A Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi), por meio da Gerência de Direitos Humanos (GDH), divulgou nesta terça-feira, (13), que de janeiro a junho deste ano, as zonas Sul e Leste registraram maiores índices de abuso sexual contra crianças e adolescentes. Nos últimos seis meses, 38 casos na zona Sul e 22 na zona Leste.
Os dados da GDH são referentes aos atendimentos dos conselhos tutelares de Teresina e apontam um total de 91 casos de abuso sexual, os territórios com menores índices, são: Sudeste, com 14 casos registrados; e Centro/Norte, com 17 casos.
De acordo com Allan Cavalcante, secretário da Semcaspi, houve um aumento nos registros de abuso sexual realizados de janeiro a junho deste ano em relação ao ano passado.
“Ano passado, com as medidas mais rigorosas da pandemia da Covid-19, mais pessoas em casa, intensificando o convívio familiar, foram registrados 70 casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes. Neste ano, quando as medidas mais rigorosas da pandemia foram liberadas, as pessoas saindo do trabalho remoto e as crianças voltando às aulas, os registros aumentaram para 90 casos. Isso não quer dizer que houve uma redução dos casos, mas sim das denúncias, ou seja, o crime acontecia, mas por alguma situação não era denunciado. As zonas Sul e Leste são as que têm apresentado maiores índices e que merecem ações intensificadas de toda uma rede de proteção”, pontuou.
Allan Cavalcante garante que a Semcaspi tem reestruturado sua rede de proteção, seja na prevenção ao enfrentamento.
“A nossa maior preocupação é melhorar nossos serviços. Temos na prevenção, os centros de convivência, que possibilita o fortalecimento de vínculos com a comunidade e a família; e no enfrentamento, os conselhos tutelares, que estão sendo reestruturados e reformados, seja na estrutura física do prédio, tecnológico e veículos para o atendimento de ocorrências”, ressaltou.
VIOLAÇÕES ACONTECEM NO ÂMBITO FAMILIAR
A conselheira Socorro Arraes, do IV Conselho Tutelar, da zona Leste, destaca que a maioria das ocorrências de violações contra crianças e adolescentes tem acontecido dentro do próprio lar, no âmbito familiar.
“É no espaço da família onde tem acontecido a maioria destas ocorrências. O que é lamentável porque ao invés de proteger, são os principais responsáveis pelas violações de direitos e violências sexuais. Infelizmente, a gente constata que o agressor tem sido alguém próximo da criança ou do adolescente, um amigo da família, um padrasto, o próprio pai, um irmão, um tio. O que constatamos é que o vínculo familiar está fragilizado e que apesar de termos avançado na política geral de proteção, precisamos fortalecer toda a rede, para que os órgãos envolvidos atuem de forma mais efetiva”, esclareceu.