A variante de preocupação de Manaus nominada como P1 é a mais difundida no Brasil, segundo pesquisa divulgada pela Fiocruz. As variantes da Covid-19 são uma grande preocupação no Brasil e no mundo. Atualmente, há seis variantes de preocupação, as mais difundidas são as variantes do Reino Unido, a variante da África do Sul e a variante de Manaus. Além disso, no Brasil também há a P2, identificada no Rio de Janeiro e estados do Norte e Nordeste
O pesquisador do Projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) da Universidade Federal do Piauí (UFPI), professor Dr. Victor Campelo, explicou que existem mais de 4 mil mutações da Covid-19 já identificadas no mundo, mas algumas mutações podem trazer vantagens ao vírus, se tornando uma variante de preocupação.
“Os vírus sobrevivem fazendo cópias deles mesmos dentro do nosso organismo e toda vez que ele faz uma cópia existe uma chance de ele mudar aleatoriamente. A preocupação é quando essas mutações trazem uma vantagem ao vírus, como desenvolver algumas características que permitem que a doença despiste o organismo e/ou diminua a defesa imunológica”, disse Victor Campelo.
A Fiocruz divulgou estudo recente sobre as variantes de preocupação da Covid-19 no Brasil. A pesquisa foi realizada em alguns estados brasileiros que identificaram em sua maioria a variante de Manaus (P1) com a presença superior a 50%.
“Nos outros estados que não foram testados a realidade deve ser bem semelhante e a pesquisa sinaliza que a P1 vai ser a predominante no Brasil nos próximos dias. A variante P1 já demonstrou que consegue infectar pessoas que já tiveram a infecção por Covid e tem o poder de transmissibilidade maior, isso é uma preocupação pois pode causar uma onda intensa”, explicou o pesquisador.
Ainda não existem estudos concretos sobre a atuação da vacina sobre as variantes. No entanto, alguns estudos preliminares apontam que as vacinas da CoronaVac e Oxford/AstraZeneca têm resultado positivo contra a variante P1. “Os Chineses testaram a CoronaVac contra as variantes britânica e sul africana e obtiveram resultados preliminares interessantes. Já a vacina da Oxford/AstraZeneca apresentou um bom desempenho contra a variante britânica, mas não obteve uma boa resposta contra a variante sul africana, que por enquanto tem pouca circulação no Brasil”, afirmou.