Número de mortos chega a 110 em Brumadinho; 238 estão desaparecidos

Outras 108 pessoas estão desabrigadas.

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O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou, nesta quinta-feira, que 110 pessoas morreram por conta da queda da barragem I da Mina do Feijão, em Brumadinho (MG). Os oficiais ainda disseram que 238 pessoas permanecem desaparecidas. Outras 108 pessoas estão desabrigadas.

GOVERNO DE MG NÃO SABE COMO EVITAR ROMPIMENTOS 

O governo de Minas Gerais ainda não tem "clareza" para evitar novos rompimentos de barragens atualmente, afirmou o vice-governador Paulo Brant (Novo) nesta quinta-feira (31). A declaração foi dada após reunião dele com o vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), no Palácio do Planalto.

"Nós vamos aprender com esse episódio, com certeza. Clareza absoluta [para evitar novos episódios], não, mas estamos aprendendo. A gente está estudando, avaliando, né?", declarou Brant ao ser questionado se o governo estadual tem conhecimento do que é preciso ser feito para se evitar novas tragédias como as das minas da Vale em Brumadinho e da Samarco - da qual a Vale é uma das integrantes - em Mariana.


Brant afirmou que a ação de resgate e busca de corpos "correu bem" na medida do possível e que não houve falta de recursos humanos, alimentos nem apoio logístico. "Tudo o que tinha que ser feito foi feito", defendeu.

Segundo o vice-governador, todas as barragens a montante - mesmo modelo das que se romperam em Brumadinho e Mariana - em Minas Gerais serão vistoriadas com a ajuda do governo federal. Na terça (29), ministros de Estado anunciaram que a União vai focalizar a fiscalização em 3,3 mil barragens classificadas como de alto risco pelo país.

PGR COBRA QUE VALE ASSUMA RESPONSABILIDADE

Após reunião com integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens nesta quinta-feira (31), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, cobrou que a Vale não espere a atuação da Justiça para reparar os danos ambientais e fornecer assistência aos atingidos pelo rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho (MG), na última sexta (25).

Segundo Dodge, é preciso que as mineradoras assumam "um compromisso" pela segurança nas barragens e para que a reparação dos danos e assistência às vítimas seja feita prontamente, sem que as ações dependam de decisões judiciais.

"As empresas que exploram essa atividade econômica precisam assumir de forma muito séria o compromisso de zelar diuturnamente pela higidez de cada uma das barragens para que elas não se rompam, para que novas vítimas não sejam atingidas", afirmou.

Vale diz que sirene não tocou porque foi 'engolfada' pela lama em Brumadinho

O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, afirmou nesta quinta-feira (31) que o rompimento da barragem em Brumadinho (MG) foi muito rápido, fazendo com que a sirene de alerta, que deveria soar em caso de algum incidente, fosse "engolfada" pela lama.

"Aconteceu um fato que não é muito usual: houve um rompimento muito rápido da barragem", declarou ele em entrevista coletiva concedida em Brasília.

"A sirene foi engolfada pela queda da barragem antes que ela pudesse tocar."

A barragem de rejeitos, que ficava na mina do Córrego do Feijão, se rompeu na sexta-feira (25), provocando uma tragédia que deixou ao menos 99 mortos e 259 desaparecidos.

O mar de lama varreu a comunidade local e parte do centro administrativo e do refeitório da Vale. Entre as vítimas, estão pessoas que moravam no entorno e funcionários da mineradora. A vegetação e rios foram atingidos.

Reprodução

Números da tragédia

99 mortos confirmados – 57 identificados (veja a lista)

259 desaparecidos (veja a lista)

192 resgatados (veja a lista)

395 localizados

Mais cedo nesta quinta, a Vale havia enviado nota à BBC Brasil dizendo: "Devido à velocidade com que ocorreu o evento, não foi possível acionar as sirenes relativas à barragem 1".

Especialistas afirmaram que existe tecnologia para que alertas sonoros de emergência sejam acionados em qualquer circunstância, independentemente da velocidade do evento.

Indenização

Fabio Schvartsman deu a declaração depois de se reunir com procuradores na sede da Procuradoria-Geral da República. De acordo com o executivo, a intenção da empresa é acelerar ao máximo o processo de indenização das vítimas por meio de acordos extrajudiciais.

"Estamos preparados para abdicar de ações judiciais. Queremos fazer acordos extrajudiciais, buscando assinar assinar com a maior celeridade possível um acordo com as autoridades de Minas Gerais que permitam que a Vale comece a fazer frente, imediatamente, a esse processo indenizatório."

Pela manhã, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, já havia afirmado, após reunião com representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que a Vale não tem de esperar ações judiciais para indenizar vítimas da tragédia.

Já o diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani, disse que a mineradora deve repassar R$ 80 milhões a Brumadinho ao longo de dois anos, como forma de compensar os impostos que deixam de ser arrecadados.

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