O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira que vai fazer o dinheiro “sair do chão” para organizar as contas públicas em 2019. Ele citou a devolução de recursos do BNDES, de outros bancos públicos, e privatizações. O ministro participa de evento “E agora, Brasil?”, promovido pelo jornal O Globo e pelo “Valor Econômico”.
— Meta para o BNDES: devolver R$ 126 bilhões neste ano. Teremos mais R$ 80 bilhões de privatizações. Vem mais R$ 80 bilhões de uma coisa chamada instrumentos híbridos — explicou o ministro. — Nós vamos produzir dinheiro suficiente para mostrar: ó, estamos meio preocupados com esse troço aí. Vamos vender ativo, vamos superar esse troço aí. Ano que vem a gente conversa. Vamos fazer as contas. Agora, o pau vai comer, vamos fazer dinheiro sair do chão de qualquer forma. Nós vamos fazer o ajuste. Estamos aqui para mudar essas contas mesmo — disse Guedes.
— O excesso de gastos degenerou a democracia e estagnou a economia — disse ele, que critica também a qualidade dos gastos:
— O governo gasta demais, a qualidade dos gastos é péssima. O governo gasta muito e gasta mal.
O ministro afirmou que o descontrole de gastos públicos foi responsável por “terríveis disfunções financeiras”, como impostos e juros altos. Segundo ele, o governo fez um diagnóstico sobre as principais despesas, que são a Previdência, os gastos com os juros da dívida e com a máquina pública.
Por isso, diz ele, o governo propôs uma reforma da Previdência que vai “em cima” de quem ganha mais.
— A nossa reforma vai em cima de quem pode ganhar mais. Vai igualar o deputado ao gari. Essa história de que a Previdência ataca os pobres não é verdade, não é o que está na nossa reforma — defendeu.
Outro problema, afirma Guedes, é o tamanho do Estado.
— O Brasil tem 700 mil imóveis em mais R$ 1 trilhão de valor imobiliário. O descaso com os ativos da União é brutal, ofende quem está acostumado com a iniciativa privada. Vamos vender ativos, a mensagem é clara. Vende esses imóveis, a participação nas empresas estatais, reduz a dívida — explicou.
Outra medida citada por Guedes foi travar concursos públicos. Ele afirma que 50% dos funcionários públicos vão se aposentar em cinco anos:
— Vai desidratar pela metade. Trava esse troço, metade desaparece, evapora, por aposentadoria, e a gente não repõem ou repõe com critério.
O evento é patrocinado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC).