Vítima de uma explosão luta por justiça dez anos após a tragédia

Ela foi vítima de uma explosão de combustível dentro de um restaurante, em Botafogo, em 2003.

Leila Fonteles era funcionaria de restaurante que explodiu há dez anos | Foto: AlexandroAuler / Extra
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Um acidente, 40% do corpo queimado e dez anos de impunidade. Em poucos segundos, a vida de Leila Fonteles, hoje com 32 anos, mudou por completo. Ela foi vítima de uma explosão de combustível dentro de um restaurante, em Botafogo, em 2003. Dez anos depois do início do processo judicial, ela ainda espera justiça.

Na época do acidente, o dono do restaurante Salada e Cia, onde Leila trabalhava, estocava galões de álcool para abastecer os recipientes que esquentavam a comida. Embora, pelo estatuto do shopping, não fosse permitida a estocagem desses produtos, o estabelecimento nunca havia sido notificado.

Leila trabalhava como caixa e foi atingida por um dos galões, que queimava, após ter sido encostado no fogareiro. Sofreu ferimentos nas duas pernas, braços e parte do rosto. Após 40 dias internada, entrou com um processo judicial contra o restaurante e o shopping.

Mesmo acionados na Justiça, os donos do restaurante nunca foram encontrados. O processo seguiu apenas contra o shopping, que, no fim do ano passado, foi condenado a pagar R$ 500 mil para ela. As duas partes recorreram da decisão. Entretanto, num novo julgamento, o Tribunal de Justiça do Rio transferiu o processo para o Tribunal Regional do Trabalho, afirmando se tratar de uma causa trabalhista. O advogado da jovem, Leonardo Walsh Goldvag, contesta:

? Ela não tinha relação trabalhista com o shopping. Eles foram condenados por não terem fiscalizado. Isso só vai atrasar ainda mais o processo, pois vai acabar voltando para o TJ e recomeçando.

Para Leila, a história apenas a fez reviver todo o pesadelo. As despesas com o tratamento, que precisou ser interrompido por falta de condições financeiras, pesam até hoje. Mas o drama pessoal que a empregada doméstica carrega pesa ainda mais.

? Nunca mais fui a mesma. Não consigo mais emprego por conta disso. Tenho muitas marcas, e as pessoas são preconceituosas. Entrei em depressão e minha vida se transformou depois disso.

Em nota, o shopping, hoje chamado Casa & Gourmet, afirmou que não comentará a decisão. O Tribunal de Justiça também preferiu não falar sobre o caso.

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