Maria Souza Santos, viúva do ambulante Luis Carlos Ruas, conhecido como Índio, morto após ser atingido por vários golpes na noite de domingo (25), na estação Pedro II do Metrô de São Paulo, compareceu à Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom), nesta quarta-feira, dia 28. Os acusados de cometer o crime, Ricardo Nascimento Martins e Ricardo Nascimento Martins já foram presos.
"Quero que ele [Ricardo] pague pelo que fez. Tem uma família chorando, ele me deixou sozinha no mundo. Ele [Ruas] não merecia morrer do jeito que ele morreu, o rosto dele estava todo estourado, eu não tive coragem de ver", afirmou a esposa da vítima, bastante abalada.
Maria parece não acreditar no que aconteceu e diz que irá pessoalmente questionar um dos acusados. "Eu quero perguntar para o cara [Ricardo] porque ele fez isso com uma pessoa tão boa", disse.
"Foi um abalo total. Ele era maravilhoso, tanto que morreu dando a vida para o outro", contou.
Acusados são presos
Ricardo estava escondido na casa de um amigo em Itupeva, próximo a Campinas. Policiais do Decade (Departamento de Capturas Especializadas) o levaram durante a madrugada desta quarta-feira (28) para o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), no Centro de São Paulo.
Alípio Rogerio dos Santos, 26, que era considerado foragido pela Justiça, foi preso na zona leste da capital paulista. Ele foi levado para a Delpom (Delegacia de Polícia do Metrô), na Barra Funda, onde o inquérito foi instaurado.
O crime
O ambulante Luis Carlos Ruas morreu após ser atingido por vários golpes no domingo (25). Luiz Carlos foi socorrido por funcionários do metrô, mas não resistiu e morreu no hospital Municipal Vergueiro. O caso foi registrado no 78º Distrito Policial como homicídio qualificado.
Em nota, o metrô confirmou o ataque e afirmou que os primeiros socorros foram prestados pelos agentes de segurança. “O Metrô colabora com a Autoridade Policial para o esclarecimento do crime.”
Vídeo mostra ambulante sendo espancado até a morte
As cenas gravadas pelas câmeras de segurança começam com a perseguição a uma travesti, que passa por baixo da catraca, corre, seguida por rapazes com camiseta preta e bermuda branca.
Ela conseguiu escapar. Em seguida, quem aparece fugindo dos agressores é o vendedor ambulante. Ele cai e é espancado com socos e pontapés. Luiz Carlos Ruas morreu no hospital. Ele trabalhava há mais de 20 anos na saída de uma passarela para pedestres do lado de fora da estação.
Antes da agressão, um morador de rua, que também é homossexual, disse ter sido agredido pela dupla. “Não teve nada, ele já veio me socando”, disse o carroceiro José Vieira Filho.”É triste, triste de verdade. eu só tenho isso como um grande preconceito, grande raiva ao próximo, não tem outra explicação."