Um vídeo que circula pelas redes sociais mostra o momento em que o prefeito de Jussara, Wilson Santos (PSDB), esfaqueia um vizinho. A confusão entre eles começou por conta do vazamento de uma fossa na casa do político. As informações são do G1.
O rapaz ferido, que prefere não se identificar, diz que foi reclamar por causa do mau cheiro e foi atacado. O prefeito, por sua vez, não nega o golpe, mas alega que o homem chutou seu portão e desacatou sua família, o obrigando a "se defender". A Polícia Civil apura o caso.
O caso aconteceu na noite da última sexta-feira (4), na cidade que fica a 228 km de Goiânia. Um vídeo mostra o momento em que o homem discute com duas parentes do prefeito na calçada da casa dele.
De repente, Wilson (usando uma camiseta amarela) sai de dentro da casa e esfaqueia o vizinho. Ele também xinga o homem de "vagabundo". O vizinho se afasta e o prefeito é contido pelos familiares.
O vizinho foi até o hospital para receber atendimento. O relatório médico aponta que ele sofreu um pequeno ferimento no ombro, onde foi feito um curativo. Ele também foi à delegacia e registrou uma ocorrência contra o prefeito.
O vizinho diz que o vazamento da fossa faz com que a água repleta de resíduos escorra para sua calçada. Ele afirma o problema já durava há mais de uma semana e, apesar das tentativas dele, não foi resolvido.
"Fui conversar com ele novamente e a esposa dele meteu a mão no meu celular, me empurrou. Nesse meio tempo, ele saiu de dentro da casa dele com uma faca escondida, armou para cima de mim e me perfurou no meu ombro. Achei a atitude dele muito errada", disse.
O prefeito, porém, conta outra versão. Em vídeo de esclarecimento publicado nas redes sociais (assista abaixo), ele não nega o problema com a fossa e pede desculpas "à população", mas diz que foi atacado e que teve que se defender.
"Fui atacado e agredido na minha casa por um vizinho meu. Entupiu uma fossa da minha casa, um esgoto. A gente já tinha tomado providência, já estava sendo lavada a rua", afirma.
"Ele chegou me agredindo, chutando o portão, foi entrando, desacatando minha família. Eu peguei e não aguentei. Falei: 'Você vai sair daqui da minha casa, rapaz'. Ele falou que eu tinha que ser homem e arrumar o pedreiro, eu falei que já tinha arrumado, mas que, como estava à noite, o pedreiro não poderia ir. Eu tive que [me] defender", completa.
O morador, por sua vez, nega qualquer ato violento contra o político: "Isso é totalmente mentira. Em momento nenhum o xinguei ou alterei a voz", afirma.
Polícia apura caso
A delegada Josy Alves, que estava de plantão no dia da ocorrência, disse que o caso será investigado e que aguarda o laudo definitivo sobre o exame de corpo de delito realizado pela vítima para dar andamento na apuração.
"Isso para saber se a forma e a localização das lesões indicam uma tentativa de homicídio ou uma lesão corporal leve. Vamos ouvir todas as testemunhas para definir a tipificação", explica.
A investigadora salientou que o vizinho não estava armado e que o prefeito desferiu mais de um golpe.
Ela destaca que, como o prefeito tem foro privilegiado, é necessário que seja enviada uma solicitação ao Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) para que autorize a instauração do inquérito.