O velocímetro do ônibus envolvido em um acidente que resultou na morte de 18 pessoas na rodovia Mogi-Bertioga, na noite da última quarta-feira (8), registrava 41 km/h, alega a empresa responsável pelo coletivo.
O motorista do veículo que levava estudantes de Mogi das Cruzes para São Sebastião e tombou na rodovia Mogi Bertioga, já no litoral paulista, Antônio Carlos da Silva, de 37 anos, também foi uma das vítimas fatais.
De acordo com informações da assessoria de imprensa da empresa União Litoral, responsável pelo ônibus fretado que levava os estudantes, um representante da empresa teve acesso ao velocímetro do veículo que registrou a velocidade.No entanto, o tacógrafo do veículo - espécie de caixa-preta - é quem determinará oficialmente a velocidade precisa do acidente. O objeto foi apreendido pela Polícia Civil e passará por perícia.Ainda segundo a empresa, o ônibus em questão está com vistoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em plena validade, além de ter passado por manutenção preventiva há 15 dias, estando apto para realizar o transporte.
COMO FOI O ACIDENTE
O acidente ocorreu por volta das 23h desta quarta. Segundo o delegado Fábio Pierri, o ônibus estava acima da velocidade permitida, de 60 km/h, mas a polícia ainda apura outros fatores que podem ter contribuído para o acidente.“Inicialmente, posso falar que houve excesso de velocidade. Ele [motorista] estava a mais de 80 km/h”, disse Pierry. A viação União do Litoral, responsável pelo ônibus, nega que o veículo estivesse em alta velocidade. “Não descartamos que o motorista possa ter dormido. Temos que montar o quebra-cabeça de tudo. A perita afirmou que o ônibus tombou na pista, foi arrastando, arrancando árvores e caiu na valeta”, afirmou o delegado.
A Polícia Civil informou que não chovia e não havia neblina no momento do acidente, mas a pista poderia estar escorregadia. A empresa do ônibus contesta e diz que havia neblina no momento do acidente.Uma hora antes do acidente, o motorista que dirigia o ônibus, Antônio Carlos da Silva, de 37 anos, avisou a mulher, por meio de uma mensagem de celular, que chegaria mais tarde em casa por conta da neblina na rodovia.Um dos sobreviventes disse que o ônibus estava descontrolado.
“Na terceira vez que ele repetiu o movimento [de tentar fazer a curva] de forma brusca e invadindo a pista, percebemos que havia algo errado. Começaram a pedir para que colocássemos o cinto. Eu coloquei e aí começou a gritaria, as pessoas se desesperaram e percebi que o meio-fio estava cada vez mais próximo, foi quando capotamos”, disse Wanderson da Silva, de 24 anos.
Segundo a Artesp (agência de regulação), a Viação União do Litoral Transporte e Turismo Ltda está cadastrada para fazer serviço de fretamento.A vistoria ao ônibus envolvido no acidente ocorreu em 2015 e é válida até 26 de agosto de 2016. A credencial da empresa, que deve ser renovada a cada cinco anos, termina em 31 de outubro de 2016.