O teresinense já desenvolveu o costume de dizer a um conhecido que foi vítima de um roubo de celular: "Vá amanhã na Praça da Bandeira, que você vai encontrá-lo novamente". O motivo da orientação é que realmente o local tem se tornado a cada dia um ponto forte da venda livre e ilegal dos equipamentos telefônicos.
Celulares de última geração são vendidos pela metade do preço que o comércio formal cobra. Um aparelho, que custa em média R$ 900 nas lojas, é repassado pelos vendedores da Praça da Bandeira, situada no centro de Teresina, por R$ 400.
A equipe do Jornal Meio Norte flagrou, na manhã de ontem (18), a prática ilegal. Sem nenhum receio, os comerciantes ilegais abordam as pessoas que passam pela praça e oferecem os celulares.
"Esse lançamento da marca Samsung Gran Duo está por R$ 300", contam. Perguntados se o produto tem nota fiscal, eles são categóricos: "Não. Não tem isso não", responde um dos vendedores que se identifica como Paulo.
A ausência do comprovativo é justificada pelo vendedor. "Às vezes compramos celulares de gente que está na praça e seria muito dispendioso se eles ainda fossem em casa pegar o documento", explica.
A reportagem também quis saber se o celular vem acompanhado de carregador e fone de ouvido e mais uma vez a resposta é negativa. Ausência de nota fiscal, falta de acessórios que deveriam acompanhar o aparelho se a venda fosse legal. Tudo isso reforça a suspeita de que os celulares são produtos de furto ou roubo.
O secretário estadual de Segurança Pública, Fábio Abreu, afirma que a polícia já tem consciência da suposta prática criminosa e planeja uma operação para pôr fim ao comércio ilegal. "Será uma operação feita de forma conjunta com as Polícias Militar, Civil e a Secretaria de Fazenda. A deflagração será em breve", adianta Abreu.