Vaticano excomunga arcebispo que chamou papa de 'servo de Satanás'

O comunicado não mencionou o papa, mas, segundo a agência Reuters, é improvável que a punição tenha sido aplicada sem a aprovação de Francisco.

(Foto: Ansa/Claudio Peri) (ANSA) | Papa Francisco na Audiência Geral
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O Vaticano anunciou nesta sexta-feira (5) que um arcebispo ultraconservador da Itália foi excomungado por rejeitar a autoridade do papa Francisco. Carlo Maria Viganò, 83, foi excluído da Igreja Católica por "sua negativa em reconhecer e se submeter ao sumo pontífice", segundo comunicado divulgado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, o órgão com a função de salvaguardar os fundamentos do catolicismo.

Segundo o dicastério, o arcebispo foi considerado culpado de cisma. Viganò, que já foi embaixador do Vaticano nos Estados Unidos, se afastou das lideranças da igreja em 2018 após afirmar, sem provas, que o papa tinha conhecimento dos crimes sexuais supostamente cometidos pelo cardeal americano Theodore McCarrick e não tomou medidas a respeito.

Viganò também pediu a renúncia do papa e, mais tarde, intensificou suas críticas, chamando-o de "falso profeta" e "servo de Satanás". Suas declarações ocorreram após a autorização da Santa Sé para a bênção a casais homoafetivos e a pessoas em "situação irregular", como aqueles em segunda união após divórcio, durante a pandemia de Covid-19.

Em nota, o escritório doutrinário afirmou que a recusa de Viganò em reconhecer e se submeter ao papa Francisco foi evidenciada por suas declarações públicas. Ele foi considerado culpado do delito reservado de cisma e excomungado da Igreja, conforme o comunicado.

O arcebispo foi informado da decisão nesta sexta. O comunicado não mencionou o papa, mas, segundo a agência Reuters, é improvável que a punição tenha sido aplicada sem a aprovação de Francisco.

(Com informações da FolhaPress)

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