Difteria, coqueluche, meningite, hepatite b, haemophilus influenza tipo b e tétano. Todas essas doenças podem ser prevenidas com uma única vacina, a pentavalente. Sua distribuição teve início na segunda-feira (4), e tem como prioridade da vacinação, seguindo os parâmetros da Fundação Municipal de Saúde (FMS), crianças de dois, quatro e seis meses de vida.
A vacina está com problema de abastecimento pelo Ministério da Saúde. Diante disso, Teresina recebeu há 8 dias cerca de 3.300 mil doses que foram distribuídas em 19 salas de vacina do município. Essa estratégia foi adotada para que se consiga realizar um reabastecimento rápido para vacinação das crianças.
“Alerto a população principalmente aos responsáveis pelas crianças que a pentavalente protege contra cinco doenças. Vale ressaltar que a haemophilus influenza tipo b é uma bactéria que provoca infecção em qualquer parte do corpo, da cabeça aos pés”, conta a médica infectologista Amariles Borba, Gerente de Vigilância em Saúde da FMS.
Amariles enfatiza que é preciso que as pessoas tenham atitude positiva de levar as crianças para vacinar, pois somente essa influenza pode provocar meningite, pneumonia, infecção nas articulações, entre outras.
“ A vacinação precisa ser feita aos 2, 4 ou 6 meses. Portanto, é uma atitude positiva e não podemos esquecer que as crianças menores de 5 anos tem que ter 2 doses de vacina contra o sarampo”, explica a gerente de vigilância.
Na Zona Norte, o Hospital da Primavera, UBS Santa Maria da Codipi, Hospital do Buenos Aires, C I Lineu Araújo e a UBS Ceci Fortes estão disponíveis para a vacinação; na Zona Sudeste, o Hospital do Dirceu, UBS Renascença, UBS Alto da Ressurreição, UBS Carlos Alberto e a UBS Todos os Santos estão prontos para receber; Na zona Leste, há vacinas no Hospital do Satélite, UBS Santa Isabel, UBS Ininga e UBS Piçarreira; já na Zona Sul, a UBS Parque Piauí, Hospital do Promorar, UBS Vermelha, UBS Lourival Parente e UBS Vila Irmã Dulce realizam a vacinação.
Infecção por Sarampo apaga memória imunológica
A primeira etapa da campanha nacional de vacinação contra o sarampo encerrou em outubro, com a imunização de crianças de seis meses até cinco anos. Na segunda fase, que acontecerá de 18 a 30 de novembro, será a vez de adultos jovens, entre 20 e 29 anos, serem imunizados. De acordo com Amariles Borba, a vacinação é a única forma de evitar o sarampo que a ausência de vacinação contra o sarampo pode deixar o sistema imunológico vulnerável contra outras várias doenças.
Ela cita dois estudos publicados nas revistas Science e Science Immunology que mostraram que 77 crianças não vacinadas antes da eclosão de um surto de sarampo na Holanda ficaram com o sistema imunológico enfraquecido contra outros vírus e bactérias, até mesmo três anos depois de os sintomas de sarampo acabarem.
A “amnésia imune”, assim chamada pelos cientistas, ocorreu quando o vírus “apagou” a memória que o sistema imunológico das crianças possuíam contra doenças que já tinham tido contato. É essa memória que possibilita ao corpo a lembrança de ataques anteriores com vírus e bactérias para que possam reagir, evitando novas infecções.
Amariles explica que pessoas que já tiveram doenças infecciosas, seja viral ou bacteriana, podem voltar a contrair novamente. “Para mim, [o resultado do estudo] é um dado novo. Para quem já teve sarampo, diminui a imunidade e a gente sabia que era através desse mecanismo. Se você não vacinar, você está correndo o risco de adoecer e contaminar outras pessoas”, frisa Amariles Borba. (A.S.)