o que permite que a Rede Feminina mantenha seus projetos e atenda mais de 2.700 pacientes. O impacto é muito grande, pois devolve a cidadania dessas pessoas durante o tratamento”, avalia.

Carmen Lúcia Campelo está à frente da Rede Feminina Estadual de Combate ao Câncer do Piauí. (Foto: Reprodução/Instagram)

Carmen acrescenta que as doações e os projetos contribuem imensamente para que os pacientes concluam o tratamento oncológico. “A solidariedade da comunidade, principalmente a piauiense, impacta diretamente na autoestima e na cidadania dos pacientes. Um cabelo doado se transforma em uma peruca. Para pacientes que perderam o cabelo, especialmente adolescentes e mulheres, a peruca melhora muito a autoestima”, pondera, informando que os projetos incluem também reconstruções de sobrancelhas, mamas e tatuagens reparadoras.

“Tudo isso melhora a autoestima e é feito exclusivamente por meio de doações. A Casa de Maria é um local onde os pacientes se sentem em casa, sendo amados e contando com boas condições de hospedagem, alimentação, entretenimento e todo o apoio necessário durante o tratamento”, relata Carmen Campelo. Ela destaca ainda o apoio oferecido dentro dos hospitais, como o Hospital São Marcos e o Hospital Universitário (HU), onde os voluntários da Rede Feminina estão presentes nas enfermarias, levando autoestima e suprindo necessidades básicas, como a doação de fraldas descartáveis para pacientes sem condições de adquiri-las. “Tudo isso visa garantir um tratamento mais humano e menos penoso”, justifica.

Lenora Campelo, coordenadora de voluntariado da RFCCPI, esclarece que o paciente com câncer, além de apoio financeiro, necessita de apoio emocional, cuidados e atenção. “Esses cuidados são oferecidos pelas voluntárias, que doam seu tempo e atenção por meio de visitas às enfermarias, distribuição de materiais de higiene pessoal, leite em pó, cestas básicas e lanches na radioterapia, tudo para amenizar os percalços do tratamento oncológico”, afirma.

Lenora Campelo falou das ações da RFCCPI e das doações aos pacientes. (Foto: Reprodução/Instagram)

Ela frisa que, como a Rede Feminina mantém seus projetos por meio de doações e campanhas, há uma necessidade constante do apoio da comunidade. “Não temos renda fixa, por isso precisamos realizar campanhas continuamente para manter as ações e suprir as necessidades dos pacientes com câncer e seus cuidadores”, conclui.

Constelação das Divas: Brilhando juntas contra o câncer

O sentimento de compaixão e ajuda ao próximo, especialmente por parte de quem enfrenta ou enfrentou o mesmo problema, despertou o interesse do Coletivo Constelação das Divas. Formado por pacientes oncológicas de Teresina, o grupo independente dedica-se a viver com alegria e cultivar o apoio mútuo. A iniciativa promove atividades de conscientização, como palestras sobre o câncer de mama, além de organizar eventos voltados para a comunidade.

A professora Vanessa Nascimento Alves informa que o grupo conta com cerca de 80 mulheres, praticamente todas já passaram ou estão passando por tratamento oncológico, e tiveram suas vidas impactadas pelas atividades desenvolvidas pelo Constelação das Divas desde a sua criação. “É um grupo de apoio emocional e sem fins lucrativos, não somos uma instituição. Somos, de fato, um grupo de amigas que se reúne para ajudar outras mulheres a superar essa fase do câncer”, resume. “Fazemos encontros, visitas, acompanhamentos; nos reunimos para tomar café, celebrar a vida, comemorar datas. Realizamos uma série de atividades”, complementa.

Integrantes da Constelação das Divas durante visita a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia do Hospital Universitário. (Foto: Reprodução/Instagram)

Como tudo começou

Vanessa explica que o grupo começou a se formar em 2016. “Nos conhecemos em uma atividade física, e desse encontro inicial surgiu uma amizade. A ideia era expandir, mas sem a pretensão de formar um grupo de apoio. Inicialmente, queríamos convidar outras mulheres para caminhadas e corridas. Contudo, com o crescimento do grupo, surgiram necessidades de trocar experiências e vivências, pois uma paciente geralmente conhece outra e outra”, relembra.

Ela destaca que, no universo da oncologia, a informação é essencial. Um grupo de mulheres unidas com o intuito de viver e compartilhar experiências atrai outras mulheres. Vanessa observa: “Não foi algo proposital ou planejado. O grupo surgiu naturalmente, a partir do momento em que mulheres viram outras reunidas, foram se aproximando, agregando, até chegar ao formato atual.”

Grupo Constelação das Divas compleou 8 anos de existência no dia dia 01/10/24 e comemoração foi com uma manhã de Café com Cafuné. (Foto: Reprodução/Instagram)

Sobre o nome do grupo, Vanessa explica: “O nome Constelação das Divas reflete o conceito de ser luz. Cada mulher é como uma estrela que brilha e ilumina a vida de outras pessoas.”

Várias atividades compartilhadas

A cumplicidade entre as integrantes é um dos pilares do grupo. Uma ajuda a outra como forma de doação, e o Constelação das Divas realiza diversas atividades e projetos que incentivam a participação de todas. “Temos um grupo de mulheres que praticam dança do ventre como atividade de autocuidado, autoconhecimento e autoestima. Temos também as Estrelas Orantes, que surgiu durante a pandemia como forma de fortalecimento espiritual. São mulheres que se reúnem para buscar fortalecimento espiritual e emocional. Além disso, temos nossas poetisas, que chegaram a lançar um livro intitulado ‘Quando a Vida Bate Forte’. Por meio da escrita, essas mulheres expressam seus sentimentos e vivências”, relata Vanessa.

Grupo de mulheres durante a dança do ventre como atividade de autocuidado. (Foto: Reprodução/Instagram)

As atividades do grupo vão além. O Constelação das Divas também desenvolve o projeto Vem Dançar, cuja finalidade é promover encontros para dança e movimentação do corpo. Há também o Café com Cafuné, encontros presenciais organizados em diferentes zonas da cidade, nos quais as integrantes, chamadas carinhosamente de “estrelinhas”, têm a oportunidade de conversar, celebrar aniversários, datas comemorativas, como Natal, Dia das Mães e Dia da Mulher, além de realizarem viagens para viver novas experiências.

O grupo promove ainda atividades de leitura e visitas a hospitais, como a ala de radioterapia do Hospital São Marcos, em Teresina. “Temos um projeto chamado Frenéticas, no qual visitamos clínicas e hospitais para levar alegria e animação. Quando as pessoas percebem que também passamos pela oncologia e hoje estamos aqui contando nossas histórias, isso inspira. Elas pensam: ‘Se elas conseguiram, eu também consigo’. Levamos mensagens de esperança e confiança, mostrando que o câncer não é uma sentença de morte, mas sim um convite para viver”, esclarece Vanessa.

Visita a Clínica Oncobem, no bairro Piçarra, para atividade em alusão ao Outubro Rosa. (Foto: Reprodução/Instagram)

Outra forma de apoio às estrelinhas é por meio da doação de perucas para pacientes que têm a autoestima abalada pela perda de cabelos devido à quimioterapia. “Orientamos as pacientes sobre instituições que distribuem perucas e lenços. Às vezes, recebemos doações de perucas de quem já não precisa mais, e as redistribuímos. Perguntamos no grupo quem está precisando e entregamos diretamente”, explica Vanessa.

Fotografias inspiram esperança e superação de mulheres guerreiras

O talento e o desejo de retratar a beleza exterior das pessoas, despertando, ao mesmo tempo, o lado humano e fazendo brotar a autoestima adormecida dentro de cada um, motivaram os fotógrafos Gelia Gentil Passos Fortes e Samir Gentil Passos Fortes a investir em ensaios ousados e transformadores. Mãe e filho abraçaram essa causa e apostaram em um projeto que mudou a vida de muitos pacientes, enfrentando uma doença que, para muitos, poderia ser vista como uma sentença de morte. Após alguns cliques, porém, esses pacientes passaram a enxergar o mundo com outros olhos.

Gelia Gentil Fortes conta que a ideia surgiu há alguns anos, quando uma grande amiga foi diagnosticada com câncer e começou suas primeiras sessões de quimioterapia. “Resolvemos presenteá-la com um ensaio fotográfico com o intuito de melhorar sua autoestima, já abalada pela perda dos cabelos e pelo impacto emocional da doença”, relembra.

Gelia Gentil Passos Fortes e Samir Gentil Passos Fortes criaram o Projeto Borboletas. (Foto: Reprodução/Instagram)

A fotógrafa propôs o ensaio, e a amiga aceitou fazê-lo junto com a filha e a neta. Logo após a conclusão do trabalho, Gelia publicou o ensaio como uma produção comum em suas redes sociais. “O ensaio ganhou notoriedade entre várias pacientes oncológicas que essa nossa amiga havia conhecido. Começaram a nos mandar mensagens pelo direct, perguntando se iríamos fazer mais ensaios com pacientes oncológicos, quando seriam e como seriam escolhidos”, relata Gelia.

Diante do sucesso, a fotógrafa decidiu criar o Projeto Borboleta, uma iniciativa fotográfica que visa melhorar a autoestima por meio da fotografia. “Mas o projeto não é voltado apenas para pacientes oncológicos. Já homenageamos pessoas que passaram por cirurgias bariátricas, pais que dedicam suas vidas aos filhos com espectros autistas, hidrocefalia, microcefalia e outras deficiências. Ou seja, o projeto é para todos. Quando decidimos quem será homenageado, lançamos a ideia e iniciamos o trabalho.”

Atitude que muda vidas

Gelia Gentil é uma pessoa altruísta que faz questão de dedicar seu tempo e talento a esses trabalhos, entregando-se completamente a cada ensaio, que geralmente acontece no Parque Potycabana, em sítios ou em um estúdio móvel montado em seu apartamento. “Sentimos que o projeto também ajuda quando os homenageados, que chamamos de ‘nossas borboletas’, veem suas fotos e histórias publicadas em nossas redes sociais. As pessoas comentam e compartilham, e eles percebem que são inspiração para muitas outras pessoas. Isso faz com que se sintam úteis e importantes, mesmo em meio aos desafios que enfrentam”, ressalta.

No entanto, nem tudo é alegria e satisfação na vida da fotógrafa. Quando ela e o filho, também fotógrafo, começaram a trabalhar com pacientes oncológicos, não imaginavam que teriam que se preparar emocionalmente para a perda de alguns deles. “Quando uma de nossas primeiras borboletas faleceu, alguns anos após o ensaio, foi muito difícil. O câncer estava em estágio avançado desde a época do ensaio. A notícia nos abalou profundamente, e publicamos uma nota em nossas redes sociais comunicando o falecimento e nos solidarizando com a família. Depois, o filho dela nos procurou para nos conhecer, e marcamos um encontro”, comenta Gelia.

Imagens ajudaram no tratamento

Em seu depoimento, o filho da paciente relatou que o ensaio havia ajudado muito no tratamento de sua mãe. Ele contou que ela sempre carregava as fotos reveladas consigo, mostrando-as a todos os lugares onde ia. Até nas sessões de quimioterapia e radioterapia, ela exibia as fotos para a equipe médica, demonstrando o quanto estava feliz por ter participado do ensaio. “Esse e tantos outros exemplos nos mostram o quanto o projeto contribui para o tratamento e a recuperação emocional”, afirma Gelia.

Gelia e Samir explicam que contam com parcerias para o sucesso da iniciativa. Nos primeiros anos, tiveram o apoio de uma amiga maquiadora, filha da primeira borboleta homenageada, e utilizaram dois sítios que cederam os espaços como locação para os ensaios. “Tivemos, em uma única ocasião, a parceria de uma loja de roupas. No último ano, montamos um estúdio em nossa casa. Contamos com a parceria de uma maquiadora amiga e recebemos apoio com alguns lenços, pois queríamos algo mais artístico. Mandamos confeccionar quadros por nossa conta e, com coragem, fomos a um shopping de Teresina pedir apoio para nossa primeira exposição fotográfica. E conseguimos!”, comemora Gelia, que serve de inspiração para que outros profissionais sigam o mesmo exemplo.

Projeto Borboleta retrata a beleza interior de pacientes

A operadora de caixa de uma rede de supermercados, Áurea Regina, foi uma das modelos do Projeto Borboleta. Ela conta que vinha investigando a doença há alguns anos, realizando exames, trocando de médicos, mas nunca obtendo um diagnóstico. Enquanto isso, percebia que o tumor estava crescendo e começou a sentir dores. Até que, em uma de suas consultas de rotina, pediu ao médico que solicitasse exames mais aprofundados para entender o que realmente estava acontecendo. “Foi então que recebi o diagnóstico de câncer, depois de anos de angústia sem saber que doença era”, recorda.

Áurea Regina foi uma das modelos do Projeto Borboleta. (Foto: Gelia & Samir Fotografia Samir Fotografia)

Quando tudo parecia estar se encaminhando para um desfecho mais positivo, o inesperado aconteceu. “Comecei meu tratamento com um médico que me deixou bem otimista, cheio de esperança em relação à minha cura. Mas, infelizmente, houve uma fatalidade, e ele faleceu poucos dias após minha consulta. Voltei à estaca zero, tendo que recomeçar tudo do início”, lamenta.

Enfrentando desafios

Após consultas com outros médicos, Áurea finalmente iniciou o tratamento. Submeteu-se a uma cirurgia para a colocação do cateter e começou as sessões de quimioterapia. “Meu tratamento consiste em 16 sessões de quimioterapia; em seguida, uma cirurgia para a retirada total da mama e a colocação de uma prótese. Depois disso, ainda farei mais sessões de quimioterapia ou radioterapia.”

Áurea teve a autoestima elevada após ensaio fotográfico. (Foto: Gelia & Samir Fotografia Samir Fotografia)

O diagnóstico foi como uma tempestade, mas Áurea Regina conta que decidiu segurar firme o leme e disse a si mesma: “Eu não vou afundar. Eu vou vencer. Tenho que vencer! Hoje estou vivendo um dia de cada vez, sendo feliz hoje, amando hoje, perdoando hoje e mantendo uma vida mais saudável.”

No início, sua família — irmãos e esposo — ficou muito preocupada, acreditando que Áurea poderia não sobreviver. Com o tempo, fortaleceram sua fé e perceberam que ela iria vencer a batalha. “Hoje minha filha é minha fortaleza, e é por ela que vivo! Meu esposo nunca me abandonou e está sempre ao meu lado. Sinto-me muito amada por ele”, resume Áurea.

Ensaio fez de Áurea uma nova mulher por dentro e por fora. (Foto: Gelia & Samir Fotografia Samir Fotografia)

A participação no ensaio fotográfico também foi um divisor de águas durante o tratamento. A atenção especial que a fotógrafa Gelia e seu filho Samir deram fez toda a diferença. “Depois do ensaio, minha autoestima foi elevada, o que me incentivou a não desistir do tratamento. Conheci outras pacientes passando pelo mesmo processo, com histórias, dilemas, lutas e vitórias diferentes. Foi uma experiência única. Nunca tinha vivido algo parecido. Fazer o ensaio me fez sentir uma estrela de novelas, enquanto lutava pela vida e enfrentava uma doença mortal. Graças a Deus, hoje estou aqui, dando meu depoimento. Já se passaram dois anos e nove meses desde que comecei o tratamento, e agora estou no período de remissão. Tudo está sob controle”, relata emocionada.

Descoberta da doença

A professora e coordenadora pedagógica Raimunda Pereira também compartilhou sua experiência. Ela descobriu o câncer de mama em novembro de 2021, durante exames de rotina. Passou por uma cirurgia na mama direita e realizou seis ciclos de quimioterapia. Raimunda explica que o diagnóstico foi um grande susto, mas também um despertar. “Percebi a necessidade de desacelerar. No início, foi um choque, mas trouxe aprendizados e me ajudou a enxergar o que realmente importa na vida.”

Raimunda Pereira teve a vida transformada após as fotos. (Foto: Gelia & Samir Fotografia Samir Fotografia)

Raimunda destaca que o carinho, amor e cuidado da família e dos amigos foram fundamentais em seu processo de cura. “Foi um susto para todos, mas, aos poucos, aprendemos a lidar com tudo”, afirma, ressaltando que o câncer lhe proporcionou muitas reflexões e transformações positivas.

Por fim, a professora fez questão de relatar sua experiência no ensaio fotográfico. “Amei a ideia de participar do Projeto Borboleta e sou muito grata! Sempre fui introspectiva e envergonhada, não gostava de tirar fotos. Hoje, sinto-me mais à vontade e bonita. O tratamento e a cura acontecem de forma global, em todos os aspectos”, pondera Raimunda.

Professora não esconde a alegria de ter participado do Projeto Borboleta. (Foto: Gelia & Samir Fotografia Samir Fotografia)

“O ensaio cumpriu seu objetivo de fortalecer e aumentar minha autoestima. Fez-me perceber e realçar minha beleza. Antes, era muito envergonhada e não gostava de fotos. Hoje sou extrovertida e feliz. Apesar de continuar o tratamento oncológico, graças a Deus, está tudo bem. A transformação que vivi contribuiu muito para o sucesso do meu tratamento.”

AMAC leva qualidade de vida e bem-estar a pacientes com câncer

Localizada no bairro Ininga, zona Leste de Teresina, a Associação Muito Além de um Câncer (AMAC), que tem como presidente Talita Rozzett de Oliveira (vídeo), apoia pacientes em tratamento oncológico e seus familiares, oferecendo orientações nutricionais sobre como se alimentar bem, praticar exercícios físicos e abandonar o sedentarismo. Além disso, conta com o suporte de psicólogos para tratar a parte emocional dos pacientes e oferece apoio espiritual, conduzido pelos próprios líderes da associação em parceria com algumas igrejas da cidade.

 Associação Muito Além de um Câncer recebe doações de produtos de higiene. (Foto: Reprodução/Instagram)

Esse trabalho voluntário, segundo o administrador financeiro da AMAC, Abraão Oliveira Sousa, é fundamental e impacta diretamente a vida dos pacientes. A associação conta com cerca de 100 parceiros que são doadores mensais e contribuem dentro de suas possibilidades. “A AMAC trabalha na conscientização sobre a prevenção do câncer por meio de palestras em escolas, faculdades, igrejas e até mesmo em cidades do interior do Piauí”, destaca Abraão. 

Abraão Oliveira Sousa explicou como funciona a AMAC. (Foto: Reprodução)

Ele acrescenta que, durante as palestras, são sempre mencionadas a importância de uma boa alimentação, da prática de exercícios físicos e do cuidado com o emocional e o espiritual.

Apoio dos familiares ajuda na recuperação de paciente. (Foto: Reprodução/Instagram)

Abraão reforça que o maior desafio enfrentado pela associação é o equilíbrio financeiro e a falta de funcionários. “Pretendemos estabelecer uma cooperação com os órgãos do governo para que sejam cedidos dois funcionários que trabalhem 40 horas por semana. Essa é uma das formas de superar esse desafio. Outra é aumentar o número de doadores, ou seja, conseguir mais pessoas que contribuam mensalmente com valores a partir de vinte reais. Nosso objetivo é arrecadar dois mil reais adicionais por mês para cobrir os custos operacionais da associação”, conclui.

Ação feita por alunos de uma faculdade na AMAC. (Foto: Reprodução)

Carregue mais
Veja Também
Tópicos
SEÇÕES