Os moradores dos imóveis interditados após o desabamento do teto da Igreja Renascer em Cristo no Cambuci, Zona Sul de São Paulo, encontraram pedaços dos escombros dentro de suas casas. Eles puderam voltar a suas residências pela primeira vez após o acidente nesta segunda-feira (26).
Os moradores só puderam ficar alguns minutos no local, acompanhados por equipes da Defesa Civil. Eles puderam ver os estragos que o desabamento causou nos arredores.
A demolição do que sobrou da igreja começou no sábado (24) e deve durar mais dez dias. Segundo os peritos, não há mais riscos de um novo desabamento.
De acordo com o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo (Crea), faltou manutenção no telhado do templo. O superintendente do Crea visitou os escombros e disse que encontrou madeira podre, com cupim.
Nesta segunda, cinco testemunhas prestaram depoimento. Ao todo, a polícia já ouviu 40 pessoas no inquérito que apura as causas do acidente.
Justiça
O Ministério Público (MP) divulgou na noite desta segunda nota à imprensa afirmando que irá propor medidas judiciais cabíveis contra a Renascer, em decorrência de um culto realizado no domingo (25) no Club Homs, na capital paulista.
Segundo o MP, o clube não tem alvará de funcionamento e a Igreja Renascer teria descumprido acordo firmado com o próprio MP na última terça-feira, em que se comprometia a não realizar cultos em locais improvisados.
A assessoria da igreja informou que a Renascer tinha alvará para realizar o culto e, desde 2005, o Club Homs tem permissão de funcionamento concedida pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Ainda segundo a igreja, o acordo firmado entre a Renascer e o MP previa a não realização de cultos "só nas proximidades do local do acidente".