Moradores do bairro Cabral há algum tempo estão insatisfeitos com a situação das ruas do bairro. O resultado do trabalho da Agespisa na substituição das tubulações é apenas um dos motivos que têm gerado descontentamento à população. No entanto, foi o que alguns moradores chamaram de privilégio que gerou reclamações no bairro.
Há cerca de três meses, boa parte das ruas do Bairro Porenquanto ganhou pavimentação asfáltica e sinalização adequada, que segundo os moradores, deu-se em virtude da proximidade ao acesso da Ponte Estaiada, numa forma de facilitar o trânsito ao ponto turístico da capital.
Mas o estado de conservação da Rua Jacob Almendra, avenida principal que divide o bairro Cabral do bairro Porenquanto, já não está em boas condições. Em vários trechos, buracos podem ser vistos, sobretudo entre o Posto de Saúde Cecy Fortes e a Av. Marechal Castelo Branco.
A avenida tem um grande fluxo durante todo o dia, por ser uma rota alternativa para três principais avenidas da região (Av. Miguel Rosa, Frei Serafim e Marechal Castelo Branco), e também é rota dos ônibus que fazem a linha para o bairro Primavera.
Os moradores disseram que há muito tempo a via precisa de um novo recapeamento asfáltico, ação que se tornou mais necessária ainda depois dos serviços da Agespisa.
Moacir Gonçalves mora no bairro Porenquanto há mais de 20 anos e tem a sua empresa instalada na Av. Jacob Almendra. Ele reclama que deram prioridade ao recapeamento das ruas do bairro, onde o fluxo é bem menor, mas esqueceram da avenida principal e ainda hoje espera pela melhoria.
?Do Clube do Professor para cá está tudo asfaltado, mas aqui na Jacob Almendra, que é a via principal do bairro, só fazem remendar. Quando a equipe estava trabalhando na pavimentação dessas ruas, eu até reclamei com o chefe deles que aqui só fazem tapa buraco.
Faz tempo que fizeram o serviço da Agespisa e não foi tomada nenhuma providência. Eu só acho um absurdo a via principal ser desse jeito. A Jacob Almendra foi esquecida?, reclama o morador.
O superintendente de Desenvolvimento Urbano da região Centro/Norte da cidade, Ribamar Bastos, confirmou que a avenida será pavimentada. Embora não tenha previsão, o novo asfalto deve sair junto com o projeto de construção de outro viaduto, na Rua Francisco Mendes, paralela à avenida do bairro.
?O projeto do viaduto nessa via já está quase concluído. Em maio ou junho deverá ser iniciada a licitação para a construção e com a construção as duas vias serão pavimentadas?, afirma. O viaduto será feito com recursos próprios da prefeitura.
Vazamento se torna empecilho para via
Apesar do desejo dos moradores em terem uma avenida em melhores condições para o tráfego, um problema pode atrasar mais ainda a pavimentação na Av. Jacob Almendra.
O problema que começa na rua chega a prejudicar os moradores dentro de suas próprias casas. Em frente à residência de Tomázia de Aquino, vazamentos pela canalização da Agespisa ocorrem com frequência, o que faz transbordar água e chega a invadir sua residência.
"Quando dá à noite, que é quando as torneiras estão fechadas, fica uma poça de água aqui em frente da minha casa.
Quando pensa que não a porta da gente fica toda molhada", conta.
A moradora afirma ainda que o problema existe desde que a Agespisa iniciou a substituição da canalização.
"Eles vieram consertar já umas cinco vezes, mas sempre volta o vazamento, fica minando água. E o problema é constante, mas quando resolvem em um lugar, dá problema em outro. Seria bom se pudesse recapear a rua, mas sem consertar esse problema não tem condição", pondera a moradora.
Por conta disso, já são vários os remendos no asfalto e cada vez que abrem outro local, prejudica mais ainda o tráfego de veículos, que precisam desviar dos antigos e novos remendos, obstáculos no meio da pista.
Infiltrações preocupam
Além das insatisfações dos moradores, a maior preocupação está nas consequências que as infiltrações podem causar. Segundo relatos de moradores, no ano passado, parte de uma residência nas proximidades chegou a afundar.
Especula-se que tenha sido em virtude de uma infiltração. "Eu morro de medo disso, porque a água que sai do cano pode encharcar o solo e fazer ceder a casa", comenta.
De acordo com a Agespisa, não é comum ocorrer tantos vazamentos em áreas com tubulação nova, já que a avenida foi contemplada com a troca de redes antigas de distribuição e água há cerca de dois anos. No entanto, a empresa garantiu que vai encaminhar uma equipe ao local para verificar a situação e fazer os reparos necessários.