Volkswagen T-Cross Highline é o melhor SUV do país? Confira

UOL Carros testou por uma semana e cerca de 500 quilômetros o T-Cross e sua configuração mais completa.

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Hora da verdade: como anda o Volkswagen T-Cross, primeiro SUV compacto da marca fabricado no Brasil? Ele é o melhor SUV do segmento? É o melhor carro da Volkswagen? Ele é mesmo tudo isso que andam falando? Para responder a essas questões que praticamente todo comprador ou fã de SUV no Brasil está fazendo, UOL Carros testou por uma semana e cerca de 500 quilômetros o T-Cross e sua configuração mais completa, a 250 TSI Highline. 

Nem foi questão de escolha: o T-Cross ainda não está pronto de fato -- segue em situação de pré-série (ou pré-produção) na fábrica de São José dos Pinhais (PR). Assim, a Volkswagen fez o lançamento do SUV mostrando apenas uma configuração, justamente a mais completa e cara, equipada com o motor 1.4 turboflex de Golf, Jetta e Tiguan (apelidado de 250 TSI, tem 150 cavalos e 25,5 kgfm de torque, tanto com gasolina, quanto cm etanol), com o pacote Highline (completo, mas sem arroubos esportivos). O câmbio é o automático de seis velocidades (Tiptronic), de Polo e Virtus. 

Crédito: Murilo Goés/UOL

Também durante esse lançamento, foi coloca à venda uma série limitada de 800 unidades do T-Cross, incluindo uma configuração completona, com visual bicolor e cores mais chamativas. Tudo acabou em uma semana. O T-Cross não está sendo vendido neste momento pelo configurador oficial da VW. Você até pode tentar em uma das concessionárias, mas nem todas fazem este tipo de reserva no momento. O T-Cross só voltará a ser comercializado a partir do final do mês, quando a produção estiver em ritmo padrão para ambas as motorizações (1.0 200 TSI, 1.4 250 TSI) e todos os quatro acabamentos. Mesmo quem levou o T-Cross na pré-venda só receberá o modelo entre o final de março e o começo de abril. 

QUANTO CUSTA O VOLKSWAGEN T-CROSS

Como dito, o Volkswagen T-Cross 250 TSI Highline parte de R$ 109.990. E este é o principal ponto: é um valor alto para a versão, fato. Está acima de todos os rivais, até mesmo de modelos considerados caros, como o Honda HR-V EXL (R$ 108.500) e o Chevrolet Tracker Midnight (R$ 105.690). É quase o preço da versão inicial do Jeep Compass (Sport AT 2.0 Flex), SUV que é maior e mais espaçoso no geral (R$ 113.990). A Volks afirma que seu T-Cross é mais seguro, mais avançado e mais completo que os rivais. Mas claro que este valor incomoda. 

Crédito: Murilo Goés/UOL

EQUIPAMENTOS DO T-CROSS

Estão no pacote de série do T-Cross 250 TSI Highline: controle de estabilidade (ESC), de tração e Hill Hold; seis airbags; freios a disco nas quatro rodas; bloqueio eletrônico do diferencial (incluindo comando cruzado); direção elétrica; sensores dianteiros, traseiros e câmera de ré; Isofix para cadeirinhas infantis; faróis de neblina com função "cornering"; luzes de condução diurna e lanternas traseiras de LED; banco do motorista com ajuste de lombar, banco do passageiro com encosto rebatível; ar-condicionado digital (uma zona); indicador de pressão dos pneus; rodas de liga leve de 17 polegadas com pneus 205/55 R17; sistema de frenagem automática (com alerta de colisão e também frenagem pós-colisão); iluminação ambiente em LED; seletor do modo de condução; chave inteligente; sistema start/stop; e sensores de chuva e crepuscular.

COMO ANDA O VW T-CROSS 

Já falamos que o preço elevado da versão mais completa do T-Cross incomoda e isso foi unânime entre os jornalistas que testaram o modelo. Incomoda também o barulho feito ao se examinar o plástico de revestimento da cabine. É duro, como no Polo e no Virtus, ainda que seja mais bem acabado e tenha texturas bonitas. Mas poderia ser suave pelo preço cobrado, de verdade. 

Crédito: Murilo Goés/UOL

De cara, vamos falar outra característica que nos incomodou no T-Cross 250 TSI Highline. E esta não pode ser mudada com um upgrade simples na produção: o SUV anda bem demais, com o motor 1.4 turboflex andando com sobra, cheio de fôlego em praticamente todas as situações enfrentadas na cidade e na estrada -- lembre-se, o T-Cross não tem configuração 4x4, nem altura para um off-road real. 

Mas o "praticamente" do parágrafo anterior diz respeito ao câmbio automático de seis marchas (Tiptronic). É o padrão do mercado? É. Está pareado com os rivais? Está. Mas é insuficiente para o motor e provoca lags, atrasos em saídas e retomadas, sobretudo no ambiente urbano, com anda e para do trânsito. Ou naquela pequena retomada ao passar por valetas e lombadas. O T-Cross tem uma lentidão de retorno que não teria se o câmbio fosse adequado à força do motor 1.4 turbo. O que seria ideal? Ter o câmbio DSG (automatizado de dupla embreagem, que faz parte do projeto original dos motores 1.4 TSI). Uma pena que essa opção não está na especificação brasileira da Volkswagen.

Soluções como o ajuste de lombar para o banco do motorista (e que estranhamente não existe no banco do passageiro), o ajuste extra do encosto do banco traseiro para ampliar o porta-malas (de 373 para 420 litros) que só existe na versão Highline (mas que impede o uso de cadeirinha, quando habilitado) e o assoalho rebatível do porta-malas parecem simplórias, mas fazem diferença no uso diário. Tanto, que nem deveriam ser opcionais. 

Crédito: Murilo Goés/UOL

De resto, temos um SUV gostoso de dirigir, com ótima posição para o motorista, ótimo espaço na cabine e um volante com pegada precisa. O nível de equipamentos é primoroso, sobretudo com todos os pacotes instalados. E o silêncio a bordo é exemplar, melhor do que o de qualquer rival. E o espaço é muito bom, com 2,65 metros de entre-eixos, mesmo com o T-Cross sendo um modelo que pode ser considerado pequeno no geral (4,20 m de para-choque a para-choque): ajustamos o banco do condutor para alguém que tem 1,80 m, não esbarramos em nada ou em ninguém, e o espaço livre na fileira de trás ainda foi enorme. 

Faltou um pouco mais de assistência semi-autônoma pelos quase R$ 130 mil pedidos, mas de fato há mais na cabine do T-Cross do que boa parte dos rivais oferta. 

Também é fato que mesmo andando forte, o T-Cross se mantém econômico, já que quase nunca roda no limite, pelo contrário -- é normal olhar para o conta-giros e encontrar o motor trabalhando abaixo dos 1.500 giros. Em nosso teste, fizemos média de 10,9 kgfm. E isso considerando um motor ainda amaciando, abaixo dos 2.000 quilômetros rodados (o próprio manual aponta que até os 1.000 km percorridos não é interessante provocar esforço desnecessário do motor). E ter espaço, andar bem e consumir pouco são características que o mercado preza demais, quando falamos de modelos familiares como SUVs.

FICHA TÉCNICA 

Volkswagen T-Cross 250 TSI Highline 

Motor: EA211, 1.4 turboflex, quatro cilindros 

Potência: 150 cavalos (gasolina/etanol), a 4.500 giros 

Torque: 25,5 kgfm (gasolina/etanol), a 1.500 giros 

Câmbio: automático, 6 marchas (Tiptronic) 

Velocidade máxima: 195 km/h 0-100 km/h: 9 s 

Dimensões: 4,20 m de comprimento, 2,65 m de entre-eixos 

Porta-malas: 373 a 420 litros 

Peso: 1.290 kg 

Preço: R$ 109.900 iniciais 

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