Wellington Dias denuncia abandono de merenda vencida, de 3 mil tablets, ares-condicionados e livros e material de laboratórios no almoxarifado da Seduc
O governador Wellington Dias (PT), visitou na manhã deste sábado o Almoxarifado da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) no Dirceu, na zona Sudeste de Teresina, para mostrar a existência nos depósitos do órgão de merenda escolar vencida e não entregues aos colégios da rede pública estadual de ensino; 3 mil tablets que eram para ser distribuídos entre alunos e professores que tinham sido enviados pelo Ministério da Educação (MEC), bebedouros que não foram instalados nas escolas porque não tinham filtros, kits de laboratórios como pepitas, buretas, estufas; ares-condicionados que não foram entregue as escolas porque não existiam estruturas elétricas para suportar os aparelhos.
Estão espalhadas nos depósitos toneladas de livros com prazos já vencidos de 2010: livros de português, filosofia, matemática, ciências. Alguns desses livros eram para ser entregues em junho.
Há muita água no local, que está molhando os livros.
Wellington Dias visitou o Almoxarifado da Secretaria Estadual de Educação, acompanhado do secretário estadual interino de Educação, Hélder Jacobina, e da deputada federal Rejane Dias, futura secretária estadual de Educação.
Alguns galpões estão com as portas quebradas, facilitando a entrada de animais. Os alimentos fora da validade encontrados deixaram Rejane Dias inconformada, ela percebeu que os pacotes de marcarão estavam abertos.
Rejane Dias lembrou que escolas estaduais quase fecharam por falta de merenda escolar nos últimos meses. Wellington Dias percebeu que o macarrão vai ser vencido em fevereiro deste ano e a massa de milho em março, quando os alunos das escolas públicas estão de férias. Ele teve a ideia de permutar com a Secretaria Estadual de Assistência Social e Cidadania (Sasc) o macarrão e a massa de milho para que os alimentos sejam usados imediatamente. No período escolar, a Sasc devolve os alimentos com prazo de validade mais avançados.
Wellington Dias declarou que a visita serviu como medida para evitar a recorrência de problemas das administrações anteriores no aproveitamento do patrimônio público. "A gente quer evitar que a nossa gestão comece cometendo erros como nos anos anteriores. Por isso é necessário fazer um diagnóstico e estudar as condições do Almoxarifado", declarou Wellington Dias.
Dias afirmou que vai tentar adotar as melhores medidas para evitar que esses materiais não sejam aproveitados. Ele quer que os livros a é que eles provavelmente sejam repassados para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e para o Ensino Profissionalizante. Wellington Dias alertou, porém, que isso ainda será estudado.
"Fiz questão de pedir ao governador Wellington Dias que viesse ver a situação do almoxarifado. É lamentável. A forma de armazenamento é uma preocupação. Precisamos tomar todas as providências possíveis para evitar o desperdício", declarou.
Hélder Jacobina lembrou que a intenção da visita também foi estudar a melhor forma de distribuir esse material para as escolas. "Alguns desses materiais já deveriam ter sido enviados. No entanto, estão aqui armazenados de forma inadequada. Temos que verificar essa situação e trabalhar por um melhor sistema de controle".
Wellington Dias concluiu que a situação do almoxarifado é resultado de falta de planejamento. "A população precisa saber. Isso é por conta da um mau planejamento. O que falta na escola está aqui armazenado. Vejo nesses galpões o dinheiro do povo. Imagina o quanto custa um livro, um tablet ou um ar condicionado. Não é justo que o dinheiro público seja tratado dessa forma", acrescentou.
Ele afirmou que para combater o desperdício, será elaborado um plano de distribuição que permita que os materiais sejam entregues diretamente nas escolas, evitando que eles tenham que ser armazenados.
O objetivo, segundo o governador, é conseguir uma forma barata, mas de qualidade e eficiência. "Fazer funcionar o que não está funcionando e, principalmente, fazer as escolas funcionarem", acrescentou;
Dias afirmou que a diminuição do número de matrículas na rede de ensino público estadual chama atenção. "Precisamos saber o que aconteceu. São cerca de 20 mil professores e atualmente há nove alunos a menos por cada professor, o que torna o custo de cada aluno mais caro para o Estado", acrescentou.
Wellington Dias falou que se reuniu com o novo ministro da Educação, Cid Gomes, e discutiu formas de o Governo Federal liberar recursos para a Educação no Piauí.