A advogada Maysa Chrislayne de Assis Sousa Silva, presa em dezembro de 2024, investigada por suspeita de agir como intermediária para a facção criminosa Bonde dos 40, teve sua prisão preventiva convertida para domiciliar. A medida foi proferida pela juíza Maria da Conceição Privado Rêgo, da Vara Especial Colegiada dos Crimes Organizados.
O QUE DISSE A DEFESA?
A defesa de Maysa apresentou dois argumentos principais para solicitar a substituição da prisão preventiva. Eles alegaram que ela é réu primária, possui residência fixa, é mãe de criança de 3 anos, e está em acompanhamento psicológico.
“Alega, em síntese, que a representada é primária e possui residência fixa, pelo que, em tese, seria possível a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares diversas da prisão, nos termos do art. 319 do CPP, além de outras não previstas expressamente em lei.
Acrescenta, ainda, que esta também é acompanhada por profissional da área de psicologia (ID 137380556) e é genitora de uma criança de 03 (três) anos de idade, circunstâncias que, em tese, autorizariam, de forma subsidiária, a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, nos termos do art. 318, III e V, do CPP”, consta nos autos
O QUE FOI DECIDIDO?
Devido aos crimes investigados e à substituição da prisão preventiva pela domiciliar, o monitoramento eletrônico (tornozeleira) será permanente. A juíza ainda autorizou as forças de segurança e a SEAP/MA a reconduzir Maysa ao sistema prisional caso ela descumpra as condições da prisão domiciliar.
“Esta somente deverá ser colocada em prisão domiciliar após a colocação da tornozeleira eletrônica, advertindo-a de que não poderá sair da residência acima especificada, a não ser em caso de emergência médica, devidamente comprovada, ou para participar de algum ato processual ou de inquérito policial, com a devida comunicação antecipada a este juízo, sob pena de revogação da medida, com o seu consequente retorno para o cárcere público”, aponta o documento.
CRIME
Maysa Chrislayne é advogada criminalista e já foi presidente da Comissão da Jovem Advocacia da OAB em Timon. Ela e Jonas Rocha, outro advogado investigado, são suspeitos de desempenhar papel crucial no esquema, transmitindo ordens da facção entre presos e membros em liberdade, por meio de bilhetes e cartas, sobre cobranças, envio de drogas para presídios e instruções para pontos de venda.
Ambos foram presos no dia 13 de dezembro, durante a Operação Mercúrio, em Timon, no Maranhão.